Me chame no WhatsApp Agora!

Publicamos neste espaço uma entrevista veiculada pelo Portal PinusLetter, produzido pelo professor Celso Foelkel, um dos mais importantes e expressivos pesquisadores do sistema florestal do país. Nesta publicação, o professor Celso, sintetiza o trabalho desenvolvido pela Revista Opiniões.
---

A Revista Opiniões é uma das preciosidades que surgiu como fonte de reflexões e informações de qualidades raras e únicas para o setor brasileiro de base florestal, bem como de outros setores de negócios como o sucroenergético, dentre outros setores. Trata-se de uma iniciativa pioneira, inovativa e genial de meu amigo William Domingues de Souza, há mais de 12 anos. Eu os convido a lerem as nossas perguntas, as suas claras respostas e principalmente, a conhecer as fundações para o sucesso que tem tido a Revista Opiniões em suas diferentes versões.

PinusLetter: Como surgiu a ideia das revistas Opiniões?
WDS: Ainda no início dos anos 2000’s, quando eu disse para um amigo presidente de uma usina e de uma importante entidade de classe, que eu planejava criar uma revista sobre o setor de açúcar e álcool, ele me disse algo assim: "Faça sim, mas faça a diferença. Todas as revistas que existem no setor agem exatamente da mesma maneira. Para qualquer coisa que aconteça, lá está um jornalista com um gravador na minha frente. Quando ele sair, vai procurar o resto da meia dúzia de outras pessoas que sempre são ouvidas. Eu estou cheio de me ler. Quero saber o que pensam outras pessoas, as novas lideranças, o meio acadêmico, as ONG’s, o governo, o meu fornecedor, e, principalmente, as pessoas que discordam de mim, com opiniões completamente diferente das minhas. Quem são estes ainda desconhecidos líderes que começam a despontar no setor? Porque suas ideias brilhantes não são propagadas? Não podemos esperar 10 anos para que, num acaso, eles apareçam. Quanto antes pudermos conhecer a estrutura destes pensamentos, suas bases e essências, melhor será. Nestas pessoas, reside a evolução. Descubra quem são elas, ligue o gravador e obtenha delas suas falas e ideias”.

PinusLetter: No que isto o sensibilizou?
WDS: Essas colocações desse amigo me fizeram refletir, pensar e agir. O que eu ouvi ia a favor das convicções que tinha na minha formação de publicitário, administrador de empresas e jornalista. Na vida toda, havia trabalhado como analista e consultor no Brasil e no Exterior em estudos de viabilidade econômica e operacional de projetos para o Hotel Hilton, Ford, Votorantim, Cobrasma, FIESP-CIESP, dentre outros. Agora, estava começando a entender que eu já poderia começar a escrever o meu projeto de vida – e de forma absolutamente distinta.

PinusLetter: Como se criou esse conceito de artigos de opiniões para a revista? É original ou baseado em alguma outra revista brasileira ou internacional?
WDS: Não havia nenhuma publicação na qual pudesse me basear. Teria que desbravar. Depois de alguns meses ruminando, cheguei ao desenho da estrutura direcional. A revista teria uma única pauta por edição, trataria apenas de assuntos estratégicos, para os quais estivesse sendo buscado algum tipo de rumo, consenso e informações para uma tomada de decisão iminente. Não publicaríamos entrevistas, somente artigos assinados, escritos de forma livre pelos convidados. A cada edição, iríamos montar um time de gente notória, escolhida a dedo, especialistas de grande respeito entre os seus pares. O time deveria ser composto por representantes de todos os elos da cadeia, envolvendo grupos de pensamentos favoráveis e conflitantes, os quais seriam incitados a defenderem suas opiniões. O objetivo seria fazer com que o leitor, após tomar conhecimento daquela multiplicidade de opiniões, pudesse construir, de uma forma embasada, a sua própria opinião a respeito do assunto tratado.

PinusLetter: A ideia parece simples. Foi fácil e simples fazer isso assim?
WDS: Sim. Estava tudo resolvido, bastava colocar o plano em prática. Precisaria “apenas” saber qual era o mais importante assunto do setor; descobrir 25 respeitáveis mentes que pensassem de forma diferente para cobrir todos segmentos daquele assunto; e convencer gente, como ministros, presidentes de empresas e cientistas, a sentar na frente de um computador e dedicar, em média, 12 horas para escrever algo inédito, sobre um assunto específico, para um jornalista desconhecido, de uma revista, naquela época, em formação. Este era o plano. Como você disse: como ideia era bem simples mesmo. O difícil era colocar em prática. Assim nascem os bons projetos, na simplicidade de seu conceito. O nome da revista – Opiniões – nasceu de forma natural, na primeira vez que fui explicar para aquele amigo como a revista seria.

