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Thomas Harling Pereira

Diretor Comercial da Thorco Industrial

Op-CP-06

A importância da escolha certa

A mecanização florestal no Brasil aconteceu de forma muito rápida. Enquanto países como Suécia, Finlândia e outros passaram por um processo lento e gradual de várias décadas, no qual os operadores florestais foram trocando, aos poucos, os machados pelas motosserras e, mais tarde, pelas máquinas de colheita e transporte florestal, nós percorremos este caminho em praticamente dez anos apenas.

Isto ocorreu, principalmente, depois da abertura do mercado, na era Collor, que trouxe os equipamentos estrangeiros de ponta, de uma só vez para o país. Porém, o que pode ser entendido como avanço significativo, também trouxe problemas. Um deles é a grande dúvida que se tem hoje sobre qual equipamento escolher, assim como qual processo de colheita e transporte seria o mais adequado.

Outro bastante significativo, deve-se ao fato de que esses avanços nas máquinas e equipamentos não foram acompanhados, paralelamente, pela especialização da mão-de-obra que iriam operá-los, deixando um vácuo, formado entre esses dois setores. Como conseqüência, houve uma demanda para que o setor industrial e as instituições de ensino da área passassem a oferecer cursos técnicos adequados aos futuros profissionais e operadores de máquinas, ligados à área florestal, tanto a nível técnico, quanto a nível superior. Ainda assim, sentimos que o treinamento dos operadores é incipiente, resultando, muitas vezes, no uso inadequado e conseqüente prejuízo aos equipamentos.

Quando falamos nas máquinas, é praticamente impossível não falar dos implementos. Eles são exigidos na capacidade máxima, 100% do tempo, e interferem diretamente na produtividade da colheita, baldeio e transporte da matéria-prima. Por isto, de nada adianta adquirir uma máquina de alta performance, se o implemento que será acoplado a ela não for corretamente dimensionado.

Para se ter uma idéia do resultado que um déficit nas operações de colheita e transporte pode causar, basta observar sua importância. Os custos da colheita da madeira e o transporte florestal, em florestas plantadas, representam 60% a 70% dos gastos totais da madeira, colocada no pátio das empresas. Isto dimensiona o grau de influência do equipamento, no resultado final da atividade.

É função do implemento também dar flexibilidade ao industrial. Esta palavra está muito em moda, dentro das indústrias de móveis, no mundo inteiro. Isto porque as constantes mudanças no mercado fazem com que as empresas tenham que estar preparadas para mudanças rápidas de nicho de mercado. O mesmo acontece na área florestal.

O segmento apresenta diversas áreas de atuação. A principal delas, no momento, é a indústria de papel e celulose, responsável por metade do comércio mundial de produtos florestais. Mas, alternativas com a biomassa, para geração de energia, estão cada vez mais acessíveis, tanto do ponto de vista econômico, quanto de logística.

Mesmo que a intenção não seja mudar o nicho, o complemento da atividade principal, através da utilização dos resíduos da floresta, também deve ser levado em conta, afinal otimizar é palavra de ordem. A melhor forma de recolher este material, processá-lo e transportá-lo, depende, essencial-mente, dos equipamentos disponíveis.

Foi pensando na maior eficiência da colheita, movimentação e transporte, que desenvolvemos novos equipamentos, como a carreta autocarregável, que é facilmente acoplada a qualquer máquina agrícola e proporciona versatilidade e rapidez nas operações. Por isto, dentre as variáveis que envolvem a escolha dos implementos, devem constar perguntas chaves, como capacidade, produtividade, flexibilidade e disponibilidade de uso, assim como valor. Claro que outros pontos também devem ser considerados nesta escolha, como os serviços prestados no pós-vendas, a assistência técnica e a reposição de peças de maior importância.

Afinal, ter máquina parada em uma atividade em que cada metro cúbico, ao final do dia, faz diferença, não é o desejo de ninguém. O ideal é que o suporte técnico do pós-vendas não se limite apenas ao acompanhamento à distância, mas sim in-loco, com o apoio da equipe técnica, que terá oportunidade de diagnosticar o comportamento do equipamento, sob as condições utilizadas pelo cliente (terreno, temperatura, tipo de colheita entre outros), e avaliar se os aspectos requeridos estão sendo atingidos.

Em decorrência do choque da abertura abrupta do mercado na década de 90, os fabricantes nacionais viram-se na posição de modernizar os produtos ou dar adeus à atividade. Atualmente, não devemos nada aos importados, quando se trata de carregadores, auto-carregáveis, garras e garfos. Eles apresentam alta durabilidade nos componentes hidráulicos e na matéria-prima utilizada.

Outra vantagem do equipamento nacional é a opção do financiamento. As grandes barreiras da indústria de equipamentos florestais são aquelas que muitas empresas nacionais estão, infelizmente, acostumadas: alta tributação na cadeia produtiva, real valorizado, prejudicando a exportação dos produtos, falta de mão-de-obra capacitada e altas taxas de juros.

A maior dificuldade das empresas florestais no momento da compra está na escolha do fabricante e, principalmente, na escolha do produto a ser comprado. “A necessidade da minha empresa é de um auto-carregável ou forwarder? Um auto-carregável ou carregador florestal? Qual o tamanho do equipamento, gruas de cinco, sete ou nove toneladas? Carretas acopladas de 10, 12 ou 18 toneladas?”

Questões que podem ser respondidas, através da avaliação do projeto de colheita e transporte, que envolvem diversos aspectos, como tamanho, escolha mais adequada do sistema de operação (tipo do terreno, quantidade de chuva da região e diversos outros), e, por isto, deve ser realizada cuidadosamente. Outra dificuldade é a desinformação na comparação dos produtos entre concorrentes, o que pode ser considerado natural, já que, à primeira vista, os implementos realizam as mesmas funções e muito se assemelham.

Porém, entre os aspectos que os diferem estão a matéria-prima empregada (diferentes qualidades do aço utilizado) e os componentes. Apesar da grande evolução tecnológica pela qual passou o setor de máquinas e implementos florestais, é imprescindível avaliar se aquele determinado fabricante faz uso das vantagens trazidas por estes avanços. Uma boa avaliação do produto oferecido, somada ao uso adequado do mesmo, propiciarão a máxima eficiência.