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Flávio Luís da Silva

Presidente da Voith Paper América do Sul

As-CP-16

Os avanços da sustentabilidade
Um dos setores mais representativos da economia nacional, a indústria de papel e celulose brasileira, tornou-se mundialmente competitiva e conquistou espaço em países de elevadas exigências ambientais, por assegurar que 100% da produção têm como origem as florestas plantadas. O modelo de manejo florestal brasileiro é reconhecido por sua excelência. Apenas esse fato já comprovaria a relevância das práticas sustentáveis nesse setor.

Mas, muito além do manejo florestal adequado, a questão da sustentabilidade 
envolve o conjunto de aspectos econômicos, ambientais e sociais que garantirão a competitividade dessa indústria em todas as etapas da cadeia produtiva e, consequentemente, seu sucesso e sua perenidade no longo prazo.
 
Ter uma visão holística da sustentabilidade, que não se restrinja à extração da matéria-prima, mas perpasse toda a atividade produtiva, é vital para os fabricantes de papel e celulose, em um cenário que requer economia de escala e redução dos custos fixos. 
 
Nesse sentido, gerir adequadamente os recursos naturais, como água, energia e fibras, é fator sine qua non da construção e da manutenção da competitividade do setor. Mas quais são as estratégias mais eficazes para assegurar que a gestão dos recursos e da operação esteja enquadrada no conceito mais abrangente de sustentabilidade, que alia eficiência no manejo dos recursos, custos menores, adequação ambiental e responsabilidade social?
 
Para obtermos uma resposta adequada para uma demanda tão ampla, devemos sempre perseguir a eficácia do sistema, pois qualquer ação que busque otimizar um parâmetro não pode ocorrer em detrimento de outro. Do ponto de vista de quem desenvolve e fornece tecnologias para o processo de fabricação de papel e celulose, ter responsabilidade com a atuação dos clientes significa oferecer um conjunto de soluções combinadas entre si, em todas as suas áreas de operação, que irão lhes proporcionar custos menores, redução de perdas na produção, menor risco ambiental e, consequentemente, maior aceitação por parte da sociedade. 

Em muitos casos estudados, o tripé de energia, água e fibras pode corresponder a até 70% dos custos totais de produção de papel e, portanto, deve ser o foco das inovações que permitam elevar a produtividade da máquina de papel e de seus sistemas auxiliares, além de aprimorar a qualidade do seu produto, simultaneamente à diminuição do consumo desses insumos.

Tendo como princípio que a redução dos custos fixos é fator primordial de competitividade, e estes estão diretamente ligados à economia de recursos no processo 
produtivo, os fabricantes de equipamentos voltam-se ao desenvolvimento de soluções integradas que ajudam a indústria papeleira a obter uma produção sustentável, principalmente do ponto de vista financeiro.

Atualmente, existem diversas aplicações técnicas que permitem elevar a produtividade da máquina papeleira e, ao mesmo tempo, alcançar níveis de consumo de energia, de água e de fibras mais adequados às novas demandas dos produtores. Muitas dessas soluções têm sido aplicadas com êxito e nos trouxeram até o patamar em que nos encontramos.

Neste momento, existe um grande movimento na indústria de vários 
países, incluindo o Brasil, para a introdução de tecnologias de comunicação avançadas entre máquinas, suportada por sensores de última geração, sistemas controladores e algoritmos, para a maximização dos produtos papeleiros e do consumo de insumos. 

A internet das coisas, ou Indústria 4.0, tem sido objeto de pesquisas em indústrias e universidades, em países como Alemanha, Estados Unidos e Japão, entre outros, cada qual desenvolvendo produtos e aplicações em plataformas distintas, mas com o mesmo objetivo final. Assim como a internet vem transformando a nossa sociedade, nós acreditamos que essa plataforma tecnológica trará um novo horizonte a ser explorado, permitindo-nos alcançar um balanço adequado de produção em máquinas de papel, com ótimo consumo de insumos, como água, energia e fibras, que contribua para um resultado financeiro positivo e de longo prazo.

Esse equilíbrio será a chave da competitividade do setor de papel e celulose, em harmonia com uma gestão ambiental e social sustentável em toda a sua cadeia de fornecimento.