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Paulo Eduardo Rocha Brant

Presidente da Cenibra

As-CP-15

O papel do papel
A sustentabilidade, no seu significado mais profundo, transcende o imbróglio de conceitos e ações mercadológicas que têm se difundido ao seu redor, esvaziando a bela palavra de seu conteúdo essencial, que evoca a essência humana de transformar a realidade para garantir, enriquecer e dignificar a vida em suas mais diversas formas.
 
Os desafios globais relacionados às mudanças climáticas ressaltam a importância das empresas na busca da harmonia entre a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico, por meio de processos que utilizem matrizes energéticas limpas e práticas sustentáveis de gestão dos recursos naturais e dos resíduos. A implementação de tecnologias e práticas de gestão modernas às organizações são critérios básicos para a evolução almejada. Devemos avaliar a eficiência das ações desenvolvidas para determinar diretrizes que garantam a todos um futuro melhor.
 
Nesse sentido, é importante reconhecer que as florestas plantadas para fins industriais contribuem significativamente para a preservação do meio ambiente, pois produzem a matéria-prima que supre a necessidade da população por papel, madeira, lenha, carvão para uso energético, medicamentos e outros produtos de largo consumo, sem comprometer a biodiversidade. As condições de solo e clima favoráveis fazem com que os plantios de florestas cresçam no Brasil como em nenhum outro lugar.

Com área ocupada de apenas 7,74 milhões de hectares (5,56 milhões ha são de eucalipto), o que corresponde a 0,9% do território nacional, o setor brasileiro de árvores plantadas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais no País – os demais 9% vêm de florestas nativas legalmente manejadas. 
Estudos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estimam que, diante do crescimento da população e do consumo per capita, a demanda por madeira para uso industrial e geração de energia aumentará em 40% nos próximos 35 anos.

Esse fato reforça a importância de um manejo sustentável. 
Afora a demanda e a aplicabilidade dos produtos de base florestal, as implicações econômicas e sociais do setor não podem ser ignoradas. O setor de árvores plantadas representa 1,1% de toda a riqueza gerada no País e 5,5% do PIB industrial. Além de uma balança comercial favorável (US$ 6,65 bilhões), da geração de tributos (R$ 10,23 bilhões), dos 610 mil empregos diretos (R$ 11,6 bilhões em salários), são mais de quatro milhões de postos de trabalho decorrentes do efeito multiplicador da atividade florestal. 
 
De um modo geral, uma organização de excelência evoca sustentabilidade em todas as suas dimensões. Esse é o cerne da história da Cenibra, empresa em que atuo como presidente,  a qual, há mais de 40 anos, mantém equilíbrio entre a produção de celulose de alta qualidade, a preservação ambiental, a valorização do ser humano e o desenvolvimento econômico.
 
A empresa atua em 54 municípios do estado de Minas Gerais. Trata-se de uma área de 254 mil hectares, sendo 51% de plantio de eucalipto; 41% de Área de Preservação Permanente e Floresta Nativa; e o restante, em áreas destinadas para infraestrutura e outros. O manejo praticado pela Cenibra promove a preservação do meio ambiente e a utilização responsável dos recursos. Com o Programa de Fomento Florestal, a empresa contempla 89 municípios, integrando-os ao negócio de base florestal.
 
Estou convicto de que cidadania é a consequência natural das ações das pessoas e instituições de bem, conscientes dos valores fundamentais à vida. A nossa empresa, por meio do Instituto Cenibra, busca consolidar parcerias e realizar investimentos que promovam o desenvolvimento justo, com melhoria da qualidade de vida. Para isso, tem como parâmetros a análise da vocação cultural e econômica dos municípios de atuação, alinhada com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O Instituto Cenibra promove mais de 30 projetos socioambientais que contemplam as áreas de educação, meio ambiente, inclusão digital, geração de trabalho e renda, capacitação profissional, produção cultural e cidadania. São investidos, anualmente, recursos significativos com os projetos, as doações para infraestrutura pública e o apoio a entidades comunitárias. Ser cidadão é participar, interagir, contribuir para o progresso e a harmonia entre os seres; esse é o nosso papel.

 
Fomentar mitos e inverdades que prejudicam a fluência e o desenvolvimento das atividades do setor, bem como estabelecer uma legislação ambiental confusa e de difícil aplicabilidade, compromete a evolução da sociedade, uma vez que obsta importantes vetores de desenvolvimento sustentável, soterrando-os em paradigmas falsos. A harmonia buscada por todos, não apenas no aspecto profissional, mas também na vida pessoal, é a chave para a realização de nossos sonhos, nos fazendo relembrar, a cada instante, que o futuro está presente em cada uma de nossas ações.