Me chame no WhatsApp Agora!

Adilélcio Galvão de Freitas

Gerente de Fomento da Suzano Papel e Celulose

Op-CP-29

Oportunidade de negócio

O fomento florestal integra o produtor rural e a indústria madeireira promotora, demonstrando um excelente instrumento de democratização e inclusão na cadeia produtiva de madeira no Brasil, beneficiando a sociedade – pela distribuição de riquezas e impostos gerados pelo mercado de madeira, e a própria empresa – por não mobilizar capital financeiro em ativos fundiários, além de atenuar os conflitos sociais e ambientais.

É uma forma inteligente de parceria, principalmente para as empresas de base florestal, que sofrem severas críticas por demandarem grandes extensões de terra para produção de madeira.

A história das empresas florestais confunde-se com a do fomento florestal brasileiro, visto que cresceram e evoluíram juntos; isso não é diferente na Suzano Papel e Celulose, que está entre as pioneiras nessa modalidade de parceria com os produtores rurais.

O Programa de Fomento de Madeira da Suzano no site de Mucuri/BA está completando 20 anos em 2012; iniciou-se como a maioria de outros programas, com a modalidade de doação de mudas e assistência técnica aos produtores rurais, tendo como principal finalidade a integração entre a indústria de base florestal no plantio de uma espécie exótica – o eucalipto – com a comunidade, promovendo uma verdadeira extensão rural.

Os anos passaram, e o programa de fomento, cuja concepção e alvo eram o foco social, passou a fazer parte do plano estratégico da empresa de abastecimento fabril, tornando-se um negócio florestal. Houve uma grande aceitação dos produtores rurais em plantar o eucalipto, principalmente pela garantia da compra da produção e pela rentabilidade da cultura perante as tradicionais da região.

Para concretização dessa parceria como fonte de madeira para a indústria, foram criadas modalidades de contratos e alternativas de plantio, em que a Suzano concede, além de mudas, assistência técnica, planta topográfica, formicida, adubos e adiantamento financeiro para as atividades de plantio e manutenção, sendo as dívidas transformadas em madeira e debitadas na época da colheita.

Umas das alternativas bem-aceitas pelos produtores tradicionais da atividade de pecuária da região foi o plantio consorciado, eucalipto e pastagem, com cerca de 5% da área fomentada.

Com o sucesso dessa parceria, a empresa alcançou um efetivo do programa de fomento de 60.000 hectares, distribuídos nas mãos de 450 produtores em 19 municípios e 3 estados, responsável por 30% do abastecimento fabril, praticamente 2,0 MM de m³ de madeira entregue na fábrica, anualmente, e plantando uma área de 8.000 hectares/ano.

O programa de fomento na região movimenta recursos financeiros da ordem de R$ 200 milhões anuais, incluindo adiantamentos financeiros operacionais, compra de madeira e impostos gerados. Hoje, temos outros projetos no fomento, que não se limitam a melhoria no manejo florestal, mas vão além, pois agregam valor à floresta, trazem princípios sociais e ambientais, com compromisso e seriedade, que é a certificação florestal do FSC nas áreas fomentadas.

A certificação florestal iniciou-se em 2008 com 3 fomentados, sendo um pequeno, um médio e um grande produtor, e, ao final de 2012, cerca de 20.000 hectares serão certificados ou recomendados pelo FSC, como uma meta de certificar 100% dos fomentados.

É uma mudança cultural e social dos produtores e uma visão de sustentabilidade do negócio florestal. Para a equipe do fomento, além da preocupação em manter os produtores conquistados, existe a necessidade constante da busca de novos integrantes.

O trabalho exige um contato direto com pessoas de todos os níveis sociais, econômicos e culturais, por isso cada produtor requer tratamento individualizado, e o profissional dessa área precisa ter muitos conhecimentos, não só técnicos, mas também administrativos e empresariais e, principalmente, de relações humanas.

Trata-se de excelente opção de negócio, desde que mantidos os princípios de parceria, ou seja, deve ser bom para ambos os lados, possibilitando a participação em uma atividade sustentável, sendo economicamente atrativa, socialmente justa e ambientalmente correta.