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Jorge Takeshi Yonezawa

Gerente de Vendas Nacional da Ponsse Latin America

Op-CP-20

A evolução da colheita mecanizada

Nas últimas três décadas, o setor florestal brasileiro despontou rapidamente como um dos mais avançados, se não o mais avançado, em tecnologia florestal de espécies de rápido crescimento. Graças aos avanços tecnológicos em melhoramento genético, manejo, mecanização da colheita e transporte florestal, houve uma alta de produtividade e performance nos processos operacionais de reflorestamento (silvicultura e manutenção florestal), colheita e transporte, bem como no planejamento e controle de atividades.

Essa revolução foi possível graças aos investimentos maciços em mecanização das atividades operacionais (que, anteriormente, tinham como característica o uso intensivo de mão de obra braçal e baixo nível de investimentos em mecanização), à criatividade para encontrar soluções locais específicas, à busca constante de evolução da qualidade dos processos, dos produtos e de redução de custos operacionais.


A competição pelo mercado internacional incentivou as grandes empresas de celulose e papel, chapas de madeira, siderurgia e serrarias, isoladamente ou em conjunto com outras empresas, universidades e instituições de pesquisa, a desenvolverem produtos, processos e equipamentos, sempre mirando resultados com retorno econômico.

Nesse caso, é justo lembrar as boas iniciativas de mecanização da silvicultura, colheita e transporte de empresas como a Fibria (ex-Aracruz e VCP), Suzano, Duratex, Cenibra, Klabin, International Paper, Rigesa, Berneck, Jari, entre outras. Também os programas cooperativos entre essas empresas, fornecedores e universidades, como o Programa Cooperativo de Mecanização - PCMEC, e do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais - IPEF, que contribuíram para a evolução da mecanização florestal no Brasil nesse período.

Outra evolução, pouco percebida, foi a de pequenos prestadores de serviços, que tiveram de acompanhar a melhoria de performance das grandes empresas com soluções criativas de gestão e mecanização, com aumento de produtividade e redução de custos para sua condição local específica. A boa utilização dos recursos para mecanização, muitas vezes feita com sacrifício (devido ao alto custo e escassez de recursos disponíveis), determinou a seleção natural dos “empreiteiros” que deixaram de existir e dos “prestadores de serviços” profissionais que aproveitaram as oportunidades através de uma boa gestão nos processos, utilizando racionalmente os recursos disponíveis para crescer nesse segmento.


Terceirização ou Serviço Próprio? No início da mecanização, era determinante que as empresas entrassem com serviço próprio e o objetivo de desenvolver soluções mecanizadas viáveis e formar referências de rendimentos e custos para as suas diversas condições operacionais, como escala de produção mensal, conversão (m³/árvore), topografia, comprimento da madeira, IMA médio, número de sortimentos a serem produzidos e distância média para baldeio.

Atualmente, a maior parte das empresas já tem essas referências para estabelecer tarifas justas para prestadores de serviços. Assim sendo, não é mais determinante que a atividade seja própria. Na minha opinião, existem, hoje, boas oportunidades para grandes empresas contratantes com a terceirização de serviços e para pequenas empresas com a implantação de serviços próprios.

Se considerarmos todos os custos de colheita própria de uma grande empresa, incluindo os custos de administração, jurídico, financeiro, suprimentos e treinamento, ou seja, overhead, não devem ser muito diferentes dos custos de um prestador de serviços que utiliza os mesmos recursos com mais agilidade e flexibilidade na gestão dos serviços, seguindo as normas ambientais, de ergonomia e de segurança, além de um bom nível de mecanização.


Além disso, as grandes empresas têm dado prioridade à utilização dos recursos para investimento no aumento da produção industrial. Outra oportunidade que temos hoje é para a mecanização de pequenas empresas, que têm recebido pressões devido à alta utilização de mão de obra braçal própria ou terceirizada, gerando passivos trabalhistas para o futuro.

Para isso, é fundamental dispor de uma escala de produção suficiente para viabilizar os investimentos em máquinas e reduzir os atuais desembolsos mensais. Seguindo a tendência mundial, cada vez mais a colheita mecanizada será efetuada por empresas terceirizadas profissionais, atuando em parceria com as grandes empresas contratantes para obtenção de resultados em conjunto.