Em todo o mundo, a ciência vem ampliando o conhecimento sobre a importância das florestas na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. É fato que as florestas nativas são os ecossistemas mais importantes para mitigar esse problema, pois estudos indicam que elas sequestram cerca de duas vezes mais dióxido de carbono do que emitem.
E quanto à silvicultura? As florestas plantadas também têm essa capacidade de atuar como um “sumidouro de carbono”? Para o Brasil, como maior exportador de celulose do mundo, essa discussão é ainda mais importante ao considerarmos que o cumprimento das metas climáticas do País pode ser muito favorecido por esse tipo de produção, que hoje já traz diversos benefícios econômicos para a nação.
Atualmente, o setor de árvores plantadas no Brasil possui uma base 100% renovável, cujo potencial de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas é diretamente proporcional à capacidade de criação e aproveitamento de mecanismos de mercado de carbono.
Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores – IBÁ, estima-se, por exemplo, que os 9 milhões de hectares de área de plantio florestal no Brasil são responsáveis pelo estoque de cerca de 1,88 bilhão de toneladas de dióxido de carbono. Além dos estoques de carbono das árvores plantadas, o setor gera e mantém reservas de carbono na ordem de 2,6 bilhões de toneladas de CO2eq e de 5,9 milhões de hectares na forma de Reserva Legal (RL), Áreas de Proteção Permanente (APP) e outras áreas de conservação.
Na discussão sobre o tema, há muitos que defendem que o setor de florestas plantadas deve ter sua captura de carbono considerando seus ciclos de produção, o que faria com que, a cada colheita, a captura de carbono voltasse à estaca zero. Contudo, apesar de ocorrer o corte da madeira, é justamente durante os primeiros anos de crescimento das florestas que ela estoca mais carbono. Uma floresta madura tem seu estoque de carbono, mas grande parte dele é utilizado no equilíbrio da própria floresta.
Além disso, os ciclos de plantio são bem planejados e, enquanto algumas porções de árvores são colhidas, resultando em emissões de carbono, outras são deixadas para crescer, absorvendo carbono. Outro ponto relevante é considerar o ciclo de vida do produto como um todo: o produto da silvicultura se renova, ele não termina na colheita da árvore, é transformado em novos produtos. É fundamental observar não apenas uma parte do processo, mas a metrificação do mercado do carbono na silvicultura considerando o ciclo de vida que aquele produto gera.
A escala das remoções produzidas por incrementos de estoques florestais e a capacidade de manutenção por prazos longos fazem com que a floresta de produção tenha um potencial enorme de contribuição no combate às mudanças do clima, sobretudo ao longo das próximas décadas.
Mesmo com todos esses fatos, as corporações do setor precisam ir além do fato de que seu negócio já é, por si só, carbono zero, porque têm e mantêm florestas. No caso da Veracel, por exemplo, apesar de a companhia já trabalhar em prol da diminuição dos impactos ambientais em todas as suas ações e de já emitir muito menos carbono do que captura, buscamos sempre ir além e estamos entrando de maneira muito estratégica no mercado para redução de carbono.
No último levantamento realizado pela empresa, as emissões representavam menos de 1% do valor de carbono que a companhia captura com as florestas, isso sem incluir as plantações dos produtores parceiros, o que reduz ainda mais essa conta. A Veracel mantém ainda um Programa de Restauração Florestal que, além de estabilizar o consumo de carbono, também contribui, a longo prazo, para a proteção da biodiversidade e os impactos climáticos.
Quando se analisa o todo, podemos concluir que a silvicultura, quando bem manejada, mostra-se um excelente sumidouro de carbono e contribui efetivamente para a cadeia reguladora desse serviço ecossistêmico do País. Isso significa que as árvores plantadas têm papel importante na captura de carbono e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, problemas que tanto impactam a vida da sociedade e a biodiversidade mundial.