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Armando José Storni Santiago

Diretor Global Florestal da International Paper

Op-CP-20

O setor florestal tornou-se um dos pilares da nossa economia

Notadamente, quando vislumbramos as oportunidades geradas pelas inovações dentro das atividades da colheita de madeira e transporte florestal ao longo dos últimos anos, lembramo-nos dos processos à época, sedimentados na atividade de colheita da madeira, basicamente advindos da ação manual; a dura tarefa das empresas, quer sejam fabricantes ou usuários, em desenvolver e tornar possível a utilização de equipamentos agrícolas adaptados, para viabilizar as diversas atividades que completavam o processo de colheita; finalmente, do uso de caminhões e composições extremamente limitadas em capacidade de força, tração e de carga propriamente dita, para colocar o produto final à disposição no portão das fábricas.

Com certeza, vão-se alguns anos, que, entretanto, foram fundamentais para fazer com que esse segmento avançasse na velocidade e ritmo necessários para seu crescimento e desenvolvimento.
Um grande divisor de águas para uma efetiva alavancagem dessas atividades, pois eram notórias as citações sobre o Brasil como um dos mais competitivos países na produção de fibra, mas processos como esses, de colheita e transporte, não vinham a reboque dessa grandiosidade tecnológica.


Pode ser destacado o ano de 1992, com a abertura das importações, quando esse segmento pôde, então, experimentar equipamentos e máquinas de última geração, devidamente concebidos para utilização em operações de colheita de madeira, independente da sistemática full tree ou cult to lenght que cada empresa, respeitando suas características, optava por desenvolver e empregar.

Se, nos processos de colheita, essa abertura causou um enorme salto tecnológico, no transporte florestal, não se obteve essa mesma leitura, mas, reconhecidamente, impulsionou a indústria de base brasileira de caminhões e implementos rodoviários, para repensar e avançar em parcerias dentro desse mesmo contexto, evoluindo-se para caminhões devidamente adequados e preparados para enfrentar a difícil rotina dentro dos maciços florestais brasileiros e composições que conseguissem unificar maior capacidade de carga transportada, com durabilidade e relações econômicas atraentes, no que tange ao valor por unidade transportada.

Destaca-se a introdução das composições de 9 eixos, que aumentaram a capacidade de carga em mais de 50% em relação aos modelos convencionais tipo semirreboque 3 eixos. Imaginávamos que, se tivéssemos disponibilidade de mão de obra barata, a introdução de sistemas mecanizados seria muito difícil ou mesmo inviabilizaria qualquer ação neste sentido; porém processos de grande escala de produção, obrigatoriamente condicionam-se à utilização de inovações, e o processo mecanizado traduziu-se nessa direção, pois houve um grande número de trabalhadores para atendimento desse tipo de empreitada.

Exemplo da International Paper do Brasil é a relação de investimento na aquisição de módulos mecanizados: tinha-se, no ano de 1990, um investimento da ordem de US$ 5,4 milhões em um processo ainda semimecanizado, e, atualmente, esse investimento é da ordem de US$ 3,8 milhões em um processo 100% mecanizado, para uma produção mensal de 90 mil metros cúbicos de madeira.

Outra questão importante dentro desse contexto é como obter essas inovações. Sabemos que a chave desse sucesso está na figura fundamental dos fabricantes de máquinas, caminhões e implementos. O apoio e a proposta de desenvolvimento das empresas ou dealers ligados a esse segmento foram e têm sido de fundamental importância para que o País alcance o nível atual e cada vez mais situe-se como referência nesses processos operacionais e logísticos de suprimento e demanda das empresas florestais.

Esse contexto de inovações requer também esforços, alto nível de investimento, dificuldades nos processos de importação de máquinas e componentes, exigência de uma mão de obra mais treinada e qualificada, tanto no aspecto da operação como da manutenção. Esses são fatores que trazem obstáculos a serem superados, demandando um esforço enorme das empresas e usuários, para avançarem com sucesso nas responsabilidades a eles atribuídas; o desabastecimento de uma unidade fabril por falta da sua matéria-prima principal é algo desastroso.

O Brasil vive seu momento virtuoso e vigoroso, o setor florestal brasileiro tornou-se um dos grandes pilares da nossa economia; há aplicação de técnicas que respeitam a condição social, ambiental e econômica, impulsionam esse segmento da atividade florestal. Alavancarmos essa condição e garantir a manutenção tecnológica nessas atividades faz-se necessário.

É de suma importância, então, que os fabricantes olhem nosso país como a chave do sucesso para essa concretização. Se somos hoje um país referência na produção florestal e já dominamos também, com um alto grau de assertividade, esses processos operacionais que resultam na colheita e no transporte dessa magnífica floresta, devemos, então, homogeneizar essa condição.


Olhando o futuro, pensamos onde vamos estar ou aonde pretendemos chegar, quando discorremos sobre este tópico de inovações da colheita de madeira e do transporte florestal no Brasil, deixar a posição de coadjuvante para ser um país protagonista no que se refere a essas atividades não é algo mais utópico.

Teremos a feira Expoforest 2011, a ser realizada no interior paulista no próximo ano, onde o setor terá a oportunidade de atualizar-se, com as mais recentes inovações tecnológicas. Imagina-se, no futuro, que essa feira torne-se o maior evento mundial em tecnologia, nos moldes das feiras florestais do continente europeu e da América do Norte. Uma conjugação perfeita: uma grande feira florestal no país com o maior potencial de produção de fibra do mundo.