Me chame no WhatsApp Agora!

Marcelo Santos Ambrogi

Conselheiro da IMA Gestão e Análise Floresta

Op-CP-29

Aerofotogrametria no monitoramento e no inventário

O coração de importantes decisões florestais está no conjunto cartografia, cadastro e inventário florestal, e sua precisão é fundamental. Toda a tecnologia operacional, de manejo e de material genético é quantificada pelos inventários florestais, sejam eles qualitativos ou quantitativos. Inventário é uma importante ferramenta de pesquisa, base do planejamento, quantifica o valor do ativo, dentre outras funções.

Os pagamentos e custos são quantificados pelo volume ou pela área trabalhada. Parte do erro que é atribuído ao inventário também vem do erro da área plantada. É só avaliar que bacias de retenção de água, árvores nativas no interior do talhão, falhas localizadas, ventos, etc., geralmente não estão adequadamente descontados da área plantada.

O custo operacional do setor aumentou nos últimos anos, mas a produtividade não cresceu na mesma proporção. É fundamental a busca do aumento da produtividade do setor florestal. Para falar do uso moderno de imagens na área florestal, vou usar dois velhos ditados. O primeiro é “o porco engorda com os olhos do dono”.

O resultado da silvicultura acontece no tempo. Conversando com os colegas que possuem experiência e autoridade para decidir, todos dizem não ter tempo adequado para ir ao campo. As estruturas enxutas e o aumento das atividades administrativas são um custo para provar que estamos fazendo tudo certo. Com isso, os profissionais não conseguem levar os olhos para ver a árvore engordar. Observam os plantios por tabelas, gráficos e relatórios.


A viabilidade de um plantio deve ser verificada próximo aos 12 meses, pois postergar é arrastar o problema por 7 anos. Ocorrências como doenças, pragas, incêndios e ventos também demandam decisões imediatas com foco no cumprimento do programa de abastecimento ou venda de madeira.

O segundo ditado é “uma imagem vale mais que mil palavras”, mil relatórios, gráficos e apresentações. Países escandinavos e da América do Norte, Austrália e Chile, há muito tempo, levaram os olhos para as soluções embarcadas em aeronaves.

Comprar ativo sem imagens de precisão? Nem pensar. Inventários florestais utilizando grandes equipes de campo, onde o deslocamento custa mais caro que a medição, coisas do passado.

Avaliações e monitoramentos baseados em imagens de alta resolução obtidas em veículos aéreos não tripulados (VANT) são as melhores ferramentas para a gestão no nível operacional.

Essa tecnologia permite maior flexibilidade, pois pode ser aplicada em áreas menores e que demandam respostas em menor prazo. É imediato e preventivo. São os olhos da experiência, com asas. Aviões tripulados são utilizados para a realização de levantamentos de ativos e inventários florestais, quantificação de perdas, qualificação do uso do solo, realização de levantamentos topográficos.

Têm característica de planejamento e avaliação. Nesse caso, podem utilizar câmeras digitais de alta resolução e/ou sensores Lidar (Light Detection And Ranging). Lidar é um método rápido e confiável de se obter dados tridimensionais com precisão de altura de árvores em até 10 cm.  Usam luz que penetra no dossel das árvores chegando até o chão, utilizando uma câmera laser de alta frequência orientada por um GPS e um sistema de navegação inercial. 

A precisão dos resultados obtidos com essa tecnologia pode reduzir o esforço de amostragem de campo a 10% do esforço atual. Retorna o MDT e uma base de dados que permite realizar inventários. Essas ferramentas estão com custos competitivos e entregam diferentes produtos obtidos de uma mesma imagem, o que comparativamente são mais eficientes que os métodos tradicionais. A tecnologia é relativamente nova e está na curva de redução dos custos, ao contrário dos processos atuais, que não têm como aumentar a produtividade.

Levar os olhos do gestor ao campo através de produtos baseados em imagens é, no mínimo, preventivo. Mas, principalmente, é uma ferramenta para se reduzirem custos, investimentos e perdas em função da melhoria da qualidade da informação e da velocidade da decisão. É quando o setor está perdendo sua competitividade que temos que agir com mais força para mudar. A ferramenta principal é a tecnologia, que está aí para quem quer ver.