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Adriano de Oliveira Ferreira

Coordenador de Silvicultura da Klabin

Op-CP-51

Produção e sustentabilidade
O setor brasileiro de florestas plantadas é, atualmente, uma referência mundial. Isso se deve, primeiro, a uma sólida produtividade capaz de garantir bons resultados econômicos e tornar a produção nacional mundialmente competitiva, aos seus compromissos e ações sustentáveis em relação ao melhor e mais responsável uso das florestas e, finalmente, a cada vez mais vigorosos investimentos em inovação. 
 
Em conjunto, e alinhados aos benefícios ambientais da atividade florestal, pode-se destacar ainda o papel do setor na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas por meio da regulação hidrológica, saúde do solo e conservação da biodiversidade, benefícios possibilitados, por exemplo, pelo manejo florestal em mosaico. Esse sistema consiste no plantio intercalado de florestas de diferentes gêneros, espécies e idades à preservação e à conservação de florestas naturais. O plantio de florestas nesse sistema contribui ainda para a redução dos gases do efeito estufa na atmosfera por meio da ampliação do abastecimento de oxigênio para o planeta. 
 
Essa relação entre produção e sustentabilidade é destinada ao cultivo e produção de madeira, que abastece, em destaque, empresas de celulose e papel, painéis e pisos, carvão vegetal, biomassa, além de outras dezenas de subprodutos não madeireiros.
 
No caso da Klabin, pode-se apontar sua forte atuação florestal majoritariamente localizada na região Sul do Brasil. As atividades de silvicultura da empresa se concentram entre os estados do Paraná e Santa Catarina, que, por sua vez, concentram mais de 76% de todo pínus plantado no País (1,6 milhão) e cerca de 5% de todo eucalipto (5,7 milhões). Nesse ponto, as áreas se destacam por também apresentarem grandes desafios para a manutenção e aprimoramento de práticas sustentáveis alinhadas ao equilíbrio da produtividade e conservação biológica, uma preocupação constante da companhia desde o início de sua operação.

Além disso, e complementando, é possível que nos deparemos com operações desafiadoras que envolvem alta declividade, volume acentuado de precipitação, extremas baixas de temperatura e ventos fortes. Desafios constantes que demandam comprometimento e a alta capacitação da mão de obra, empenhada em realizar o manejo das operações com excelência. Nesse sentido e diante desses cenários, é fundamental que toda e qualquer atividade seja previamente avaliada, recebendo recomendações técnicas pontuais e assertivas. 
 
E isso vai além de apenas uma planilha com uma lista de operações padronizadas. Estamos falando de algo muito maior, mais elaborado, didático e científico. Nesse ponto, a tomada de decisões é compartilhada por diversas áreas, uma composição de grupos multidisciplinares integrados por planejadores, pesquisadores, projetistas e técnicos.

O ganho maior dessa multidisciplinaridade está, por exemplo, na abertura de discussões com a equipe operacional, pois, como vimos, os desafios são grandes e as variáveis, ainda maiores. Atuamos também, por exemplo, na maior parte das vezes, em áreas de conversão de pastagens, que, muitas vezes, apresentam alto grau de degradação; em áreas com mais de um ciclo de florestas, cujas características inerentes ao sistema fazem com que seja necessário utilizar robustas e novas tecnologias que permitem minimizar os impactos ambientais e, ao mesmo tempo, aumentar eficiência das operações; em áreas que contêm alto volume de resíduos, como tocos e galhos, a indispensabilidade de realinhamento dos plantios e, por vezes, a correção das curvas de nível. Tudo isso pensado e feito de forma a sempre buscar atender às expectativas e às necessidades dos clientes (colheita, logística e todos os demais), sustentando a eficiência operacional do negócio.
 
Visto isso, pode-se considerar que a evolução das operações florestais seguem um viés muito mais sustentável operacional, economica e ambientalmente, pilares característicos de empresas certificadas e que seguem preceitos conservacionistas atestados pelo selo FSC (Forest Stewardship Council). Outra característica de nossas operações, ainda, é a alta quantidade de mão de obra local envolvida em diversas etapas no processo. Isso porque algumas atividades ainda não foram substituídas por alta tecnologia, devido, principalmente, às condições topográficas da região da nossa base florestal.

Nem assim,  no entanto, a companhia se acomoda. Diariamente, equipes internas voltadas a projetos atuam com dedicação e foco no desenvolvimento e na adaptação de ferramentas tecnológicas. Algumas delas já utilizadas em outros empreendimentos florestais, outras que possam ser desenvolvidas ou adaptadas à funcionalidade em nossa realidade. 
 
Outro fato que nos diferencia de outras empresas do setor é o manejo com dois diferentes gêneros: pínus e eucalipto. Essa característica do nosso plantio/manejo influencia todo o sistema operacional, pois cada tipo de árvore tem características próprias, como adubação, controle de matocompetição, pragas e doenças. 
 
Por outro lado, essa diversidade também apresenta vantagens, como a minimização dos riscos fitossanitários, além de uma melhor recarga do solo no ciclo de nutrientes e água devido à mescla de diferentes idades de plantio no sistema. Ainda assim, a empresa investe continuamente no desenvolvimento de materiais genéticos adaptados a essas condições. Os novos clones de espécies são testados não apenas quanto à sua capacidade produtiva (m³/ha ou IMA/cel), mas também em relação à resistência às principais doenças de ocorrência local, como ferrugem, manchas foliares e murchas vasculares. 
 
O monitoramento de pragas, realizado tanto por equipes em solo (ou em campo), como por meio do uso de imagens de satélite e drones, nos traz ainda mais assertividade na tomada de decisão das etapas operacionais, garantindo, assim, a minimização dos problemas eventualmente gerados pelas condições topográficas e a evolução da excelência operacional e produtiva da companhia, nos tornando grande player do mercado.
 
As informações históricas das florestas são armazenadas e tratadas de forma automática pelos sistemas e estão em constante evolução. Esse fator também se torna cada vez mais presente nas decisões operacionais. A evolução da capacidade produtiva é uma soma de vários fatores. Aqui, podemos considerar o melhoramento genético das espécies, a estruturação de uma área/equipe específica na maior parte das companhias, o monitoramento e a melhoria constante da tomada de decisões a tempo e a hora.

Nesse ponto, também é importante ressaltar a fundamental contribuição do sistema de manejo, que faz com que nossas florestas funcionem como verdadeiros investimentos: se investido no tempo certo, é possível receber rendimentos maiores ou menores. Isso significa que as intervenções devem acontecer de forma mais precisa possível, ou com as melhores definições geradas pela base de dados, que aponta como exemplo o número de plantas por hectare ideal para cada sítio. 
 
Nesse sentido, olhar a silvicultura com mais indicadores demanda um grande apoio das equipes de mensuração: as projeções facilitam muito o planejamento a longo prazo. Um exemplo é a relação de R$/t na fase inicial da floresta, fator que pode justificar novos e necessários investimentos. A dificuldade, nesse ponto, porém, também pode ser alta: como o ciclo de eucalipto é de mais ou menos 7 anos e pínus 14 anos,  isso faz com que, em alguns casos, os aportes fiquem para segundo plano.
 
Como vimos, o potencial produtivo de nossas florestas, aliado à necessidade permanente de crescimento e abastecimento de madeira para fábricas de celulose e papel, além de polos madeireiros, exige a superação diária e contínua de muitos obstáculos. Assim, com atenção e entusiasmo constantes, pela Klabin, são imprescindíveis a continuação e a ampliação de avanços em inovação tecnológica, científica e de gestão.