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Fábio Túlio Lima Cró

Coordenador de Tecnologia e Meio Ambiente da Eucatex

Op-CP-21

Para ser sustentável, tem que ser divertido!

Muito tem se falado nas últimas décadas sobre a crise ambiental e o papel do ser humano como elemento gerador desse desequilíbrio. Dentre esses problemas, questões como desmatamento, manejo sustentável, conservação das florestas e respeito à legislação ambiental passaram a ocupar um grande espaço no cotidiano.

O crescimento natural da população e o surgimento de uma massa consumidora geraram um aumento da demanda por bens, levando a sociedade a impactar cada vez mais de forma desequilibrada os ambientes naturais, afetando seus mecanismos de renovação, tornando-o cada vez mais vulnerável e incapaz de manter seu equilíbrio.

Um exemplo real é a produção de alimentos versus a preservação de ecossistemas vulneráveis. A sociedade pede por um crescimento sustentável que ofereça alternativas de uso mais eficiente dos recursos naturais e que permita um processo de produção menos danoso.

O conceito de "sustentabilidade" reúne diversos grupos sociais que buscam alternativas viáveis de ações para responder efetivamente à crise ambiental. Tais ações vão requerer uma mudança fundamental na percepção de que o meio ambiente não se limita aos ecossistemas brasileiros, mas inclui uma rede de interações entre consciência humana, os sistemas sociais e o meio natural.

Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas". Qualquer empresa que se intitule “sustentável” necessita passar por quatro requisitos básicos em seus processos, que são: ser ecologicamente adequado; economicamente viável; socialmente justo e culturalmente aceito.

Diante desse cenário, o setor florestal tem procurado diferentes ações para garantir sua eficiência e, principalmente, estar em conformidade com as expectativas dos acionistas, da legislação ambiental  e principalmente do mercado consumidor. As ações de sustentabilidade do setor florestal brasileiro são pluralísticas, nas quais os membros seguem diferentes ideologias, valores e modelos, que podem ser ou não conflitantes.

A visão de sustentabilidade para o setor ainda não foi desenvolvida em consenso por esse campo e, provavelmente, devem existir diferentes visões, que parecem ser igualmente legítimas e necessárias para que o setor se adapte e sobreviva no longo prazo.

Para melhoria efetiva de desempenho ambiental das empresas florestais, é fundamental identificar como os fatores sociais influenciam as ações ambientais empresariais, de que maneira e por que as organizações adotam determinadas estratégias para atingir seus objetivos.

Quais seriam, então, as ações de sustentabilidade que garantam a satisfação de todos os fatores envolvidos? Quais os mecanismos que garantem que as ações que estão sendo implementadas são suficientes ou de fato efetivas? Qual a motivação para garantir todas essas salvaguardas para os ambientes naturais e as comunidades que as compõem?

As partes interessadas, internas e externas, defendem diferentes critérios e graus de importância no que se refere aos elementos que compõem uma visão de sustentabilidade para o setor florestal. Apesar da aceitação dos padrões para as certificações florestais, existem ainda conflitos culturais entre os grupos que representam os interesses sociais, econômicos e ambientais.

Para que possamos minimizar os conflitos culturais, é que somos dotados de estratégias e ações que visam colocar esses fatores em contato permanente e em constante diálogo, que possa ser traduzido em mais ações e maiores conquistas juntos, fazendo mais com menos esforço, mantendo a sustentabilidade tão almejada não somente nos ecossistemas, mas, também, nas relações humanas.

É preciso buscar fazer esse contato saudável e lúdico. As crianças e seus educadores têm que ser os protagonistas dessa história, pois a sustentabilidade só vai ser alcançada, e ela mesma ser sustentável, a partir do momento em que as ações façam parte da vida de uma maneira natural, rica e marcante. Por isso dizemos sempre: “Para ser sustentável, tem que ser divertido!”