Me chame no WhatsApp Agora!

Joaquim Trecenti Barros Lordelo

Gerente Senior de Operações Florestais da Bracell

OpCP73

O que mais vem por aí?
A relevância do tema logística para o setor de florestas plantadas é inegável. Um dos aspectos que merece ser mencionado é o custo com o transporte da madeira que, com uma pequena ressalva sobre variação nas distâncias entre a base florestal e unidade consumidora, pode representar algo entre 30% a 40% do custo final da madeira entregue.

Além do fator financeiro, destacado acima, outro item é a segurança no transporte desses produtos, que é prioritariamente realizado por rodovias em diversos estados brasileiros.

Portanto, é fundamental mencionar a grande evolução no fator segurança destas operações, que reflete na redução do número de acidentes envolvendo veículos no transporte de madeira e na diminuição da gravidade da maioria das ocorrências. Algumas empresas expressaram essas quedas por meio de dados reais e, em alguns casos, as taxas de acidentes por milhão de quilômetros rodados tiveram queda de mais de 90%.

Há alguns meses, escrevi outro artigo para a Revista Opiniões, no qual pude apresentar as evoluções que tivemos na Bracell com a implantação da nossa central integrada de controle logístico. Volto neste tema para destacar uma das ferramentas: a câmera de monitoramento de fadiga.

Essa importante iniciativa foi implementada em toda a frota de transporte de madeira e celulose da Bracell, considerando veículos próprios e de terceiros.

Como resultado, o uso da câmera nos trouxe a possibilidade de tratar, preventivamente, comportamentos inadequados durante a condução dos veículos e, também, monitorar o nível de fadiga ou sonolência. Pouco mais de dois anos da implantação, a quantidade de eventos considerados críticos na Bracell está abaixo de 0,5% do total indicado pela inteligência artificial das câmeras.

O que reforça como a utilização da tecnologia, somada aos processos que sucedem à identificação dos desvios, tem tornado nossa operação cada vez mais segura.

A evolução nos caminhões e implementos também têm se mostrado cada vez mais importantes, considerando o aumento em suas potências e em suas capacidades de carga. Contudo, sabemos que existe ainda espaço para novas mudanças e evoluções, mas vale lembrar que algumas demandarão esforço técnico e político para ajustar a legislação vigente. Um desses avanços seria, por exemplo, a utilização de caminhões com 90 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC), como já acontece com o setor sucroenergético.

Ampliar esforços na engenharia de materiais também está entre as grandes possibilidades de avanços com os equipamentos que poderia ser transformadora para o setor. Nessa frente, seria possível discutir a utilização de materiais como, por exemplo, o grafeno, o kevlar e outros na confecção de implementos, reforços estruturais ou outras aplicações. Essa mudança traria ao setor uma evolução em competitividade, já que a redução no peso dos equipamentos provocaria aumento da resistência e, consequentemente, maior disponibilidade desses e redução dos custos das operações.

Falando sobre competitividade, é importante reforçar o papel crucial da sustentabilidade dos negócios a longo prazo e sua contribuição com o futuro do planeta. Neste contexto, o destaque fica para os combustíveis.

A curto prazo, o setor tem uma grande oportunidade para evoluir em eficiência energética e não me refiro apenas ao conceito de fazer mais (maior quilometragem) com menor consumo. Há outras decisões estratégicas que a empresa pode tomar e que impactarão na sua eficiência.

Um exemplo que parece ser simples, mas que traz excelentes resultados como constatamos ao adotar na Bracell, é o uso correto dos pneus.

Sim, a correta calibragem traz um impacto importante na redução de consumo de combustíveis. Com uma rotina de checagem é possível garantir que os pneus estejam sempre dentro das especificações apontadas pelo fabricante e obter uma melhor
performance.

Ainda sobre pneus, na Bracell passamos também a usar, em nossa matriz decisória, a classificação do InMetro (Portaria de número 379, de setembro de 2021) – aquela etiqueta aplicada pelos fabricantes. Estes adesivos presentes nos pneus, conforme imagem abaixo – obtida no site da Anipa – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, trazem uma série de informações muito importantes para os consumidores como, por exemplo, o nível de ruídos produzidos, comportamento nas vias com presença de água e, o que passamos a considerar, a classificação do consumo de combustível.

De modo geral, a médio prazo, a questão da sustentabilidade e eficiência energética traz a necessidade de discutir sobre combustíveis alternativos que possam entregar uma redução significativa nos níveis de emissões de dióxido de carbono (CO2).

O tema é tão relevante e complexo que necessita de um artigo à parte para explorar com mais detalhes as opções de veículos movidos a energia elétrica, gás natural, biometano, nitrogênio ou outros.

Contribuir com a minha visão sobre temas relevantes em eventos do setor, são fontes de inspiração para seguirmos com foco na melhoria contínua. Afinal, ampliar o conhecimento por meio de agendas como essas, que unem os melhores especialistas, é fundamental para ampliarmos a competitividade de maneira eficaz e sustentável.