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Mário Higino Leonel

Diretor da MHLeonel Participações

Op-CP-04

Fomento florestal: alternativa para o desenvolvimento

Por sua extensão territorial, clima e localização geográfica, o Brasil conta com uma inegável vantagem comparativa, em termos mundiais, para o desenvolvimento de florestas plantadas. Capitaneando esta oportunidade de negócios, o setor de celulose e papel, com expressivos avanços tecnológicos, investimento em pesquisa e muito trabalho, plantou e colheu, ao longo dos últimos anos, espécies de pinus e eucalipto, de excelente qualidade e alta produtividade.

Hoje, a indústria brasileira de celulose e papel oferece produtos de classe mundial, que são exportados para todos os continentes, registrando um desempenho absolutamente vitorioso, com reflexos positivos para a nossa balança comercial. O setor registrou, em 2005, um saldo positivo de US$2,5 bilhões, com volume de exportações de US$ 3,4 bilhões.

Embora venha conquistando resultados efetivos em suas atividades, que têm como princípio norteador a sustentabilidade, o setor trabalha para criar novas oportunidades de desenvolvimento. Não só para garantir a expansão de seus negócios, mas aliando-a à responsabilidade social, na geração de trabalho e renda, para um maior número de brasileiros.

Neste sentido, vale destacar uma iniciativa da indústria brasileira de celulose e papel, que vem ganhando espaço e importância em empreendimentos do setor. Trata-se do fomento florestal. Por meio desta iniciativa, as empresas oferecem a pequenos e médios produtores rurais a oportunidade de plantar florestas, em conjunto com suas outras atividades.

A prática vem se estabelecendo como uma verdadeira “poupança verde” no campo, graças à possibilidade de geração de um fluxo de renda contínuo a pequenos empreendedores. Além disso, a parceria com pequenos e médios produtores rurais constitui um importante mecanismo para o desenvolvimento dos negócios do setor – a produção de celulose e papel – ao mesmo tempo em que gera oportunidades e condições de fixação do homem ao campo.

Cada vez mais há parceiros interessados em desenvolver a atividade florestal, como fomentado por razões facilmente identificáveis. O plantio de florestas de pinus e eucalipto pode conviver com outros usos da propriedade, estimulando e aumentando sua rentabilidade e diversificando o empreendedorismo dos produtores de madeira.

Vale mencionar que a rentabilidade anual do cultivo do eucalipto, por exemplo, é bastante superior à de outras atividades do agronegócio, como a pecuária de corte e culturas de cana, soja e milho. As iniciativas de fomento, realizadas em diversos pontos do país, em parceria com as empresas do setor de celulose e papel, caracterizam-se por sua adequação agronômica e ambiental.

O que inclui a transferência de conheci-mentos e acesso a novas tecnologias, para que a produção se dê com o máximo aproveitamento dos recursos, mínimo desperdício e respeito ambiental, princípios de uma atividade florestal sustentada. Outro aspecto relevante da prática do fomento florestal é sua contribuição para a redução do desmata-mento.

A disponibilidade de madeira, oriunda de florestas plantadas, para fins comerciais e industriais, diminui a pressão predatória e irresponsável sobre as matas nativas, crescente preocupação das associadas da Bracelpa, de organizações não-governamentais, do governo e da sociedade em geral. Além disso, os empreendimentos florestais do setor de celulose e papel contribuem para a proteção de áreas de preservação permanente e de reserva legal, de acordo com a legislação ambiental brasileira.

E colaboram com a recuperação de espaços anteriormente degradados. O setor, que tem nas plantações florestais sua matéria-prima, desempenha importante papel na preservação de recursos florestais. Atualmente, mantém 1,6 milhão de hectares de florestas plantadas, fonte renovável de recursos naturais, ao mesmo tempo em que recupera e preserva outros 2,6 milhões de hectares.

Para o setor de celulose e papel, as atividades de fomento representam uma alternativa para a ampliação da oferta de madeira para fins industriais. Tal possibilidade reveste-se de maior importância, ao considerarmos que a expansão da área florestal no país precisa acompanhar o ritmo de crescimento do consumo de celulose e papel, tanto para fins de abastecimento do mercado interno, como para as exportações.

Áreas fomentadas podem complementar o plantio próprio das empresas do setor em até 30%, garantindo o pleno abastecimento de matéria-prima. Os benefícios da prática do fomento florestal são também reconhecidos pelo governo federal. As diretrizes do Programa Nacional de Florestas, que visam expandir a base florestal do país em, pelo menos, 500 mil hectares/ano, prevêem que 1/3 dos plantios sejam realizados por fazendeiros florestais.

Em 2005, o Ministério do Meio Ambiente registrou um crescimento anual de 18,9% na área de florestas plantadas no país, incluindo novos plantios, reforma e expansão. Estima-se que desse total, 24% foi realizado em pequenas e médias propriedades, com o apoio de fomento florestal, gerando renda adicional para pequenos e médios agricultores.

Tais índices sinalizam o correto direcionamento que vem sendo dado a uma questão vital para o setor, como a da expansão da área florestal no país. Alternativas como a do fomento florestal, em desenvolvimento pela indústria brasileira de celulose e papel, podem significar novas oportunidades de investimento, com os já comprovados benefícios de geração de emprego, renda e desenvolvimento sustentável.