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Ronaldo Machado Corrêa Jr.

Gerente de Reflorestamento da Vetorial Siderurgia

Op-CP-26

Podemos ser o líder mundial de florestas energéticas

Florestas são fontes energéticas por essência: limpas, sustentáveis e seguras, compatíveis com a maioria dos solos e com a faculdade de transformar o árido e escasso em riqueza verde. Penso que florestas, do ponto de vista da sustentabilidade, são um bem de importância ímpar.

Hoje, com o domínio tecnológico alcançado à custa de extrema dedicação de todos ligados à atividade de silvicultura,  nos tornamos capazes de produzir florestas em locais pouco favoráveis ao desenvolvimento de outras atividades, propiciando substancial melhora do poder aquisitivo e da qualidade de vida de populações, em regiões onde, num passado recente, compartilhavam um horizonte restrito.

Atualmente, podemos verificar, com  facilidade, o forte desenvolvimento de cidades que, outrora, se ressentiam da escassez de possibilidades, sustentadas, agora, por florestas em seu entorno, que propiciaram ou propiciarão o desenvolvimento industrial, voltado, dentre outros, para a indústria madeireira, de celulose, papel ou siderurgia a carvão vegetal.

Importante notar que existem dois tipos de indústrias orbitando as florestas: as que as criam para depois se implantarem e as que se implantam em locais onde elas já existem. Certo é que, em ambas as situações, o que se vê é geração empregos, com melhoria da condição social como um todo e com preservação enfática do meio ambiente, ao contrário do que alguns criticam.

No âmbito profissional, conduzo o plantio de florestas para a produção de carvão vegetal – fonte de energia para o processo produtivo do ferro gusa –, de forma sustentável, para as usinas siderúrgicas do Grupo Vetorial. Florestas que trazem o equilíbrio necessário ao desempenho da atividade como indústria de transformação primária, que, por sua vez, é base para outras indústrias, como a da construção civil,  automobilística e diversas outras, com papel de grande relevância social.

Segundo publicação de 2010 do Documento técnico Siderurgia no Brasil, publicado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - CGEE, organização ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, "a siderurgia a carvão vegetal é uma peculiaridade da indústria siderúrgica  brasileira".

Essa publicação demonstra, de forma evidente, a importância das florestas como fonte energética para uma siderurgia sustentável ambientalmente. Esse aspecto diferencia o Brasil, propiciando a condição de produtor mundial de ferro gusa e aço verde.

Atualmente, com o aprimoramento genético das florestas de eucalipto, resultado de vasto investimento em pesquisas, principalmente da iniciativa privada, com resultados obtidos ao longo de anos, dada a característica do longo ciclo das florestas, alcançamos ganhos volumétricos substanciais e, da mesma forma, ganhos em energia contida por hectare florestado.

O Brasil possui forte aptidão para a silvicultura, com extensas áreas disponíveis e carentes de recuperação, fruto da degradação sofrida ao longo de anos de exploração de baixa tecnologia em diversos segmentos.

Precisamos, agora, de forte apoio governamental para que possamos expandir verticalmente nossas áreas plantadas, buscando substituir o consumo de madeira nativa para energia, que, hoje, ainda é considerável, para buscarmos a autossuficiência em florestas plantadas, de forma ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente sustentável.

Adicionalmente e de forma muito importante, ainda em fase final de desenvolvimento, a partir dos gases gerados no processo de carbonização, temos a possibilidade da geração de energia elétrica em escala industrial, seguindo os mesmos preceitos ambientais, sociais e econômicos que orientam os plantios de florestas e os modernos conceitos de carbonização.

Por fim, faço referência a dados publicados pelo Departamento de Pesquisas da Esalq-USP que apontam que, no mundo, três bilhões de pessoas utilizam florestas nativas como fonte de energia e que o Brasil é o terceiro colocado nesse ranking, atrás apenas da China e da Índia, tendo a madeira como sua quarta fonte energética, atrás apenas do petróleo, cana-de-açúcar e hídrica.

Podemos, assim, entender com facilidade e, mais uma vez, de forma conclusiva, dizer que, com o devido apoio do Governo Federal, poderemos alavancar e liderar, diante do mundo, o plantio e utilização de florestas energéticas e, com isso, colhermos benefícios sólidos para a sociedade.