Me chame no WhatsApp Agora!

Fabiano Antonio Rodrigues

Diretor Florestal e Suprimentos da Sylvamo

OpCP73

Gestão eficiente de plantios florestais comerciais
A gestão eficiente de um plantio florestal comercial requer um cuidadoso equilíbrio entre o orçamento operacional e os riscos envolvidos. O setor florestal desempenha um papel crucial na economia, fornecendo a principal matéria-prima para a indústria de papel e celulose. No entanto, diversos fatores exercem influência na produtividade florestal e impactam diretamente os resultados financeiros destas empresas.
 
Em um mundo em constante transformação, onde megatrends moldam os caminhos da economia e da sociedade, torna-se imperativo que a gestão de riscos florestais também considere as tendências globais.

A observação atenta das megatrends, como as mudanças climáticas, avanços tecnológicos e dinâmicas de mercado, oferece uma base sólida para uma tomada de decisão informada. Conectar essas tendências aos principais objetivos da gestão de plantios florestais comerciais possibilita uma abordagem mais estratégica e adaptativa.

Entre os riscos mapeados recentemente estão os relacionados aos efeitos da mudança climática e seus impactos sobre a produtividade. Dentre os riscos mapeados que afetam a produtividade, as recentes alterações climáticas têm levado a eventos extremos, como secas prolongadas, chuvas intensas e aumento da temperatura, impactando o desenvolvimento das florestas comerciais e afetando a disponibilidade de madeira necessária para a indústria.

Outro risco significativo é a incidência de pragas, doenças e incêndios florestais. Esses problemas podem se espalhar rapidamente e causar danos consideráveis, resultando em perdas financeiras substanciais.  A prevenção, detecção precoce e controle efetivo desses agentes são fundamentais para mitigar os riscos e preservar a produtividade das florestas. Investimentos em técnicas de monitoramento, manejo integrado de pragas e doenças, além de planos de combate a incêndios florestais, são essenciais para proteger os plantios.

Além disso, é importante considerar a necessidade de alocação de materiais genéticos específicos para cada site, utilizando a diversificação de materiais como estratégia de gestão de riscos. A utilização de diferentes materiais adaptados às condições locais reduz a vulnerabilidade dos plantios florestais a fatores de risco específicos, como pragas e doenças. A diversificação genética fortalece a resiliência dos plantios e aumenta as chances de sucesso em diferentes cenários.

Gargalos de infraestrutura e logística podem resultar em atrasos, aumento dos custos operacionais e impacto negativo na eficiência geral dos processos, que, apesar de não impactarem diretamente sobre a produtividade florestal, reduzem a competitividade no custo da madeira.

Investimentos na melhoria da infraestrutura logística são essenciais para otimizar as operações florestais e reduzir os riscos associados à falta de infraestrutura adequada. Reforçando a importância de um orçamento operacional flexível, é fundamental entender que isso não significa deixar de lado o conceito de fazer mais com menos. 

Um orçamento flexível permite a adaptação às condições variáveis do mercado, mas também exige uma alocação estratégica de recursos. Isso envolve o planejamento cuidadoso das despesas, identificação de prioridades e a busca de eficiência em todas as etapas do processo produtivo. A implementação de tecnologias avançadas, como sistemas de automação e otimização, pode contribuir para a maximização de recursos e da produtividade.

Na gestão eficiente de riscos, investimentos em sistemas de controle e monitoramento podem ajudar bastante. A implantação de torres de controle a partir de sensores instalados em equipamentos permite uma rápida tomada de decisão e correção de desvios em relação ao prescrito.

A detecção precoce de desvios, como dosagens, tempo perdido, rotas, consumo de combustível, permite a adoção de medidas imediatas de manejo e controle, minimizando desperdícios de recursos e gerando contingência. A qualificação da mão de obra também é um fator crítico para a produtividade florestal. A falta de profissionais capacitados e treinados adequadamente pode comprometer a eficiência das operações florestais.

A falta de conhecimento técnico e habilidades específicas pode levar a práticas de manejo inadequadas, afetando a qualidade e a produtividade geral. Investir em programas de capacitação e desenvolvimento de competências é primordial para contar com uma mão de obra qualificada.

Diante deste cenário complexo, é essencial que as empresas florestais adotem uma abordagem estratégica para gerenciar seu orçamento operacional de forma eficiente. Isso envolve a alocação adequada de recursos para medidas preventivas, investimentos em tecnologias, melhoria da infraestrutura logística, alocação de materiais genéticos específicos para cada site e investimentos em capacitação de mão de obra.

A garantia da sustentabilidade e rentabilidade dos plantios comerciais no longo prazo passa pelo enfrentamento destes e de outros desafios que surgirão, com competência, criatividade e seriedade, sempre conectando as tendências aos objetivos estratégicos da gestão.