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Nagi Nader

Gerente de Operações Florestais da Masisa do Brasil

Op-CP-42

Aguardando a retomada do crescimento
O setor florestal brasileiro é um dos mais desenvolvidos e produtivos do mundo, o que nos garante alta competitividade. Nosso sucesso está alicerçado nos investimentos em tecnologia e condições edafoclimáticas privilegiadas, além de sermos destaques no nível de conhecimento, comprometimento e dedicação dos profissionais do setor. Em comparação ao Chile, que é um país referência em técnicas de produção florestal, a produtividade média/ano chega a 18 m3/ha, enquanto, em nosso país, chega a inacreditáveis 50 m3/ha.

Por esses motivos, o Brasil é, hoje, um dos países com maior montante de investimentos em terras florestais no mundo. Atualmente, o cenário do setor florestal é de queda de preços de madeira e redução de empregos. A exceção é o setor de celulose, que está retomando suas forças em relação aos demais segmentos do setor florestal, comprovado com grandes investimentos em novos players nesse setor, alavancando, assim, exponencialmente o consumo de madeira para esse fim.

 
Com o cenário econômico desfavorável para grande parte dos setores produtivos, a cultura de florestas plantadas, em algumas regiões, enfrenta acentuadamente uma competição pelo uso do solo, especialmente se comparado à agricultura e pecuária, em virtude de sua rentabilidade e ciclos de produção. Neste cenário de crise econômica, os produtores de florestas devem intensificar a diversificação de sua produção, com foco no aumento de valor agregado, como o manejo de florestas de melhor qualidade que atendam a demandas das indústrias de serrarias, laminação, entre outras. 
 
Porém nossos principais limitantes estão concentrados na falta de infraestrutura de rodovias e portos para suportar o escoamento da produção. E, ainda, a malha ferroviária que temos hoje não atende ao nosso potencial de produção e à necessidade de expedição, fato que implica custos logísticos mais altos, tornando inviável a implantação de florestas que não estejam muito próximas aos centros de consumo dessa madeira. Especificamente nos estados do Sul do País, temos uma grande demanda de produtos agrícolas para escoar via férrea, ficando os produtos florestais em segundo plano, pois os produtos agrícolas são, em sua maioria, perecíveis.
 
Cargas tributárias elevadas e, mais recentemente, a perda de credibilidade econômica do País tornam esse cenário um pouco mais difícil. Dessa forma, diante de tantos desafios, devemos adotar, imediatamente, uma estratégia de sobrevivência para o curto prazo e reajustar os negócios para o médio e longo prazo. Intensificar o foco no contínuo trabalho de melhoria da produtividade e competitividade das florestas plantadas com a finalidade de aumentar a oferta de madeira de qualidade para todos os produtos desse setor, agregando valor na base industrial, para tornar crescente nossa participação no mercado nacional e internacional, tanto de celulose quanto de madeira serrada, painéis de madeira e demais produtos.

Visar ganhos de competitividade, com base no desenvolvimento tecnológico, nos aspectos do melhoramento genético, das melhorias nas técnicas de plantio, fertilização e de manejo de solo, pois, em comparação com o avanço tecnológico obtido na área de colheita de madeira, a silvicultura ainda tem espaço para desenvolvimento e aperfeiçoamento. O setor florestal gera um Valor Bruto da Produção de R$ 53,9 bilhões e uma contribuição tributária entre R$ 7 e 8 bilhões; com isso, temos representatividade suficiente na economia para influenciar positivamente a tomada de decisões.

 
Uma decisão que poderá dar um significativo incremento nos investimentos florestais é o fim da restrição à aquisição de imóveis por empresas de capital estrangeiro no Brasil, principalmente no momento econômico que estamos vivendo, que gerará maiores investimentos, assegurando e aumentando a geração de empregos e a qualificação profissional. Enfim, temos grandes e promissores mercados consumidores, tanto interno quanto externos, aguardando a retomada do crescimento econômico, para o qual precisamos estar preparados, sempre alicerçados no tripé que é precursor da sustentabilidade: socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável.