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Umberto Caldeira Cinque

Presidente da ABTCP

Op-CP-05

Os benefícios gerados ao país pela floresta plantada

Muito se comenta sobre a indústria de celulose e papel brasileira e o meio ambiente. Para alguns, este segmento ainda é visto como poluidor. Para outros, uma oportunidade de crescimento e uma forma de melhorar processos de produção e o meio ambiente. Aqui, vale destacar um pouco da história do setor. A indústria de celulose e papel brasileira ganhou impulso depois da Segunda Guerra Mundial, apoiada no conhecimento dos imigrantes europeus.

Na década de 50, enormes dificuldades foram enfrentadas para se obter celulose a preços razoáveis. Com isto, os fabricantes brasileiros de papel viram-se forçados a usar cada vez mais celulose de eucalipto, que tinha custo mais baixo e podia ser encontrada facilmente, devido a plantações em larga escala. A partir daí, toda uma nova tecnologia foi desenvolvida para a utilização da fibra de eucalipto, na fabricação de papel.

No Brasil, as plantações de eucalipto ocupam cerca de 3,5 milhões de hectares, garantindo 100% da madeira consumida para produção de celulose, poupando florestas nativas. Além disto, recente estudo, realizado pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, a ABTCP, indica que, cada vez mais, os investimentos serão realizados pelas companhias, principalmente as localizadas na América do Sul.


O Brasil é um dos principais alvos deste crescimento, devido às características de nossos recursos naturais, com crescimento rápido da principal matéria-prima, que leva de sete (eucalipto) a 12 anos (pínus) para crescer, algo inédito, quando comparado ao crescimento em outros países. Indicadores mostram também que, nos últimos 10 anos, nossas indústrias aplicaram US$ 12 bilhões na ampliação de sua capacidade produtiva.

Este aporte fez com que o Brasil se tornasse o maior produtor mundial de celulose de mercado nesse período, com uma produção passando de 1,4 para 6,0 milhões de toneladas/ano. Hoje, produzimos 10,1 milhões de toneladas de celulose e 8,6 milhões de toneladas de papel. Exportamos US$ 3,4 bilhões, somos responsáveis por US$ 2,5 bilhões do saldo comercial e 1,4% do Produto Interno Bruto vem de nossas atividades.

Além destas características, o avanço no processo de fazer o plantio de florestas traz outros benefícios, não só para a indústria de celulose e papel como um todo, mas principalmente para o meio ambiente.

Como conseqüência deste avanço, madeiras com maior resistência a pragas, de qualidade e produtividade superiores, são buscadas por meio do melhoramento genético. Dois projetos para o seqüenciamento do genoma do eucalipto estão em andamento no Brasil. A Rede Nacional de Pesquisa do Genoma de Eucaliptos é conduzida a partir de uma rede de pesquisa entre empresas do setor, Universidades, Institutos de Pesquisa e Ministério de Ciência e Tecnologia para descobrir, seqüenciar, mapear e determinar a função de genes de importância econômica, de espécies de eucaliptos com possibilidades de aumentar a competitividade do setor, por meio de um trabalho de base na estrutura da fibra de eucalipto.

Este projeto baseia-se na implementação de uma rede experimental de campo, em que é promovido o cruzamento genético entre espécies superiores, e é pesquisado o comportamento genético de seus descendentes. O processo de implementação ocorreu em meados de 2003, quando cerca de 50 mil plantas permitiram os estudos de campo, relacionados ao mapeamento e à determinação da função gênica do eucalipto. Foram construídas e validadas dez bibliotecas de DNA, com um total de 25 mil seqüências válidas.

O objetivo é atingir 150 mil seqüências genéticas. Os trabalhos de identificação de genes de resistência a doenças já avaliou mais de 20 famílias, através da identificação de uma família, o que permitiu o trabalho de mapeamento genético em 2003. Com tantos avanços nesta área, acreditamos que usando a tecnologia em seu estado-da-arte, em conjunto com um sistema de gerenciamento do meio ambiente, a proteção ambiental será mais eficiente. Além disto, estamos gerando a chamada “Energia Limpa”, utilizando madeira de plantios florestais. Adotamos tecnologias modernas e investimos em um intenso programa de gerenciamento florestal. Desta forma, não somente as empresas e o país ganham neste processo, mas o meio ambiente também.