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Theo Borges

Presidente da Anave

Op-CP-17

O que mudou no setor de papel e celulose após a crise?

Muitos economistas apregoam que o país já saiu tecnicamente da recessão, com a divulgação oficial do resultado do PIB brasileiro do segundo trimestre do ano, comparativamente ao trimestre imediatamente anterior, positivo em 1,9%. Isso porque vinha de quedas sucessivas nos dois trimestres anteriores (-3,4% no quarto trimestre de 2008, e -1% no primeiro trimestre de 2009), o que então configurava um quadro recessivo.

Outros ainda se mantêm cautelosos e chegam mesmo a dizer que a crise e a recessão não passaram, pois os fatores macroeconômicos mundiais, principalmente, ainda estão muito vulneráveis.
E nós que não somos economistas mas nos vemos envolvidos em um número infindável de informações, como podemos interpretar isso e sentir o que realmente está se passando, no que eu chamo de “mundo real”?

Sentimos claramente sinais de recuperação nos diversos setores da economia que impulsionam o país, como a siderurgia, a indústria automobilística e algumas commodities, porém muito dessa recuperação ainda não chegou a vários setores. Nós que vivemos a realidade das empresas ligadas ao setor de papel e celulose sentimos que os negócios caminham ainda lentamente para uma recuperação efetiva.

Como representantes de uma associação de profissionais das áreas comerciais dessas empresas, estamos em contato constante com os diversos participantes dessa cadeia de negócios e, de alguma forma, sempre buscando “sentir” o que está acontecendo e o que deverá acontecer no futuro. Claro que não temos as respostas a essas perguntas para cada um dos segmentos de produção, conversão e comercialização, mas precisamos também, de alguma maneira, apresentar a nossos associados quais são as perspectivas para os segmentos de nossa atuação.

Com o intuito de responder à pergunta desta edição e como fazemos todos os anos, a Anave promoveu a 34ª edição anual do Fórum de Análise de Mercado. Nesse Fórum buscou-se conhecer o que alguns segmentos participantes da cadeia de negócios de papel e celulose pensam a respeito, como cada um deles vem sobrevivendo a essa crise e quais são as suas perspectivas a curto e médio prazos.
Foram avaliadas questões como:
 

  • A evolução do mercado de livros e suas perspectivas no Brasil frente a novas tecnologias;
  • O que se pode esperar para o futuro do meio revista;
  • Jornal: o Brasil como exceção no mundo;
  • Perspectivas do setor de cadernos para o mercado brasileiro e de exportações;
  • Formulário contínuo e perspectivas frente às mudanças tecnológicas e à legislação fiscal;
  • Tendências do setor gráfico brasileiro;
  • Criatividade e tecnologia em adaptação para continuar crescendo no segmento de embalagem;
  • Avaliação do setor de celulose e papel;
  • O mercado para a celulose brasileira, dentre outras.

Como associação, buscamos cumprir o papel no sentido de criar mecanismos de discussão entre os diversos níveis de executivos das empresas envolvidas no processo geral do sistema florestal. Sentimos na pele todos os revezes pelos quais passam nossos associados. Ressalta-se que as associações sofrem, igualmente, com as crises nas quais seus setores representados são envolvidos, quando os recursos, em função das obrigatórias reestruturações, reduzem-se e, em muitos casos, extinguem-se e são excluídos dos budgets das empresas.

A questão que se afigura é saber como o “pós-crise”, que necessitaria ser construído agora, efetivamente se concretizará? Carlos Alberto Farinha, Vice-presidente de Desenvolvimento da Jaako Pöyry Tecnologia, em recente artigo na edição Março-Maio 2009, da Revista Opiniões, levantou essa questão, de uma forma mais abrangente ainda, conjecturando sobre como os controles de caixa, que restringem qualquer desembolso aos limites do possível, podem afetar toda a cadeia, como fornecedores de equipamentos e serviços. Nesse caso, peço licença também de incluir as associações que desempenham importante papel nessa cadeia.