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Rogério Augusto de Wallau

Presidente em exercício da CaixaRS

Op-CP-04

Porquê o RS está se tornando um caso de sucesso

Fruto de estratégia política do Governo do estado, foram criadas as condições para a atração de pequenos, médios e grandes investimentos, tanto na produção de madeira proveniente de florestas plantadas de rápido crescimento, como no processa-mento industrial da mesma. O estado do Rio Grande do Sul, por razões de clima, solo, preços das terras, tecnologia florestal e logística, mostra-se globalmente competitivo, neste segmento produtivo.

Por isso, grupos empresariais, líderes no setor florestal mundial, como a Stora Enso, a Votorantim e a Aracruz, dentre outras empresas, estão anunciando novos empreendimentos no solo gaúcho. No início da sua gestão, o governador Germano Rigotto recebeu das entidades do setor florestal uma proposta para fomentar o desenvolvimento do setor.

A CaixaRS Fomento Econômico e Social, que é vinculada à Secretaria Estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), realizou os estudos de atratividade estrutural deste setor no RS: mercado que cresce 4% a.a. e que movimenta no estado anualmente R$ 3,5 bilhões e emprega 200 mil gaúchos. Em função do sucesso da atração de investimentos no setor nos três últimos anos, a renda e os empregos devem duplicar, nos próximos 5 anos, com a entrada, em funcionamento, das indústrias de celulose anunciadas.

Através de decreto governamental, foi criado o Arranjo Produtivo de Base Florestal do RS (APB Florestal), composto por órgãos do governo estadual (Agricultura, Desenvolvimento e Meio Ambiente) e entidades representativas do setor de base florestal (Ageflor, Sindimadeira, Fiergs, etc), bem como representantes de universidades. No APB, são planejadas as ações estratégicas, visando a expansão e o desenvolvimento da cadeia produtiva florestal do RS.

A CaixaRS, coordena, executivamente, o arranjo produtivo, que possui quatro grupos temáticos de ação: Meio ambiente, Comunicação e Marketing, Inovação e formação profissional e Atração de Investimentos Industriais. O RS possui uma área total de 28 milhões de ha, dos quais 20 agricultáveis, e somente ao redor de 8 utilizados com plantio. A metade Sul possui 15 milhões de ha e ao redor de 5 podem ser aproveitados com atividades mais rentáveis. Uma das alternativas é o florestamento.

Não se apregoa aos produtores que abandonem a pecuária ou outras lavouras e sim que passem a cultivar também eucalipto, acácia ou pinus, dentro do conceito de diversificação da matriz agropecuária. Neste contexto, a metade Sul tem espaço sobrando também para a fruticultura e está sabendo aproveitar esta alternativa.

 Se dobrarmos o plantio florestal, dos atuais 360 mil ha no RS, o percentual de área ocupada com florestas atingirá somente em torno de 2,6% da área total do território gaúcho e terá um importante efeito na renda do setor. As indústrias de móveis, já estabelecidas, serão beneficiadas, na medida em que poderão se abastecer de madeira plantada no RS, com ganhos expressivos, em função da redução dos custos de transporte.

Hoje, são adquiridos, anualmente, somente de Pinus, o equivalente ao corte de 10 mil ha de florestas, produzidas em outros estados. O programa gaúcho tem a ação focada no desenvolvimento sustentável e objetiva fomentar o plantio de 120.000 hectares, sustar o processo de arenização da Fronteira Oeste, revitalizar o setor socioeconômico e ambiental da metade Sul do estado e valorizar a diversificação do agronegócio rio-grandense (produção de carne, leite, grãos  e madeira).

Trata-se de um programa com enorme importância ambiental, pois, atualmente no país, 2/3 da madeira consumida pelo homem é proveniente de florestas nativas. A exigência dos consumidores, cada vez mais conscientes com a questão ambiental, provoca uma tendência mundial de redução da taxa de desmatamento e aumento de novas plantações de rápido crescimento.

No RS, esta tendência é pura realidade, visto que, nos últimos anos, aumentou de 3% para 18% a área geográfica coberta com matas nativas intocadas e mais as regeneradas. Para consolidar esta reversão e manter a tendência, é fundamental ter-se programas e ações visando o plantio de florestas de rápido crescimento, como é o caso do eucaliptos, do pinus e da acácia negra.

Os benefícios do florestamento, no índice de desenvolvimento dos municípios, podem ser observados facilmente em cidades como Encruzilhada do Sul, Piratini, Pinheiro Machado entre outras. Destaca-se o crescimento de Guaíba, com a chegada de uma indústria de celulose e suas florestas, num raio de 100 quilômetros. Já são 40 anos de plantio bem sucedido de eucaliptus, nesta região do RS.

Através do Comitê Gestor dos Arranjos produtivos de Base florestal, numa parceria público privada, sob a presidência do Governador ou, por delegação, ao presidente da CaixaRS, visa-se o crescimento ordenado e ousado deste setor no RS. Soluções de problemas, que criam obstáculos ao desenvolvimento da cadeia produtiva, são analisadas e agilizadas, dentro do APB Florestal RS.

Criado um ambiente governamental favorável para atrair investidores, tanto em novos plantios, como indústrias, aproveitando-se dos recursos disponibilizados pelo BNDES, foi lançado, em abril de 2004, o Proflora CaixaRS. Desta data, entre plantios financiados pela CaixaRS e os das empresas e demais produtores, obteve-se um acréscimo de aproximadamente 55.000 ha de florestas de rápido crescimento e, até o final de 2006, a meta de plantio de 120.000 ha deverá ser atingida.