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Antonio Joaquim de Oliveira

Diretor Executivo Florestal da Duratex

Op-CP-23

Economia e produtividade com máquinas de grande porte

Alguns fatores são determinantes na escolha dos sistemas e equipamentos de colheita florestal. A topografia da área, por exemplo, determina o tamanho do equipamento, levando-se em conta a versatilidade de deslocamento e estabilidade; o padrão produtivo da floresta é também importante na decisão de processamentos individuais ou acumulados, no caso de árvores com baixo volume; a utilização da madeira, seja para uso único ou sortimentos, influencia sobremaneira a escolha dos equipamentos de colheita; finalmente, a regularidade dos volumes de colheita suportam investimentos em equipamentos mais produtivos e de maior porte.

Existem outros fatores que interferem na escolha dos sistemas e equipamentos de colheita florestal, mas acreditamos que esses sejam os mais importantes. A Duratex usufrui de uma condição extremamente favorável à mecanização: topografia plana, florestas de alta produção, madeira unicamente para produção de painéis e regularidade de colheita de grandes volumes.

Dessa forma, a empresa utiliza, desde 1996, colheita 100% mecanizada, como máquinas base na operação de corte, escavadeiras hidráulicas da categoria de 20 toneladas. Esses equipamentos foram adaptados para operação com cabeçotes harvesters, fellers e processadores. Existiam algumas limitações técnicas nessas adaptações: por exemplo, no caso dos feller bunchers, a máquina base era subdimensionada, e os resultados de disponibilidade mecânica e produção poderiam ser melhores.

Mas os custos operacionais já eram significativamente menores do que as operações manuais. A operação de baldeio, no início da mecanização, era realizada com equipamentos de 10 toneladas de capacidade de carga, chegando, até a presente data, com equipamentos de 18 toneladas.

Constatando que os equipamentos então utilizados haviam chegado ao limite da sua capacidade de produção, a Duratex iniciou os estudos para utilização de equipamentos de maior porte, com maior capacidade de produção, buscando a redução dos custos operacionais unitários.

O crescimento da atividade industrial, consequentemente os volumes da colheita e o aumento da produtividade da floresta também criaram uma condição favorável à utilização de máquinas de grande porte, mais preparadas à atividade florestal. Foi definida, então, a aquisição de máquinas de grande porte, purpose buit, ao invés de escavadeiras convencionais, para as operações de derrubada e processamento.

Essas máquinas, da categoria de 30 toneladas, possuem projeto perfeitamente direcionado para a atividade florestal. O motor de aproximadamente 300 HP é suficiente para as demandas de potência da máquina, proporcionando um funcionamento suave, com baixo consumo específico de combustível; as bombas hidráulicas, bem dimensionadas, fornecem fluxo mais que suficiente para os conjuntos de acionamento hidráulico; a construção do chassi da máquina é feita de forma a oferecer confiabilidade estrutural e facilidade de acesso para manutenção dos vários compartimentos.

Foi possível acoplar a essas máquinas três tipos de cabeçotes: harvester, feller e processador. Para a colheita de florestas de pinus com alto volume individual de árvores (0,7 m3cc/arv.), foi acoplado um cabeçote harvester; para as florestas de eucaliptos, tanto de primeira quanto de segunda rotações, cujos volumes médios são 0,20 m3cc/arv. e 0,18 m3cc/arv., respectivamente, foram acoplados cabeçotes feller, para derrubada; e processadores, para o desgalhamento e traçamento das árvores.

Nos estudos da empresa, o conjunto feller + processador foi mais viável do que a utilização do harvester nas florestas de eucalipto. Dessa forma, era imperativo que as máquinas base fossem flexíveis, para receber os diferentes tipos de cabeçotes, sem grandes modificações hidráulicas. No caso da operação de baldeio, a empresa está, neste momento, testando e avaliando a possibilidade do uso de forwarders de 19 toneladas. Até o fim do ano de 2011, a decisão será tomada.

O primeiro módulo entrou em operação no final do ano de 2009, e, no ano seguinte, o uso dessas máquinas foi consolidado. Como era esperado, obteve-se ganho de produtividade da ordem de 60% e reduções de custo unitário da ordem de 30%. Além desses ganhos diretos, foi possível reduzir o número de equipamentos e operadores, trazendo outros ganhos indiretos. Com mais experiência e conhecimento desses equipamentos, espera-se obter ganhos ainda maiores.