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Antonio Joaquim de Oliveira

Diretor Florestal da Duratex

Op-CP-06

Colheita mecanizada e logística de suprimento nas empresas florestais

As empresas plantam e colhem florestas para sustentar suas indústrias de produtos da madeira. A adaptação de espécies de rápido crescimento, através de melhoramento genético e de utilização de modernas práticas silviculturais, garantiu grandes produtividades em nossas florestas, trazendo avanços tecnológicos e o desenvolvimento de novos métodos de trabalho, que alavancaram o crescimento do setor florestal, tornando-o altamente competitivo.

O planejamento florestal tornou-se uma ferramenta indispensável para a implantação técnica e econômica de nossas florestas. A escolha das melhores áreas com vocação florestal, as menores distâncias até a fábrica, a especificação do sentido de plantio, implantação da rede viária e a manutenção das áreas de conservação são realizadas visando otimizar as operações de colheita e transporte.

A colheita de produtos florestais (madeira para serraria, laminação, celulose e painéis), pode ser definida como o resultado esperado de um plano de manejo e parte integrante de um processo produtivo, consistindo num conjunto de operações efetuadas na floresta, para colher e extrair madeira, até o local de transporte.

A colheita, que há muitos anos era executada com ferramentas manuais e motosserras, foi mecanizada, na maioria das grandes empresas florestais brasileiras. A utilização de equipamentos de alta tecnologia, como os harvesters e forwarders, aumentou os rendimentos operacionais, a segurança no trabalho e colocou os custos entre os mais competitivos do mundo.

Essas máquinas de concepção florestal, adequadas para as diferentes situações de solo e topografia, permitiram a mecanização de grande parte das áreas florestais. O aumento do comprimento da madeira, fator definitivo para a redução dos custos operacionais em todo o processo produtivo, impulsionou a mecanização das operações. As empresas decidiram adotar os sistemas mecanizados, que são mais seguros e ergonômicos.

Exigem o emprego de mão-de-obra mais especializada e treinada, mas valorizam, no mercado, os operadores florestais. Diferentemente dos sistemas manuais, que só operam à luz do dia, as operações são realizadas em turnos, aumentando o número de horas trabalhadas e melhorando a utilização dos ativos da empresa. A indústria florestal investe milhões de reais por ano em novos equipamentos, pesquisa e desenvolvimento e em manejo florestal.

Estes são aspectos essenciais para o crescimento do setor, porém o fator de custo e o recurso mais importante são as pessoas. Para atender a essa nova demanda, o conhecimento da operação e os programas de treinamento intensivos foram fatores determinantes para a implantação dos sistemas. Os índices de acidentes de trabalho, outro ponto perseguido, tiveram drástica redução. Os operadores foram treinados para a execução de suas tarefas com qualidade, produtividade e segurança.

No novo conceito operacional, os operadores tornaram-se mantenedores e executam a manutenção mecânica de seu próprio equipamento. Isto traz grandes ganhos operacionais, pela redução do número de horas paradas dos equipamentos. A introdução deste novo conceito exige uma alta carga horária de treinamento. O treinamento on the job, onde o operador aprende fazendo, tem demonstrado ser uma técnica adequada para o ensino do trabalho.

As ferramentas da qualidade são empregadas no dia-a-dia das operações e procura-se manter o ambiente de trabalho limpo e cordial. Os mecânicos especializados só são chamados quando os problemas de manutenção são mais graves. O pronto atendimento das ocorrências no campo e a disponibilidade de peças de reposição nas frentes operacionais ajudam a garantir o bom desempenho dos equipamentos de produção.

Os funcionários sentem-se integrantes do processo e a participação deles é imprescindível no aperfeiçoamento dos resultados. As propostas de melhoria dos equipamentos e processos são incentivadas e premiadas, através de projetos de melhorias contínuas, adotados pelas empresas. A construção e a manutenção de uma malha viária, em densidade e qualidade, que permita o trânsito durante todo o ano, são indispensáveis para garantir o suprimento de madeira para as fábricas.

A preocupação em causar menores impactos ao meio ambiente está sempre presente, desde quando o planejamento é realizado, mesmo considerando que as atividades de base florestal encontram-se entre aquelas que causam menor impacto ambiental e têm os melhores índices de conservação dos recursos naturais. O carregamento é a operação de ligação entre a colheita e o transporte. A utilização de máquinas de grande porte aumentou os rendimentos operacionais e minimizou o impacto da carga no ciclo do transporte.

O transporte florestal é a operação de maior custo. A distância das áreas florestais até a fábrica é um fator limitante. Os fabricantes, acompanhando a evolução do mercado florestal, produziram veículos e equipamentos modernos e potentes, viabilizando o uso das composições especiais de alta tonelagem, pela maioria das empresas florestais brasileiras, havendo, com isso, a racionalização dos custos e a garantia de suprimento da matéria-prima.

Para o recebimento de madeira longa, transportada em composições especiais, houve necessidade de grandes investimentos nos pátios de recebimento de madeira das fábricas. Equipamentos de grande porte, ágeis, modernização das dependências e recebimento de madeira por peso, permitiram uma descarga mais rápida e eficiente. Toda essa dinâmica operacional está sustentada num eficiente controle operacional e de custos. Os gestores são alimentados com informações, que os auxiliam na tomada de decisão e na mudança de rumos, buscando, sempre, atingir as metas estabelecidas, mantendo os resultados competitivos da empresa.