PinusLetter: Quando a revista começou a ser publicada?
WDS:Já temos 12 anos. Primeiro, lançamos a revista do setor sucroenergético e, um ano depois, a do setor florestal.

PinusLetter:  Quem escreve na revista Opiniões?
WDS: Acabamos de fazer este levantamento. Nesses 12 anos, publicamos nas revistas Opiniões, 2.071 artigos, sobre 91 diferentes pautas, envolvendo 241 autoridades de Governo (onde se incluem 3 presidentes da República, 2 candidatos à presidência, 20 ministros, 18 governadores, 59 secretários de estados, dentre outros); 535 artigos de cientistas de universidades e centros de P&D; 241 consultores especialistas; 424 produtores (na maioria, presidentes e diretores); 364 desenvolvedores de tecnologia e conceitos localizados nas empresas fornecedoras, e 266 artigos de entidades de classes e organizações não governamentais.

PinusLetter:  Como nasce uma pauta?
WDS: Anualmente, fazemos uma pesquisa entre os membros do Conselho Editorial e definimos as pautas direcionais. Uma segunda pesquisa será feita 45 dias antes da publicação da revista, para definir qual é, à luz desse momento, o assunto mais importante para o setor.  Por exemplo, se daqui a 6 meses, o governo planejar promover um leilão de energia, a pauta poderia ser sobre cogeração de energia a partir da biomassa. O empresário precisará ler sobre esse assunto para decidir se vai ou não cogerar. A busca é feita com foco na orientação para a revista ser bastante útil.

PinusLetter:  Como se estrutura o time de articulistas?
WDS: Para formar o time dessa edição cujo tema central seria cogeração de energia, por exemplo, iríamos identificar especialistas em geração, em comercialização e em distribuição de energia, autoridades do governo, bancos de fomento, consultores, cientistas, entidades de classe; iríamos localizar cases de sucesso e cases que não deram certo. O objetivo central de toda edição será o de procurar expor uma multiplicidade de opiniões sobre o assunto tratado, para que o leitor quando as ler, possa formar uma opinião estruturada, se instruindo ou questionando e reavaliando suas posições. Cada edição busca ser um verdadeiro congresso editado e publicado sobre o assunto tratado.

PinusLetter:  O esforço é compensado?
WDS: Como retribuição ao esforço investido, alcançamos um índice de leitura altíssimo. O executivo do setor, para estruturar sua opinião, terá a obrigação de ler todos, senão a maioria, dos artigos da revista.

PinusLetter:  Como você pode expressar essa utilidade?
WDS: O presidente, na época, da atual maior empresa florestal do País, me disse: “Eu leio a revista Opiniões como leio a Bíblia. Leio um artigo e reflito, depois leio outro e reflito. A revista só sai da minha varanda, quando eu acabar de ler todos os artigos”.  Para um editor, isso é impagável. Massageia o ego. Para um anunciante, fundamental. A revista será folheada muitas vezes. Muita gente me falou que coleciona a revista Opiniões. Soube até que uma presidente de empresa as encaderna.

PinusLetter:  Quem são os leitores das revistas?
WDS:  As revistas no formato em papel são enviadas gratuita e nominalmente a todos os níveis de comando operacional e técnico de todas as unidades do País, incluindo as em montagem ou em projeto; para todas as universidades e centros de P&D do sistema; para todas as entidades patronais e organizações não governamentais do setor, para todos os órgãos governamentais interessados no setor; e para as empresas fornecedoras envolvidas na produção agrícola, florestal e industrial dos sistemas sucroenergético e florestal. Quem ainda não recebe pode solicitar.

PinusLetter:  O que o setor florestal valoriza mais em suas revistas?
WDS: Penso que seja a multiplicidade de assuntos tratados, a qualidade e a credibilidade da informação gerada. Também a possibilidade de ler coisas escritas por articulistas que são pares que admira.

