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Antônio Claret de Oliveira

Superintendente de Desenvolvimento Sustentável e Relações Corporativas da V&M

Op-CP-16

Combater o bom combate

Mesmo a princípio, parecendo um conceito simples, a complexidade do tema meio ambiente se torna clara ao vermos os efeitos que a sua degradação causa em praticamente todas as esferas de nossas vidas: do clima à migração de pessoas, da saúde à economia, dentre diversos outros aspectos que afetam a todos diariamente.

Existem evidências de que o planeta está sofrendo muito com abusos do homem. Quando pesquisamos o que está acontecendo no mundo, vemos incêndios acima do normal, concentração de gases do efeito estufa, degelo das calotas polares, aumento de tremores de terra, furacões, vulcões e tempestades. Os extremos estão se acentuando.

Se quisermos que o futuro seja melhor, para nós e para as gerações futuras, precisamos promover a mudança agora.
Nesse sentido, a iniciativa privada tem um papel crucial a cumprir, como agregadora de esforços e multiplicadora de boas práticas. Não se concebe mais que uma empresa se instale em uma comunidade apenas para fazer lucro.

A empresa sobrevive do lucro e retira dele as condições para fazer mais e melhor. Mas o lucro não pode ser apenas financeiro. Toda ação que afete o meio ambiente, ou a comunidade, precisa, obrigatoriamente, de outra ação de mitigação. No fechamento das contas, o saldo tem que ser positivo. Dessa maneira, o financeiro é apenas um dos pilares da sustentabilidade, enquanto os outros são o bem-estar social e a saúde do meio ambiente.

Está claro que as organizações que não tratarem da sustentabilidade com a devida importância serão eliminadas naturalmente do sistema. Essa é uma tendência natural, que não se dará por movimentos violentos. Os clientes simplesmente não comprarão mais das organizações que agem contra a imagem deles e que assim exponham ou derrubem sua reputação.

As empresas precisam manter ações sistêmicas e adotar uma política de sustentabilidade que englobe as pessoas que se relacionem com ela de alguma forma, seja pelo viés comercial, econômico, social ou ambiental. Estamos falando de objetivos comuns, do homem, da biodiversidade, do oxigênio, do clima, da produção menos impactante.

Dessa forma, poderemos ver as pessoas deixando o egoísmo de lado e dando as mãos, aumentando nossa esperança num futuro melhor, com menos ganância e hipocrisia. Com essa visão, estamos tratando da sustentabilidade no dia a dia, principalmente através da implantação do “Tempo Sustentável”.
A base desse conceito é muito simples: temos que produzir mais com menos recursos.

Mas, na sua simplicidade, o conceito aponta para termos uma vida melhor e possibilitar que as futuras gerações tenham uma vida ainda melhor que a nossa. Esperamos que as próximas gerações sejam mais cuidadosas e responsáveis com os recursos naturais. Somente a preservação deles possibilitará a produção, o trabalho e, enfim, a esperança no futuro desse planeta, a Gaia.

Já temos exemplos claros em Belo Horizonte, onde empresas estão dando andamento a uma série de investimentos ambientais. Temos, na siderurgia, ações que visam acabar com a emissão de poeira fugitiva e instalação de planta modelo de recuperação de resíduos. O reflorestamento de áreas com árvores nativas, integrando plantas industriais com o processo de urbanização, também já é uma realidade abraçada pela população. Então, vamos fazer desse abraço algo positivo e verde.

Isso é importante, mas não é tudo. As empresas precisam ter uma atitude diferenciada, da pesquisa à produção, incluindo projetos de integração social. Enfim, o mais importante aqui é lembrar que a mudança para melhor, para a sustentabilidade, começa dentro da gente. Temos que gerar influência positiva, e isso só é possível com exemplo em movimento.

O “seu” e o “meu” movimento, a “sua” e a “minha” mudança. Devemos nos lembrar de que precisamos, nesse assunto, “combater o bom combate”, fazendo barreira ao mercantilismo natural do ser humano que, por vezes, transforma catástrofes em oportunidades de ganhar dinheiro: vende consultorias desenhadas a partir de criação da dificuldade. Precisamos urgente mudar nosso comportamento em direção ao “mais”. Deus não é vingativo, mas a natureza pode dar respostas às nossas grosserias. Vamos refletir e agir no sentido de um mundo melhor. Nossos filhos e netos nos agradecerão.