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José Carlos Soares

Diretor do Banco do Brasil

Op-CP-10

A atuação do Banco do Brasil em arranjos produtivos locais

Pólos de Desenvolvimento: No Brasil, é crescente o interesse econômico e político sobre as aglomerações produtivas, arranjos ou pólos, pelo fato de que esse tipo de organização tem auxiliado as micro e pequenas empresas, MPE, a ganharem competitividade e superar as conhecidas barreiras de crescimento. Existe, atualmente, uma diversidade de nomenclaturas e conceitos, para caracterizar um conjunto específico de atividades econômicas, onde ocorrem interações entre as empresas.

Uma das estratégias do Banco do Brasil para o mercado de micro e pequenas empresas é a atuação direcionada aos Arranjos Produtivos Locais, APLs. No caso das empresas integrantes de APLs, destaca-se a abordagem diferenciada do banco, que consiste em atuar nos Arranjos Produtivos Locais, de forma complementar às instituições parceiras, identificando as necessidades e apresentando soluções negociais, para promover o desenvolvimento sustentável, notadamente das micro e pequenas empresas, considerando as características específicas de cada Arranjo, a geração de trabalho e renda e a promoção de um ambiente de inclusão.

Para o Banco do Brasil, a atuação nesse segmento vem se consolidando como importante alternativa de incremento da atividade empreendedora e de geração de sustentabilidade, de forma coerente com as medidas de apoio lançadas pelo governo, para incrementar a retomada do crescimento econômico do país. A atuação com foco nos APLs potencializa as ações de desenvolvimento de cadeias produtivas, municípios e regiões, além de acrescentar vantagens institucionais e mercadológicas.

Crédito: Mesmo sabendo que o crédito é apenas um dos aspectos a considerar em um plano de desenvolvimento de um Arranjo, o banco destaca sua importância para impulsionar a estruturação de um APL e buscar novos negócios e mercados.

O banco possui uma atuação focada no apoio ao segmento de micro e pequenas empresas, de forma ampla, buscando estabelecer produtos para o desenvolvimento e a sustentabilidade destas. A estratégia do banco consiste em participar da governança do APL. Por meio dessa participação, são estabelecidas relações de pertencimento e confiança entre as partes.

Sendo parte das redes de relações sociais entre indivíduos e empresas, o Banco pode contar com informações confiáveis, que levam à mitigação do risco de crédito. E, como todos sabem, do ponto de vista das instituições financeiras, são bem aceitos os movimentos capazes de diminuir os riscos de crédito do tomador.

Outra vantagem da presença do banco na governança é tornar possível o conhecimento das peculiaridades do mercado local e o acompanhamento das atividades ali desenvolvidas, criando-se uma condição para adequar produtos e serviços às necessidades específicas daquela região. O banco acompanha de forma sistematizada a atuação em 144 Arranjos, com 6.710 empresas correntistas, dos quais 20 são APLs do setor de madeiras e móveis, envolvendo 1.424 empresas. Considerando o setor como um todo, são em torno de 18 mil empresas correntistas do banco.

As necessidades das empresas são semelhantes, mas podem se manifestar de formas distintas, dependendo dos setores de atuação, sazonalidades ou regiões nas quais estejam inseridas. Orientando-se por essa premissa, o Banco do Brasil tem procurado atender às demandas de crédito, de forma diferenciada para as empresas integrantes de APL. Além das tradicionais linhas de crédito para capital de giro, recebíveis e financiamentos, o Banco do Brasil dispõe do Programa BB Florestal.

O Programa é voltado para a cadeia do agronegócio, envolvendo desde produtores, até exportadores e processadores de produtos florestais, e visa incrementar e melhorar a produção de madeira reflorestada, por meio da utilização das linhas de crédito disponíveis para a finalidade e estruturação de operações.

O setor florestal: A indústria florestal compreende o uso da madeira em diversas modalidades, fabricação de energia e carvão vegetal, papel e celulose, painéis diversos para indústria de móveis e da construção civil, produtos de madeira sólida, entre outros.

Apesar das vantagens comparativas e competitivas do Brasil na indústria de produtos florestais, o país enfrenta problemas de suprimento de madeira e participa somente com 4% no comércio mundial desse produto. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, antes do final da década, o país passará a ser importador de árvores reflorestadas.

É o chamado “apagão florestal”, que deve ocorrer entre 2008 e 2009, pois desde a década de 90, a quantidade de árvores cortadas tem sido maior que a de árvores plantadas. Embora essa relação tenha se invertido nos últimos anos, o risco permanece, tendo em vista o longo prazo de crescimento das árvores. Para reverter esse quadro de escassez de madeira, as empresas do segmento pretendem investir R$ 20 bilhões até 2012 e estão otimistas com o cultivo de florestas plantadas, nos últimos dois anos.

Unir setores, cujas análises indicam perspectivas favoráveis de crescimento, a estratégias mercadológicas de sucesso, certamente instigam, nos empreendedores, o desejo de estruturar novos negócios ou expandir outros já existentes. Não há dúvidas de que o associativismo e o cooperativismo são caminhos que tornarão viáveis e competitivos, negócios que não poderiam ser imaginados de forma isolada. Entender a vocação do lugar e atuar dentro dos conceitos de responsabilidade socioambiental, podem garantir bons lucros, por muito tempo.