O setor de árvores cultivadas tem evoluído nos três pilares fundamentais: ambiental, econômico e social. Quanto mais mantém um olhar cuidadoso para o meio ambiente, mais gera oportunidades a milhares de brasileiros. Ao passo que investe em tecnologia e está cada vez mais imerso na era da informação e conectividade, trata de capacitar e gerar renda em locais afastados dos grandes centros.
Desde que assumi a presidência da Ibá, em março de 2019, tenho viajado o País visitando laboratórios, unidades fabris e florestas cultivadas. É inegável o avanço que a indústria tem levado ao interior do Brasil e o alento para trabalhadores que identificam, na atividade florestal, uma chance profissional. Atualmente, são mais de 1.000 cidades localizadas na zona de influência da indústria. Mais do que o número abrangente, o setor atinge regiões socialmente deprimidas, levando até esses locais um sopro de esperança.
Além disso, comumente, as árvores são cultivadas em áreas anteriormente degradadas pela ação humana. Somente nos plantios, o setor estoca 1,7 bilhão de CO2 equivalente. Essa indústria ainda conserva 5,6 milhões de hectares de mata nativa, estocando mais 2,5 bilhões de CO2.
São mais de 500 mil empregos gerados diretamente pelas empresas de árvores cultivadas. Mas, quando se abre esse leque, a penetração é ainda maior. Analisando vagas indiretas e efeito renda, o número sobe para 3,8 milhões de brasileiros ligados à indústria. É muita gente.
Aliás, a chegada do setor em cidades menores é um incentivo para empreendedores formalizarem seus negócios. A oportunidade de um pequeno prestador de serviço em trabalhar com uma empresa de porte faz com que esse movimento para deixar o mercado informal se torne um caminho viável.
A boa notícia é que esses números tendem a aumentar. Esse é um setor que está investindo para, cada vez mais, ser uma opção sustentável a qualquer material de origem fóssil. Nanocelulose, bio-óleos, fios têxteis são apenas alguns exemplos de itens essenciais para nosso dia a dia e que atendem à nova era da economia de baixo carbono.
Para isso, investimentos de R$ 32,9 bilhões já estão anunciados e, alguns deles, em andamento. Esse montante será revertido para tecnologia, pesquisa, unidades fabris e florestas, impulsionando o número de colaboradores do setor, aumentando o raio de atuação. Com esse aporte, são mais 36 mil empregos nas obras e 11 mil vagas fixas na operação dos empreendimentos.
A Klabin, com investimentos de R$ 9,1 bilhões na cidade de Ortigueira (PR), irá gerar 9 mil empregos no pico de obra do Projeto Puma II, que abrange a construção de duas máquinas de papel, com produção de celulose integrada. A Berneck iniciou as obras da nova unidade da empresa, que produzirá MDF e serrados em Lages (SC), com mais R$ 850 milhões investidos. No Mato Grosso do Sul, a Eldorado tem iniciada a construção de uma usina de energia a partir de biomassa renovável, com investimento de R$ 350 milhões e que deverá empregar até 1.500 pessoas nas obras.
Em Três Barras (SC), a WestRock está desembolsando mais R$ 1,3 bilhão, com 2.700 vagas temporárias, enquanto, em Porto Feliz (SP), a companhia inaugurou sua nova unidade em 2019, com 500 empregos diretos e indiretos na região. A Bracell aplica R$ 7,5 bilhões também no interior de São Paulo, em Lençóis Paulista, o que deve gerar 7,5 mil vagas no período de implantação. Já a Duratex, com investimentos de R$ 3,5 bilhões, em Araguari (MG), abrirá mais 6,5 mil vagas. Nesses dois casos, as empresas trabalharão com celulose solúvel, produto inovador, que é capaz de produzir lenços umedecidos e tecidos finos para confecções.
Outros dois investimentos levam oportunidades ao Nordeste: um projeto da WestRock e outro da Klabin, mostrando a amplitude de regiões que esses investimentos cobrem. São duas novas fábricas de embalagem de papel, um importante protagonista da bioeconomia.
Essa indústria é movida por pessoas e para pessoas. Por isso, ultrapassando a barreira do campo profissional, o setor de árvores cultivadas mantém importante diálogo com as comunidades do entorno. Mais de 1,5 milhão de pessoas estão sendo beneficiadas em programas socioambientais, como projetos de fomento, geração de renda, cultura, educação, entre outros.
Se falamos de futuro, falamos de indústria de base florestal. Sustentável, de olho nos novos usos da madeira cultivada, inovadora, economicamente sólida e que gera oportunidades em todo o nosso território.