A pandemia do novo coronavírus criou um cenário de novos desafios em todas as áreas, em todo o mundo, e não é diferente para o Brasil. A realidade está mostrando que, apesar de não serem novidades em muitas companhias, os usos de tecnologias, particularmente de ferramentas tecnológicas de comunicação remota, no atual cenário de trabalho, são fundamentais.
O uso dessas tecnologias que permitem reuniões, compartilhamentos de apresentações e de arquivos sem contato físico já é realidade, porém as empresas ainda estavam presas a uma dinâmica de trabalho mais convencional, na qual muitas tarefas, processos e reuniões se davam pela presença e/ou contato físico, dentro de um ambiente de trabalho compartilhado por seus colaboradores, tratando essa dinâmica de tarefas presenciais como indispensáveis.
Com os adventos e avanços das tecnologias dos programas de comunicação via internet, algumas empresas já estavam a adotar o home office ou a flexibilização do horário de trabalho, sob o argumento de que essas medidas aumentaram a produtividade e a qualidade de vida de seus colaboradores.
Atualmente, a necessidade obrigatória do distanciamento social, imposto como medida de prevenção para conter a dispersão do vírus, fez colocar em questão se realmente é preciso as empresas terem, para todas as tarefas, ambientes físicos compartilhados de trabalho para desenvolver suas atividades, podendo, assim, eliminar burocratizações e economizar em processos que sejam onerosos.
Portanto as empresas precisam se adaptar a essa nova realidade, não somente com seus colaboradores, mas também com seus clientes, parceiros e fornecedores. Vale ressaltar que a pandemia fez antecipar a reflexão sobre as atividades e profissões que, num futuro próximo, correm risco de desaparecer, principalmente as que não forem vinculadas a comunicação, criatividade e inovação.
Paralelamente, setores e atividades com processos operacionais, há algum tempo, já vinham substituindo pessoas por máquinas e automatizando ou mecanizando ao máximo os seus processos, visando reduzir custos e atender às necessidades, cada vez mais exigentes, do mercado.
No setor florestal não é diferente, pois o setor vem evoluindo e adaptando seus participantes às novas tecnologias apresentadas em toda a cadeia produtiva, novas tecnologias essas que já reduzem ou eliminam a necessidade de mão de obra direta, intensiva e presencial em alguns processos produtivos, ou eliminando a necessidade de trabalho de campo, reduzindo os deslocamentos e os contatos com outras pessoas.
Alguns exemplos estão nas áreas de colheita florestal, do controle da qualidade na silvicultura, no monitoramento do transporte por telemetria, na mensuração florestal, na captura remota de dados para a avaliação de terras e florestas, em tecnologias preditivas para análise de investimentos, planejamento da produção e da antecipação de cenários.
Esses são exemplos onde os avanços estão ocorrendo, em atividades que já eram desenvolvidas com técnicas conhecidas, mas a velocidade dessas práticas é que está mais acelerada em meio aos avanços tecnológicos, imprimindo poder de decisão com maior prontidão e precisão.
A avanço tecnológico está impactando, reservadas as proporções, os trabalhos em todos os níveis, seja em uma grande ou em uma microempresa, que já usam ferramentas tecnológicas para organizar, administrar e realizar seus processos operacionais, administrativos ou financeiros, sendo que o conceito de lean office, ou escritório enxuto, está sendo cada vez mais adotado.
Para as empresas, o uso de tecnologias não é mais um diferencial, mas uma condição obrigatória para a manutenção da competitividade em qualquer segmento. Nesse novo cenário de trabalho, é importante tanto as empresas como os profissionais estarem atualizados no seu segmento de mercado, frente à influência da tecnologia.
Diante de tudo isso, um dos desafios, a partir de agora, é garantir o contínuo avanço da tecnologia no cenário atual de trabalho, e, para isso, será necessário entender que é preciso inovar. A inovação passa pela criação de melhores soluções para determinados problemas, e, nesse contexto, as soluções criativas nem sempre necessitam de alta tecnologia, sendo o mais fundamental a capacidade de compreensão dos problemas e das necessidades específicas.
As soluções tecnológicas começam a aparecer pelo uso da criatividade a partir de um novo olhar para um problema antigo, sendo esta, por sua vez, favorecida pela troca de informações e pela interação próxima entre pessoas reunidas em um mesmo espaço, as quais, com a troca de ideias, abrem a possibilidade de criar.
Contudo não há uma compreensão total de como o trabalho remoto realizado fora de uma estrutura organizacional afetará a criatividade das pessoas; o certo é que a transformação é inevitável, e o avanço da tecnologia que hoje nos permite realizar tarefas e solucionar problemas de forma remota deverá ser o mesmo que indicará o caminho para garantir o crescimento econômico e uma recuperação com garantia de sustentabilidade.