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Saulo Philipe Sebastião Guerra e José Carlos de Almeida

Professor de Tecnologia de Produção Florestal da Unesp e Diretor da JFI - Projetos de Silvicultura, respectivamente

Op-CP-57

O cenário da p&d no plantio florestal
A pesquisa e o desenvolvimento de novos equipamentos para a silvicultura nacional, nos últimos anos, têm sido induzidos pela redução da oferta de mão de obra no campo, aposentadoria das equipes que estão no campo, falta de renovação de jovens trabalhadores rurais, maior controle da qualidade das operações, necessidade de incremento na produtividade e de georreferenciamento das operações mecanizadas.
 
Assim, a atividade de plantio semimecanizado e mecanizado se destaca com diversas inovações, protótipos e produtos, pois é uma das operações com baixo índice de mecanização e, consequentemente, alta concentração de recursos humanos no campo, realizando uma tarefa considerada de média a alta intensidade física. 
 
As plantadoras semimecanizadas de arrasto ou acopladas no sistema de três pontos hidráulico do trator estão há mais tempo no mercado, sendo utilizadas em escala operacional na implantação de novos povoamentos, sendo estas favorecidas pela ausência de resíduos da colheita. Para as empresas florestais ou prestadoras de serviços na silvicultura, as frentes de plantio manual ou, no máximo, semimecanizadas são uma realidade.
 
 Nesse cenário, há empresas com um parque de máquinas com, aproximadamente, 200 tratores e 500 implementos em operação e mais de 2.000 pessoas, principalmente alocadas nas frentes de plantio, implantação e manutenção florestal.
 
No tocante ao plantio, a adoção definitiva dos equipamentos mecanizados tem pela frente o desafio de reduzir custo da operação, uma vez que o custo da mão de obra é inferior ao apresentado pelas plantadoras disponíveis no mercado. Todo o setor tem uma expectativa positiva devido ao surgimento de novos fornecedores e fabricantes nacionais ou internacionais de máquinas de plantio e de irrigação e apoia o desenvolvimento de novos equipamentos. Além dessa expectativa, a redução de custo, aliada com o aumento da qualidade operacional, é uma demanda constante durante as revisões contratuais entre as empresas florestais e seus prestadores de serviço.
 
Visando ao plantio em áreas de reforma, novas opções mecanizadas começam a ser inseridas no cenário florestal. Escavadoras hidráulicas equipadas com cabeçote simples ou duplos, ou ainda, cabeçotes triplos instalados em tratores de esteira, fazem com que o rendimento operacional atinja centenas de mudas plantadas e irrigadas por hora de operação. 
 
Já se encontram no mercado nacional alguns equipamentos importados com diversos modelos e funcionalidades adaptadas à silvicultura de eucalipto e pínus, resultado de vários anos de pesquisa e desenvolvimento. Esses equipamentos são capazes de conjugar as operações de plantio, irrigação, aplicação de fertilizantes e herbicidas pré-emergentes, além do georreferenciamento da muda recém-plantada; o que facilita as operações posteriores, como as irrigações.
 
Na atual fase de desenvolvimento tecnológico, equipamentos autopropelidos despontam como uma opção a ser investigada e avaliada nas operações de campo, unificando o conjunto motor com o sistema de preparo, plantio, irrigação e até adubação, sob uma só marca/modelo, podendo trazer vantagens econômicas e operacionais para os usuários finais. 
 
Na vanguarda da tecnologia das operações mecanizadas para a silvicultura, atuando em parceria com as empresas florestais, o Programa Cooperativo sobre Mecanização e Automação Florestal – PCMAF/Ipef,tem avaliado diversos equipamentos e conjuntos mecanizados para a silvicultura, propondo melhorias técnicas que aumentem o rendimento operacional e, consequentemente, reduzam o custo da operação.
 
Acredita-se que o crescimento do setor florestal trará novos fabricantes e equipamentos, dentro de um volume de vendas suficiente que permita a diluição de seus custos, viabilizando seu negócio e propiciando o aprimoramento das plantadoras, com a qualidade e o custo competitivo ao custo da operação manual. 
 
Independentemente do fabricante da máquina base ou do cabeçote plantador, a necessidade do aumento do rendimento operacional, a nacionalização dos equipamentos e o aumento da rede de atendimento ao cliente que optarem pelas novas tecnologias serão fundamentais para a consolidação das plantadoras mecanizadas no País. 
 
A parceria do setor de pesquisa com fabricantes de máquinas e equipamentos deve atuar em conjunto com as empresas florestais e as empresas prestadoras de serviço (clientes finais) para a operacionalização dos novos protótipos e equipamentos que, ainda, estão em fase pré-operacional, a fim de contribuir com sua experiência operacional, ajudando a construir os novos ciclos operacionais e custos.
 
Entretanto, apesar dos obstáculos que nossa economia tem sofrido, a expectativa é positiva para o desenvolvimento de novas parcerias e para a produção de tecnologia de plantio mecanizado para os próximos anos.