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Adriano Thiele

CEO da JSL

Op-CP-51

Das florestas aos pátios das fábricas
O transporte de madeira das florestas até os pátios das fábricas tem recebido grande atenção por parte das empresas do setor florestal, tanto pela sua participação expressiva no custo total da madeira posta nos pátios das fábricas, quanto pelo impacto socioambiental que a grande quantidade de caminhões, que realizam essa operação, gera nas comunidades por onde transitam. Normalmente, pequenas comunidades e com pouca infraestrutura ao longo das rodovias.
 
Nas últimas décadas, todo o processo de transporte de madeira passou por uma verdadeira transformação, avançou muito e ainda segue passando por uma série de mudanças significativas. A própria maneira de se pensar essa logística evoluiu consideravelmente. Hoje, tudo é desenvolvido de forma mais integrada, as soluções são mais customizadas e personalizadas às necessidades e interesses de cada cliente, de cada fábrica, de cada operação. A indústria florestal está, cada vez mais, procurando ser mais competitiva, e uma logística eficiente está diretamente ligada a essa competitividade da indústria. 
 
A evolução tecnológica dos últimos anos, somada às soluções de engenharia cada vez mais criativas e inovadoras, permitiu que fossem desenvolvidas e produzidas composições florestais com materiais muito mais leves. Uma composição de tritrem florestal, por exemplo, atualmente é fabricada com tara de 13,1 toneladas.  Em 2010, a tara dessa mesma composição chegava a 17,5 toneladas, ou seja, em 8 anos, o peso dessa composição foi reduzido em 25%.

Sem esse “peso morto”, a capacidade líquida de madeira transportada em cada uma das viagens dessas composições aumentou em 10%, passando de 46,5 toneladas para 50,9 toneladas, impactando diretamente e de forma proporcional a redução do custo. O custo menor do transporte não é o único ganho.  Transportar um maior volume de madeira por viagem significa menos composições rodando nas estradas, menos quilômetros rodados e, consequentemente, menos diesel sendo consumido. Mais segurança nas estradas e menos CO2 na atmosfera. Outro grande avanço nas operações de transporte florestal são as soluções de telemetria, cada vez mais modernas e sofisticadas. 
 
Computadores de bordo monitoram em tempo real a forma de condução dos motoristas, gerando alertas e corrigindo eventuais desvios de condução sobre parâmetros previamente estabelecidos. É uma ferramenta que ajuda o motorista a explorar o máximo da performance na condução do equipamento, trazendo economia significativa no consumo de combustível, bem como menor desgaste em itens mecânicos, como embreagem, freios, diferencial, pneus, entre outros.

Além de correções dos possíveis vícios de direção em tempo real, esses sistemas permitem gerar relatórios personalizados sobre a forma de condução para cada motorista. A partir daí, são preparados e ministrados treinamentos direcionados e específicos.  O gestor passa a ter ferramentas objetivas e consistentes para determinar treinamentos específicos para quem realmente precisa ser treinado. Os treinamentos passam a ser muito mais assertivos, e sua eficácia pode ser facilmente monitorada, através da evolução do modo de direção de cada um dos motoristas.
 
Recentemente, além de monitorarmos a performance detalhada dos caminhões e das máquinas, passamos a monitorar também o comportamento dos próprios motoristas, em tempo real.  Através de câmeras com sensores infravermelho, instaladas nas cabines dos caminhões, algoritmos permitem interpretar as expressões faciais (rosto, olhos e boca) e ações do motorista, com a principal finalidade de entender seu estado e identificar sinais de fadiga e/ou distração durante a condução do veículo.

O sistema é parametrizado para, sempre que detectar algum desses sinais de fadiga ou distração, gerar um comando de voz para alertar o motorista diretamente na cabine do caminhão e, ao mesmo tempo, enviar o alerta para uma central de monitoramento. Com essa ferramenta, já é possível identificarmos o risco em tempo real e com antecedência.

O sistema age de forma imediata e automática, fazendo com que os índices de acidentes causados por fadiga, ou falta de atenção, cheguem muito próximo ao de zero. Toda essa evolução trouxe ganhos significativos para todo o processo. O custo está menor, as operações estão mais seguras, e estamos minimizando o impacto ambiental. Certamente, ainda há muita coisa nova por vir.