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Hélder Bolognani Andrade

Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da V&M Tubes

Op-CP-27

A ampliação da capacidade

Considerando que inovação tem como característica a criação de novos produtos ou processos, a silvicultura pode ser considera a área onde esse conceito tem sido empregado.

Conforme relatório 2011 da Abraf, as principais forças de sustentação e de expansão da inovação tecnológica do setor florestal podem ser divididas em três períodos: 1960-1980 – início do processo de industrialização, incentivos fiscais e baixa produtividade; 1980-2000 – avanços no melhoramento, aumento da produtividade e sustentabilidade; 2000-2010 – biotecnologia, manejo silvicultural, novos investidores e desenvolvimento sustentável. Um dos fatores importantes nessa evolução é a difusão de tecnologia com a integração entre empresas privadas, universidades e instituições de pesquisa.

Vale destacar que os principais resultados alcançados foram obtidos por meio de pesquisas desenvolvidas, principalmente no Brasil. Atualmente, novos fatores têm motivado a busca por inovações no setor.

A redução da disponibilidade de mão de obra para a realização de atividades manuais e a melhoria na segurança e na ergonomia, visando a melhores condições de trabalho, têm impulsionado a atividade de mecanização florestal, potencializando a união de diferentes operações em uma única atividade.

Um bom exemplo disso é a plantadeira mecanizada, que realiza várias atividades simultâneas, como o coveamento, o plantio, a adubação e a irrigação. As inovações não precisam ser complexas. Atitudes simples fazem a diferença, como aliar a operação de colheita florestal com a aplicação de herbicidas para evitar a rebrota, através de adaptações no sistema feller/harvester.

Outra inovação é o desenvolvimento de implementos que possibilitem a combinação de diferentes fontes de fertilizantes no momento da aplicação, evitando a aquisição de formulações, o que facilita a compra, o manuseio e o estoque de fertilizantes. Há um campo amplo para tecnologias inovadoras relacionadas a máquinas, a implementos florestais e a insumos (fertilizantes, inseticidas, etc.).

No entanto os investimentos das empresas que atuam nessas linhas de produtos são inferiores, por exemplo, aos que se observam na colheita florestal. Possíveis razões para isso são os baixos custos dos implementos quando comparados aos empregados na colheita.

Outra é a facilidade de copiar implementos, por meio de pequenas alterações, anulando o valor das patentes e, consequentemente, desestimulando o desenvolvimento de novas máquinas/implementos. Assim, os implementos utilizados hoje são adaptações de máquinas utilizadas na agricultura.

O expressivo crescimento do setor de florestas plantadas pode ser um estimulador para a fabricação de novos equipamentos para a área de silvicultura. Simultaneamente a esse desenvolvimento tecnológico, é preciso investir cada vez mais em programas de capacitação de recursos humanos, permitindo que a silvicultura maximize o emprego dessas inovações.

Outra área que demanda por inovação é a proteção florestal. O surgimento significativo de espécies de insetos prejudiciais à cultura vem impulsionando a busca por novas tecnologias, como o investimento em controle biológico, o emprego do monitoramento por geoestatística, imagens de satélites, etc.

Isso permitirá não somente detectar a ocorrência dos surtos, mas também mapear, de forma mais precisa, os pontos nos quais a infestação é prejudicial, facilitando o controle e o monitoramento da eficiência do mesmo. Já que as informações coletadas estarão prontamente disponíveis, as ações de controle e prevenção se tornarão mais efetivas.

Na área de informática, as inovações em termos de sistemas computacionais estão permitindo a criação de formulários eletrônicos e coleta de dados via GPS, com a transferência das informações eletronicamente. Dessa forma, os dados tornam-se mais confiáveis e os fluxos de informações mais ágeis, além de facilitar o acompanhamento das operações de campo, obter mais precisão na utilização de insumos e facilitar o controle de qualidade das operações.

De uma forma geral, a área de silvicultura é um dos melhores exemplos da aplicação dos resultados oriundos da pesquisa e da inovação. Com diversos trabalhos nas mais variadas áreas, foi possível expandir o plantio para diferentes regiões do Brasil – e aumentando, de forma significativa, a produtividade e a qualidade das florestas para os diferentes usos –, ao mesmo tempo em que tornaram os empreendimentos florestais mais viáveis em termos econômicos, com ações ambientais que são referência e com relações sociais que têm melhorado o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões de atuação do empreendimento florestal.