PinusLetter:  Qual a tiragem das revistas impressas em papel?
WDS: As tiragens das revistas variam conforme o evento a que estejam ligadas, como as feiras e congressos. A revista florestal fica entre 5.000 e 7.500, e a sucroenergética entre 7.500 e 10.000.

PinusLetter:  Existe uma versão eletrônica da Revista Opiniões?
WDS: A versão eletrônica – imagem fiel da revista impressa – também tem distribuição gratuita, com livre cadastro em nosso website. Foi criada com o principal objetivo de atender à quantidade enorme de pedidos que recebíamos de pequenos produtores, de estudantes, de doutorandos e de funcionários de áreas administrativas. O arquivo da revista em PDF é despachado por e-mail, assim que a revista entra na gráfica. De fato, esse leitor recebe a edição bem antes do leitor da revista impressa. Outra vantagem da edição eletrônica é que ela pode ser lida em qualquer lugar: no escritório, em casa, na escola e até em aviões, pois não dependerá de internet. O cadastro pode ser feito, mesmo pelas pessoas que já recebem a revista física, em nosso site – www.RevistaOpinioes.com.br, no botão "Cadastre e receba as edições eletrônicas".

PinusLetter:  Falando em website, como ele é estruturado?
WDS: O website da revista disponibiliza todos os artigos de todas as edições publicadas até hoje, tanto na versão individual, por autor (onde tanto texto como ilustrações podem ser livremente copiados, desde que citado o autor e a fonte), como por edição, na versão eletrônica, que pode ser folheada como a revista física. As edições anteriores são muito utilizadas para trabalhos acadêmicos e para embasar planejamentos empresariais. Além das ferramentas comuns aos sites, temos dois blocos de destaque, que são as áreas de Empregos e a do Espaço do Fornecedor.

PinusLetter:  Empregos voltados para a área florestal?
WDS: Sim. Cada revista apresenta no website, de forma individual, as vagas de empregos daquele setor específico. O bloco se destina tanto para as empresas publicarem as suas vagas, como para os profissionais se oferecerem ao mercado.  As vagas podem ser publicadas de forma confidencial ou aberta, por esse motivo a ferramenta pode ser utilizada para procurar profissionais de qualquer nível hierárquico, como, por exemplo, diretores e gerentes. É comum publicarmos vagas para engenheiros, médicos ou qualquer outro cargo técnico ou administrativo. Já foram publicadas muitas vagas internacionais. O cadastro da vaga é feito no próprio site, mas a mensagem ao cadastro não é liberada automaticamente, pois, antes de ser publicada, fazemos a confirmação da veracidade de todas as vagas.

PinusLetter:  Como funciona a Área do Fornecedor?
WDS: Como não publicamos, na revista impressa, nenhuma matéria com fins comerciais, os chamados “press releases” ou matérias pagas, sentimos a necessidade de abrir espaço ao fornecedor do setor para que ele publicasse gratuitamente matérias de seu interesse. É muito natural que o fornecedor precise promover seus produtos e suas ações, por esse motivo criamos esse espaço. Os textos são produzidos livremente pelos fornecedores do sistema em questão sem nenhuma ingerência da área de jornalismo da revista. Achamos que marketing é marketing e jornalismo é jornalismo. Aliás, é muito comum vermos, nesse bloco, textos que foram publicados como matérias jornalísticas em algumas revistas do setor.

PinusLetter:  Como você consegue aqui no Brasil manter um negócio onde quase tudo é gratuito?
WDS: Poderia falar muita coisa, mas cada área de negócio tem a sua dificuldade, a sua concorrência boa e leal, bem como a desleal e predadora. Não somos exceção como País. Além disso, estamos todos dentro deste mesmo cenário de mundo, de Nação (aí é que dói) e dos setores específicos. A poeira é grande, mas ainda está dando para ver a estrada e se manter em rumo saudável.

PinusLetter:  Quais os objetivos futuros?
WDS: Assim que o cenário nacional permitir, deveremos lançar a revista Opiniões para as áreas de Mineração & Siderurgia e a de Pecuária de Elite. Muito provável ainda em 2016.

PinusLetter:  O que mais lhe engrandece como ser humano e conceitualmente ao editar a revista?
WDS: Existe uma satisfação muito grande na atitude do buscar ser útil. Pela grande quantidade de e-mails, telefonemas e declarações pessoais que recebemos, temos segurança de estar fazendo um trabalho muito útil.

