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Lonard Scofield dos Santos

Diretor de Marketing e Vendas da Komatsu Forest

Op-CP-06

A evolução da colheita pela visão do fornecedor

Dentre as várias atividades relacionadas com a colheita florestal destacam-se, principalmente, as seguintes: Planejamento, Mão-de-obra, Abastecimento, Transporte e, Qualidade e Competitividade. Desde a década de 80, o Brasil vem se firmando no mundo como um dos principais fabricantes de celulose e papel, e já há alguns anos, tornou-se o maior produtor de celulose produzida a partir do eucalipto.

Esta fase de desenvolvimento ainda está em pleno vapor. Como administrá-la? Como suprir de forma conveniente esta expansão com matéria-prima de qualidade e permitir a sua continuidade? A mecanização é a principal ferramenta e este item requer grande atenção. Os primeiros investimentos representativos em mecanização iniciaram na década de 80. Como resultado positivo imediato, destacou o Brasil no cenário mundial, já como um importante player.

Podemos avaliar o avanço da tecnologia empregada nas operações de Colheita e Transporte, dividindo-a por atividades. O quadro abaixo analisa os sistemas empregados em larga escala, definindo claramente as fases pelas quais as operações passaram. Podemos observar no quadro, que alguns dos fatores existentes na colheita manual permanecem ativos:

1. Planejamento: Acreditamos que a complexidade do planejamento aumentou, envolvendo máquinas de alta tecnologia, exigindo operadores e mecânicos cada vez mais treinados.

2. Mão-de-Obra: Uso intensivo de mão-de-obra, considerando sua disponibilidade, o alto índice de acidentes a que as operações o sujeitavam, bem como o próprio desemprego. Julgamos que tais questões tenham sido resolvidas com a mecanização, pois o número de pessoas requerido na colheita é significativamente menor (em média um harvester produz por 15 operadores de motosserra) e o risco de acidentes é quase nulo.

A parte ruim da história seria o desemprego, entretanto, a história do processo de mecanização, ocorrida em outros países, mostra que os funcionários disponibilizados pelo setor florestal foram absorvidos rapidamente por outros setores da economia. A melhora do nível de renda dos novos profissionais envolvidos na mecanização propiciaram também um representativo aumento na cadeia de consumo e ajudaram na conseqüente geração de emprego nos segmentos paralelos. O que a princípio seria um problema, acabou ajudando a viabilizar a expansão do mercado local de trabalho.

3. Abastecimento: A mecanização oferece alta garantia de abastecimento das fábricas, mesmo em condições climáticas adversas, uma vez que a máquina florestal pode trabalhar sob sol, chuva, calor, frio, dia, noite, etc, gerando garantia de produção e abastecimento, quesito importante, pois já existem empresas no Brasil com um consumo diário de madeira de 10.000 ton/dia. Há casos de até 25.000 toneladas por dia.

4. Transporte: Obviamente, distância de transporte não tem correlação com colheita florestal manual ou mecanizada. Porém, este é um dos fatores de produção, que experimentam ganhos de produtividade muito significativos. Em contrapartida ao aumento da distância, devido ao crescimento das áreas plantadas, a eficiência e a produtividade no transporte foram conseguidas com caminhões e composições com alta capacidade de transporte, passando de 10-12 toneladas por viagem, na década de 60, para os atuais 50-55 toneladas/viagem.

5. Qualidade x Competitividade: Embora estejam no jogo países como Suécia, Estados Unidos, Finlândia, Canadá, Austrália e Alemanha, estes não conseguem competir com o Brasil, devido às qualidades intrínsecas das florestas brasileiras, que apresentam crescimento médio anual de 45-50 m3/ha/ano, contra 5-6/m3/ha/ano naqueles países. Ou seja, nossa produção florestal deve buscar altos índices de produtividade, com qualidade e baixo custo, para nos manter competitivos.

A mecanização florestal e o crescimento do grau de tecnologia são irreversíveis, e deverão aumentar ainda mais e beneficiar não apenas os grandes produtores, mas também os médios e pequenos, através de investimentos diretos, cooperativos, consorciados ou pelos mecanismos do Fomento Florestal. Os cenários de curto, médio e longo prazos são bastante positivos.