Me chame no WhatsApp Agora!

Renato Gomes Carneiro Filho

Gerente de Sustentabilidade da Veracel

As-CP-17

Manejo responsável e sinergia
É na região conhecida como Costa do Descobrimento, na qual se concentram importantes fragmentos da mata atlântica, que as empresas de base florestal – considerando os impactos potenciais de suas operações – devem assegurar a adoção das melhores práticas de manejo florestal. 
 
Antes mesmo da criação da Lei da mata atlântica, o manejo florestal da Veracel já previa o plantio em mosaico – plantio de eucalipto entremeado com fragmentos da mata atlântica, associado  a um programa próprio de restauração florestal, com o principal objetivo de criar uma paisagem equilibrada entre o plantio comercial e remanescentes desse bioma. 
 
Ações de restauração florestal, iniciadas em 1994 e com metas de plantio em torno de 400 hectares por ano, permitiram à Veracel a conexão de mais de 65 mil hectares de fragmentos florestais nativos, favorecendo a criação de corredores ecológicos, o que possibilita a troca genética de fauna e flora entre os fragmentos anteriormente isolados. Até o ano passado, 6,1 mil hectares já haviam sido reflorestados e distribuídos em diversos pontos dentro das áreas da empresa e, até 2030, totalizarão cerca de 16 mil hectares revegetados com espécies nativas. 
 
Monitoramento independente: A segunda boa notícia são os dados do Monitoramento Independente da Cobertura Vegetal, uma iniciativa do Fórum Florestal do Extremo Sul da Bahia, da qual a empresa também é uma das patrocinadoras. De acordo com o levantamento, imagens de satélite mostram a progressão da paisagem nas áreas da mata atlântica, ao longo de 23 anos, e revelam informações precisas sobre a influência da atividade humana e suas implicações sobre os cursos d’água, a cobertura vegetal e as atividades econômicas.

Só na Costa do Descobrimento, são mais de um milhão de hectares, cujas imagens de satélite mostram dados precisos sobre a evolução da paisagem, com foco na cobertura vegetal. É um fato inédito! No Brasil, não há escala de um diagnóstico dessa magnitude e com esse nível de detalhes.
 
O levantamento do Instituto BioAtlântica – IBIO, instituição que liderou um consórcio contratado pelo Fórum Florestal, mostrou a evolução temporal da cobertura florestal em uma área contínua de 2,3 milhões de hectares, que inclui as áreas atuais de influência da Veracel Celulose. O resultado desse trabalho forneceu informações mais precisas da distribuição dos diferentes tipos de vegetação e de uso do solo na região. Também servem de subsídio para ações de conservação, manejo de paisagens, incremento da conectividade de fragmentos florestais, sequestro de carbono e planificação territorial. 
 
Um recorte do estudo, na extensão dos 10 municípios em que a Veracel atua, mostrou também um aumento expressivo da vegetação nativa nas terras da empresa e dos produtores florestais vinculados ao seu programa de fomento. O incremento observado nas comparações entre as imagens de 2007 e 2013 foi da ordem de 12 mil hectares. Desse total, 9,5 mil hectares são de áreas da Veracel ou de produtores parceiros. 
 
Corredor ecológico: Parte importante da gestão da paisagem é a conectividade de fragmentos de mata nativa. A partir dessa estratégia de criação de corredores ecológicos, destacamos o projeto de conexão da RPPN Estação Veracel com o Parque Nacional do Pau Brasil, unidade de conservação gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.

Um estudo da ONG The Nature Conservancy (TNC), em conjunto com o IBIO, avaliou o potencial do corredor ecológico proposto. Com isso, o grupo de trabalho gerou uma sugestão de desenho entre o Parque Nacional do Pau Brasil e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel – EVC, em uma área de 538 hectares e 12 quilômetros de extensão. 
 
Soma-se ao manejo florestal a lógica da criação de mosaicos florestais sustentáveis, com base em trabalhos preliminares realizados em parceria com outras empresas do setor que atuam na região entre os rios Jequitinhonha e Doce, no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo, respectivamente. 
 
O objetivo principal foi construir um planejamento integrado com ações de conservação em escala de paisagem, na área das empresas inseridas no Corredor Central da Mata Atlântica, território que ocupa cerca de 8,5 milhões de hectares.
 
Com base na padronização, foi proposta uma análise integrada das informações geradas e uma avaliação das diretrizes em restauração florestal estabelecidas, frente a um novo contexto de disponibilidade hídrica na região. Esse trabalho está sendo finalizado e deverá nortear os próximos passos de monitoramentos de fauna e flora, bem como a restauração florestal.