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Roberto Carlos Alves

Produtor Rural fomentado pela Cenibra

Op-CP-04

A permanência do homem do campo no campo

A região do Vale do Rio Doce, especificamente as bacias dos rios Suaçuí e Santo Antônio, onde a Cenibra possui plantios de florestas de eucaliptos, apresenta topografia acidentada, inviável para exploração de grãos e atividades, que requerem mecanização intensa. Os solos da região, em grande parte, estão em avançado estágio de degradação por erosão, incêndios e diminuição da sua fertilidade natural.

Tudo isto aponta para a necessidade urgente de substituir o modelo ainda presente por atividades que produzam riquezas, de maneira socialmente justa e respeitando o meio ambiente. Surge então, como grande alternativa, a exploração de florestas plantadas. Diante deste cenário, a Cenibra, através do seu programa fomento florestal, estabelece uma relação interessante com os proprietários de terras.

A empresa repassa ao produtor rural todos os insumos e orientações necessárias à implantação e condução da floresta de eucaliptos, garantindo, por outro lado, a compra de toda a sua produção de madeira. Como primeiro passo para a implantação do negócio, técnicos do Instituto Estadual de Florestas vistoriam a propriedade para orientar o produtor e proceder ao licenciamento ambiental. Desta forma, a questão do meio ambiente fica contemplada.

O fomento florestal insere o tradicional produtor rural num negócio moderno, que tem como efeito imediato a sua inclusão tecnológica. Isto se dá a partir do momento em que o produtor coloca, dentro de sua propriedade, uma nova atividade, que utiliza um pacote tecnológico muito mais avançado do que aqueles usados nas suas atividades tradicionais.

Com o fomento florestal, a aquisição de insumos de qualidade, a custos acessíveis, deixa de ser um dos gargalos do pequeno produtor rural da nossa região. A Cenibra os adquire e os repassa ao produtor rural, a preço de custo – e são os mesmos insumos utilizados nos seus plantios. Assim, a atenção do produtor pode se voltar unicamente para os cuidados com a floresta.

A modalidade de financiamento do fomento florestal é muito interessante para o produtor rural, já que a dívida não é firmada em valores nominais, e sim em produto (metros cúbicos de madeira entregues na fábrica da Cenibra). Após o plantio, o valor dos insumos é convertido em uma quantidade de madeira, ficando o produtor livre de juros e da preocupação com a venda do produto, para ressarcir o agente financiador.

Outra grande vantagem do fomento florestal é a garantia de compra, pela Cenibra, de toda a madeira produzida. Fica assim eliminada a incerteza do mercado futuro, caracterizado por flutuações muito perigosas para o pequeno produtor, como sofre todo o agronegócio brasileiro. O exagero na cobrança de impostos no Brasil leva a uma grande tentação em favor da sonegação tributária. Com a madeira vendida para a Cenibra é diferente: a madeira é guiada, com o recolhimento de impostos, afastando o arriscado e desagradável negócio clandestino.

A garantia de um futuro melhor é uma preocupação da maioria das pessoas. O negócio florestal, por suas características, não é atividade de sustento diário do pequeno produtor rural. Surge como alternativa para a criação de uma poupança, paralela a outras atividades. Particularmente, nossa expectativa é que as nossas florestas possibilitem a garantia do pagamento dos estudos dos nossos filhos.

Percebe-se também que o produtor rural, a partir do momento em que integra o fomento florestal da Cenibra, eleva a sua auto-estima, por se ver fazendo parte de um negócio significativo para a região e para o país, e que lhe possibilita uma melhor rentabilidade, que a das atividades tradicionais. O contato com técnicos da empresa e com participantes mais antigos do fomento florestal possibilita ao produtor rural a absorção da cultura institucional de uma grande corporação.

Este é outro ganho significativo, pois quem antes ficava confinado na sua lida diária no campo, agora, através do novo empreendimento, passa a perceber um novo mundo. Aprende a fazer as coisas da maneira correta, substituindo mitos originados na baixa escolarização, no atraso cultural e tecnológico, pela certeza do trabalho bem feito, à luz da tecnologia, da sustentabilidade e da rentabilidade.

A segurança do negócio para o produtor rural é outro atrativo poderoso, já que a relação de parceria possibilita a diminuição e a diluição de riscos. O fomento florestal é uma modalidade de negócio que transfere para pequenos empreendedores parte do trabalho de grandes empresas, assim como também transfere parte das possibilidades de geração de riquezas.

Neste aspecto, torna-se particularmente atraente o fato de as pequenas propriedades de economia familiar poderem se inserir num grande negócio mundial, que é a produção de Celulose e Papel. Por fim, plantio de florestas surge como uma forma rentável de promover a recuperação de extensas áreas degradadas pelas pastagens mal conduzidas e pelo fogo no Vale do Rio Doce.

Além de melhorar a renda da população, o negócio florestal contribui para a permanência do homem do campo no campo – em paz, e ainda promove o resgate de parte deste imenso passivo ambiental, deixado pela degradante colonização que sofremos. A construção de uma realidade social e ambientalmente mais adequada aos tempos atuais passa, inegavelmente, pela melhoria das condições de vida dos povos, pois quem está no vermelho não consegue pensar no verde. E os produtores florestais, que contribuem para a consolidação do agronegócio florestal brasileiro, estão aí fazendo a sua parte.