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Osvaldo Malinowski

Diretor da Imbau Transportes e Serviços

Op-CP-06

Tecnologia florestal: capacitar para usufruir

Partindo da definição de tecnologia, técnica moderna e sofisticada, entendemos que a mecanização florestal, que vem ocorrendo desde os anos 90, com a abertura do mercado pelo governo brasileiro, é, sem dúvida, o retrato tecnológico do setor. Paralela a essa tecnologia, há a necessidade de modernizarmos nossos conceitos, no que diz respeito à mão-de-obra, conscientização ambiental e segurança.

O principal objetivo da mecanização florestal é a obtenção do menor custo de produção no sistema de colheita de madeira, que vai desde a derrubada, até a madeira ser posta no pátio da indústria consumidora.

Entre os benefícios da mecanização estão: redução de mão-de-obra; facilidade de gerenciamento do processo; aumento da produtividade, da qualidade e da eficiência; redução dos custos operacionais e dos impactos ambientais; possibilidade de operação 24 horas, em condições climáticas adversas; redução dos acidentes de trabalho; melhores condições ergonômicas para o trabalhador; e também condições de melhores salários.

Devido à grande velocidade de introdução dos equipamentos mecatrônicos no mercado, a maioria dos operadores não absorveram esta alta tecnologia, o que, sem dúvida, é uma das maiores dificuldades que ainda enfrentamos: falta de profissionais capacitados, o que, muitas vezes, acaba tornando toda a tecnologia ociosa.

A absorção dos conhecimentos técnicos e operacionais das máquinas pelos supervisores, mecânicos e operadores, está diretamente ligada à promoção da capacitação desses profissionais. Por esse motivo é que o foco principal do momento é o treinamento, priorizando a capacitação dos operadores, mecânicos e supervisores de operação e manutenção, para que possam enfrentar os avanços tecnológicos impostos pelo mercado.

O desempenho dos equipamentos necessita da combinação operativa entre o homem e a máquina, para utilizar todo o potencial de produtividade que a alta tecnologia destas proporcionam. Nos dias de hoje, já temos um perfil traçado para o futuro operador, com identificação das competências necessárias, incluindo a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes profissionais, necessárias ao desempenho de atividades, segundo padrões de qualidade e produtividade exigidos pela natureza do trabalho.

Assim, o operador precisa ter conhecimento em: sistemas de colheita florestal, micro planejamento e preservação do meio ambiente, princípios da mecânica, hidráulica, elétrica, eletrônica e da mecatrônica, bem como ter capacidade de realizar pequenos reparos e diagnosticar problemas nestas áreas. Na automação, é necessário que saiba fazer ajustes, regulagens e programação da máquina.

A junção de todas essas habilidades define-nos o conceito de operador mantenedor, que produz segundo os padrões de qualidade, produtividade e eficiência operacional e mecânica, necessários ao desempenho da atividade. Faz-se necessário o desenvolvimento de tais habilidades, e, para tanto, surgem as parcerias para treinamento de pessoas, uma delas com o SENAI, dentro do projeto estratégico “Colheita Florestal”, surgida a partir da escassez de treinamentos ofertados pelos fabricantes.

Outro elemento foi o desenvolvimento de um centro, dentro da própria empresa, para aprimoramento e aprofundamento das habilidades necessárias à operação. A gestão de manutenção e operação, para equipamentos mecatrônicos, deve considerar, em primeiro lugar, a integração dos departamentos de manutenção e operação, para tanto, é preciso uma boa logística de campo, com abastecimento ágil, disponibilidade e rapidez de suprimento.

O sucesso do processo de mecanização da Colheita Florestal está na alta eficiência das máquinas. A manutenção preventiva reduz os tempos de interrupções das jornadas de trabalhos e também contribui para obtenção de custos operacionais menores. O sistema de gestão de informação da operação também passa a ser essencial nesse processo, o qual nos dá condições, diariamente, de levantar a produção, o custo, as horas paradas dos equipamentos e outras variáveis referentes às operações.

Os sistemas tipo ERP (Enterprise Resource Planning) são uma boa ferramenta de controle. A credibilidade de todo esse processo de gestão está embasada num sistema de qualidade, com a certificação ISO 9001/2000, mostrando-se eficiente, há mais de dois anos, na Imbaú. Outra preocupação com os processos mecanizados é a preservação do meio ambiente.

Neste quesito, a conscientização de todos os envolvidos e a certificação ambiental ISO- 14001, a qual estamos buscando, passam a ser de extrema importância. Assim, as atividades realizadas estarão em conformidade com os mais altos padrões de qualidade ambiental. Ao falarmos em tecnologia, não podemos deixar de mencionar o item saúde e segurança do trabalho, evitando danos ao trabalhador e desperdícios para a empresa.

Os novos equipamentos florestais prevêem vários fatores de segurança e bem-estar dos operadores. Detalhes, como a redução dos ruídos, a melhoria da climatização e da iluminação, fazem da ergonomia um fator preventivo fundamental. A conscientização comportamental, através do treinamento, para a identificação das condições inseguras, vem mostrando resultados satisfatórios.

As inovações tecnológicas mudaram a competitividade dos negócios definitivamente, porém, ainda há muito a desenvolver e implementar. A capacidade de treinamento ainda não está acompanhando essa evolução, assim, precisamos, insistentemente, melhorar os níveis de investimento em capacitação profissional, pois, somente desta forma, conseguiremos usar os reais benefícios da tecnologia.