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Roosevelt de Paula Almado

Gerente de Desenvolvimento e Tecnologia da ArcelorMittal Biofloresta

As-CP-19

Os conceitos da sustentabilidade estão no DNA
As questões éticas, comportamentais, sociais e ambientais são essenciais para a perenidade de um negócio, por isso a sustentabilidade é um fator estratégico para as atividades empresariais, pois permeia oito princípios básicos relacionados a tais questões:
1. Lucratividade;
2. Segurança e Saúde;
3. Proteção do Ambiente;
4. Diálogo com todas as partes interessadas;
5. Desenvolvimento de competências; 
6. Inovação e qualidade;
7. Governança Corporativa, e
8. Empresa Cidadã.
 
Pelos princípios citados acima, pode-se perceber que o grande desafio desse tema é a perfeita integração dos sistemas econômicos, sociais e ambientais como inerente ao seu conceito e com o detalhe da necessidade de se promover a informação, a discussão e o desenvolvimento de práticas e de habilidades para o seu alcance.
 
Uma empresa de base florestal já trabalha, em sua essência, com algo que, por si, tem muito de sustentabilidade em seu negócio: a preservação. As empresas florestais associadas são responsáveis pela proteção de mais de 5 milhões de hectares de áreas naturais na forma de Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e recuperação de 35 mil hectares de áreas degradadas. Assim, para cada 1 hectare de florestas plantadas, conserva-se 0,7 hectare de área natural. 
 
O manejo adequado das florestas plantadas, da sua implantação até a colheita, ajuda em diversos aspectos a proteção da água e dos solos, reabilita áreas degradadas, a recuperação de paisagens, sem contar com a retenção de carbono; além disso, a cada novo ciclo de plantações, inovações e melhorias tecnológicas são agregadas em todas as fases, gerando melhoria contínua dos processos.
 
O carvão vegetal de florestas plantadas é um recurso natural renovável e um diferencial competitivo da produção de aço no Brasil, portanto a cadeia produtiva do aço apoia as políticas e os programas públicos voltados à silvicultura sustentável. No processo atual de fabricação do aço, temos, hoje, duas rotas convencionais como forma de insumo energético. Podemos usar o coque ou o carvão vegetal.

O uso do carvão vegetal possibilita a retenção de carbono da atmosfera. Para cada tonelada de ferro gusa produzida, são fixados de 20 a 40 kg de carbono; além disso, incontáveis benefícios indiretos trazidos pelos cultivos florestais manejados que originam a madeira para a produção do carvão vegetal possibilitam uma harmonia entre o processo produtivo, o ambiente e as pessoas.
 
Usinas como a da ArcelorMittal em Juiz de Fora, Minas Gerais, usam ainda 70% de sucata e 30% de carvão vegetal renovável para produzir o ferro-gusa, insumo básico para a produção do aço, comprovando a sustentabilidade, inclusive financeira, visto que o aço produzido nessa rota tem seu custo inferior quando comparado ao produzido por carvão mineral.
 
Reforçando a prática do conceito da sustentabilidade, foi criado pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Programa Siderurgia Sustentável, que tem por objetivo apoiar propostas para o desenvolvimento e/ou a melhoria de arranjos tecnológicos e/ou de processos de produção sustentável de carvão vegetal à base de biomassa renovável.  O projeto é coordenado pelo MMA; também fazem parte do Comitê de Acompanhamento do Projeto (CAPSidSus) o MCTIC, o MDIC e o Governo de Minas Gerais. São R$ 10 milhões a fundo perdido distribuídos em 5 categorias de projetos.
 
Não ficando apenas no essencial da indústria florestal, somos também multiplicadores de boas práticas, seja diretamente no uso racional da terra, de técnicas de plantio ou conservação, seja em ações sociais que ajudam no desenvolvimento de comunidades. Temos vários exemplos, em diversas empresas florestais, de atividades sociais comunitárias que dão muito resultado e contribuem para deixar uma cultura local mais forte e pronta para o futuro daqueles que virão. 
 
Fazer a sustentabilidade acontecer é dar importância ao aspecto global do negócio, tanto do lado técnico quanto do lado socioambiental. Seu conceito e respectivas práticas têm que estar ligados ao planejamento estratégico das empresas, ao seu DNA. As atividades, hoje em prática, têm que ter uma visão de longo prazo.
 
Sabemos que temos ainda muito o que fazer. Não devemos perder tempo. Nossas inovações deverão, continuamente, criar produtos cada vez mais eficientes, eficazes e fáceis de serem reciclados, para que tenhamos um futuro desenvolvido e sustentável.