PinusLetter:  Qual é a sua grande conquista com a Revista Opiniões?
WDS: Ter inventado um jeito inédito de fazer jornalismo. É um jogo de ganha-ganha. Ganha quem escreve por difundir o conhecimento que desenvolveu, em regra são pessoas que experimentam um real prazer em trabalhar para o desenvolvimento do conhecimento humano. Gente pura, gente limpa, gente de estirpe.  Ganha o leitor porque, a cada edição, tem em mãos um verdadeiro congresso a respeito do assunto tratado. Ganha o fornecedor do setor, por dispor de uma publicação de credibilidade e alto nível de leitura, na qual pode associar a sua marca e seus produtos. Ganhamos nós da Revista por estarmos no meio dessa operação, desenvolvendo um trabalho economicamente viável e útil.

PinusLetter:  Falando em ganhar, vocês já ganharam alguma premiação importante por esse ineditismo e pela qualidade das revistas?
WDS: Sim. Ganhamos o Troféu Madeira em 2012 – de um evento muito sério, que laureia apenas 6 pessoas do setor a cada dois anos. Outro a destacar é que fomos finalistas no Prêmio Esso de Jornalismo – há mais de 50 anos é o mais cobiçado prêmio de jornalismo do Brasil – na modalidade Maior Benefício Gerado à Sociedade.  

PinusLetter:  Você tem alguma atividade além da revista?
WDS: Sim, sou presidente do Instituto de Psicologia Avançada de Ribeirão Preto (www.Ipa-Rp.Med.br), uma entidade sem fins lucrativos, implantada com 100% de recursos pessoais (não ligada a qualquer empresa, entidade, associação ou órgão público), com o objetivo exclusivo de prestar atendimento de Terapia Psicológica à população de baixa renda e ao fomento da Pesquisa & Desenvolvimento do conhecimento na área da psicologia. Na verdade, nele, eu fico apenas nos bastidores. A pessoa da linha de frente, responsável por quase tudo, o mecenas, desde o sonho até as chaves, é um amigo, chamado Carlos Lopes, o psicólogo-chefe, que comanda um bem estruturado, competente e compromissado grupo de terapeutas. Vale a pena as empresas conhecerem esse projeto, quer para obter seus serviços, quer para fomentá-lo. Vale a pena os RH’s das empresas se aproximarem dessa entidade. Dentre outras operações, o Instituto está preparado para prestar terapia individual, terapia para grupos específicos, como ansiosos, obesos, alcóolatras, dependentes químicos, portadores de doenças graves, mulheres vitimizadas, times de esportes (amadores e profissionais), trabalhos motivacionais com fins e metas específicos.

PinusLetter:  Falando de time, como é a equipe da Revista Opiniões?
WDS: Temos uma forma espartana de vida que reflete na conduta da administração da editora. Temos uma equipe enxuta, coesa, muito comprometida, de alta qualidade, com um bom tempo de casa, altamente profissional e de grande responsabilidade. Completa nossa equipe os profissionais autônomos que nos prestam serviços – todos os serviços técnicos são comprados fora. É gente que segue a mesma linha. Somos exigentes. Vivemos as dificuldades juntos e comemoramos muito as vitórias.  A vida na revista é exatamente como um parto. Dói para gerar e depois para parir, mas, quando você vê a edição nas suas mãos e nas mãos dos leitores, perde a lembrança das dificuldades e vê apenas que ela é saudável e linda. Cada funcionário é um pai/mãe. E, como não poderia deixar de ser, achamos que a nossa cria é a mais linda de todas.  Por isso mesmo, ao recebermos tantas mensagens de apoio e estímulos ao nosso trabalho, sentimos que o que fazemos compensa as dores dos partos. A vida tem sido assim: de parto em parto, de alegria a alegria.

Finalizando a entrevista, gostaria de manifestar ao William Domingues de Souza e a toda a equipe da Revista Opiniões Florestal dois sentimentos que tenho certeza expressam os pontos de vista de todos os amigos que tenho no setor de base florestal e que conhecem e leem essa revista: o de agradecimento e o de felicitações por tudo que a equipe tem realizado em benefício da sociedade florestal brasileira.  Obrigado amigos e sucessos agora e sempre. Vocês merecem.

Celso Foelkel 
Grau Celsius - Negócios em gestão do conhecimento

www.celso-foelkel.com.br
http://www.celso-foelkel.com.br/pinus/Pinus46_Revista_Opinioes.pdf