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Rosane Dill Donati

Superintendente Executiva da Abipa

Op-CP-15

A visão da indústria de painéis de madeira sobre o mercado florestal

Antes de falarmos da questão florestal, devemos abordar a nova sociedade de indivíduos, onde o capitalismo ajudou a criar um mundo de abundância sem precedentes. A reboque dessa abundância, vieram a educação, a saúde, a informação e as experiências das mais diferentes formas, valorizando segurança, conforto e qualidade de vida. É nesse sentido que entra o mercado ambiental.

A consciência de um mundo melhor não é mais uma característica individual e não se limita às sociedades desenvolvidas.
O primeiro painel de madeira aglomerada foi fabricado em escala industrial em 1941, em Bremen, na Alemanha, como uma alternativa mais econômica ao uso da madeira maciça. O conceito da sustentabilidade é intrínseco à própria atividade e sua operação.

Sustentabilidade não é mais um tema isolado, defendido só por ambientalistas sonhadores. Ao contrário, é uma agenda de âmbito mundial e no ambiente empresarial como o do nosso setor de painéis de madeira industrializada não é diferente. Nosso foco está voltado para a importância da sustentabilidade como estratégia de perpetuação e crescimento da indústria.

Conscientes do seu papel como agente multiplicador do conceito de sustentabilidade, as empresas associadas da Abipa desenvolvem um trabalho de conscientização e auxílio a vários outros públicos, patrocinando diversos programas, com o objetivo de integrar as empresas às comunidades onde estão inseridas.

São projetos sociais de preservação ambiental, proteção à fauna e à flora, projetos de educação continuada nas empresas, combate ao desperdício da água e, adicionalmente, com o objetivo de gerar renda, programas de fomento e parcerias com produtores rurais independentes, para o cultivo de florestas renováveis em terras ociosas, entre outros.

A atividade florestal é importante sob diversos aspectos e o Brasil, com suas características de solo e clima, além da extensão de terras aptas à produção de madeira, poderia ocupar um lugar privilegiado no mercado mundial, sem o estigma de campeão de desmatamento. O setor florestal brasileiro, com suas oito cadeias produtivas, conforme classificação do PNF - Programa Nacional de Florestas, contribui com uma parcela importante para a economia do nosso país, gerando produtos para o consumo direto, emprego e renda.


Perfil do setor de painéis industrializado:

• Associadas: Berneck, Eucatex, Duratex, Fibraplac, Masisa, Satipel e Tafisa.
• Localização das unidades industriais: Estados de SP, MG, PR e RS.
• Capacidade instalada-2009: 8 milhões m3/ano.
• Linhas de produto: MDP (Médium Density Particleboard), MDF (Médium Density Fiberboard), HARDBOARD (Chapa de Fibra) e HDF (High Density Fiberboard).
• Principais segmentos atendidos: indústria da transformação - moveleira, construção civil, embalagens, indústria automobilística e de artefatos de madeira.
• Áreas florestais utilizadas de pinus e eucalipto: 500 mil hectares.
• Reserva permanente: 260 mil hectares.
• Empregos gerados: 30 mil postos de trabalho, considerando os diretos e indiretos.
• Certificação: ISO 9000 e a Certificação Florestal - Green Label.

As políticas florestais reconhecem que as florestas e as terras de vocação florestal contribuem para a qualidade de vida da população, proporcionando bens e serviços necessários.Tal contribuição melhora o bem-estar das populações locais, regionais e outros países. O desafio de uma política florestal é assegurar que essas florestas contribuam para maximizar o bem-estar da sociedade, de forma sustentável.

As alternativas de financiamento por meio do Propflor, Programa de Plantio Comercial de Florestas e do Pronaf Florestal são importantíssimas para integrar os produtores rurais ao processo de produção florestal, se complementadas com assistência técnica e mecanismos de fácil acesso ao crédito e posterior auxílio para a comercialização dos produtos florestais.

Uma das alternativas seria incentivar a criação de cooperativas de produtores de madeira para dar suporte aos pequenos e médios produtores para a comercialização da madeira produzida. Sabemos que o setor florestal é carente de apoio e linhas de créditos que facilitem o acesso de pequeno e médio produtor. É importante que estas políticas sejam estendidas a todas as atividades florestais, inclusive aos pequenos produtores que vivem do manejo dos produtos da floresta.

Entretanto, algumas reflexões ainda precisam ser consideradas como:

• A maior inserção do fomento em políticas públicas;
• Ação institucional para superação de entraves na legislação;
• Formação de cooperativas e associações de pequenos e médios produtores;
• Linhas de crédito para o financiamento de novos empreendimentos para os pequenos e médios produtores, e
• Aprimoramento dos programas de parcerias nas empresas do setor florestal x entrantes x inovações nos contratos.