Me chame no WhatsApp Agora!

Sérgio Luiz Cotrim Ribas

Diretor Presidente da Celulose Irani

AsCP21

É tempo de virtudes
Estamos vivendo uma enorme revolução de costumes que acabou tomando mais força durante a pandemia. Uma mudança geracional das mais profundas. É tempo de reconexão com nossas essências, com aquilo que há de mais virtuoso na vida. É tempo de desenvolvermos todo o nosso potencial a partir das nossas virtudes. É tempo da verdade. 

A vulnerabilidade trazida pela percepção de quão frágil nós somos, individualmente e como humanidade, está causando grande impacto nas pessoas, nos governos e, evidentemente, nas empresas. A valorização da vida, das relações humanas com significado e das coisas mais singelas têm sido a tônica dos últimos tempos. Voltamos, aparentemente, a nos perceber como partes de um todo completo, indivisível e que busca o seu equilíbrio permanentemente. A sabedoria do oriente, através da filosofia esotérica, já nos ensina, há milênios, que somos partes da natureza e sujeitos a suas leis.

Há um reconhecimento cada vez maior que é preciso avançar. Que é preciso reduzir desigualdades e que é preciso que cada um assuma a sua responsabilidade. É preciso uma reconexão com causas mais transcendentes. É nessa perspectiva que gostaria de abordar os critérios ESG: tema que está tomando a agenda de tudo e de todos. Pode parecer mais um daqueles movimentos organizacionais que, de tempos em tempos, nos coopta de corpo, mente e alma até que um novo movimento se sobreponha e nos arrebate.

No entanto parece que estamos diante de um fenômeno muito mais consequente, profundo e absolutamente contemporâneo. Ao olharmos para cada uma das siglas do tema ESG, podemos observar isso. O E, de Environmental, norteia o trabalho das empresas no sentido de utilizar os recursos naturais de forma adequada. Ao reduzir, reciclar e reutilizar os materiais da cadeia produtiva, possibilitamos a economia circular. É preciso respeito com a natureza.
 
Somos apenas mais um ser que a compõe.

Já a integração direta da organização com a sociedade é representada pelo S, de Social. Para mim, esse pilar remete ao conceito de empresas válidas da Escola de Marketing Industrial, que pressupõe que a verdadeira função de uma companhia é atender às necessidades das pessoas que a compõem. Para se tornar uma empresa efetivamente válida, é imprescindível seguir padrões de conduta exemplares para assegurar uma rota de crescimento duradoura e legítima e ser admirada pela sociedade.

A sigla S também está vinculada à promoção e à inclusão da diversidade. Esse tema não pode ser apenas uma pauta de marketing ou de debate, mas sim um compromisso das empresas em dar oportunidade para que a sociedade seja representada com todas as suas diferenças. 
 
Por mais importante que seja debater a necessidade de valorização da pluralidade, são as ações, que se originam em compromissos públicos e metas assumidas, que constroem uma sociedade inclusiva e menos desigual. E não podemos nos esquecer do voluntariado, uma vertente relevante que deve promover o desenvolvimento, a educação e a capacitação das comunidades e movimentos sociais a partir de uma postura colaborativa.

Por fim, quando falamos do G, de Governance, nos referimos a uma grande demanda social e que exige muita atenção das organizações. Cada vez mais, a sociedade cobra transparência e coerência das empresas. Quanto mais transparente e coerente for uma companhia, mais eficiente e próspera ela será. Governança também se refere à estrutura organizacional da empresa e seus diversos órgãos internos (conselho de administração, comitês, diretoria).
 
Se essa estrutura funcionar com transparência e comprometimento, a possibilidade de resultados positivos é ainda maior. E também olhamos para o pilar Econômico que, embora não seja parte da sigla do ESG, a meu ver, está totalmente vinculado a esse tripé. Os elevados padrões ambientais, sociais e de governança propostos pelo ESG fazem com que as empresas sejam melhores em termos de gestão e de percepção do cliente e da sociedade, agregando valor à marca e aos seus resultados financeiros.

Uma organização se torna sustentável pelo trabalho realizado, respeito à natureza, resultados econômicos alcançados e por suas práticas inclusivas. Não é possível falar de sustentabilidade sem olhar para o S, de Social, o G, de Governança, e o viés Econômico que complementa esse organismo. Assim como acontece com a natureza, acontece conosco. À medida que cuidamos do nosso corpo e mente, contribuímos para sermos mais saudáveis. Com uma empresa, acontece da mesma forma.