Na Duratex, nossos resultados devem-se à boa produtividade das florestas cultivadas de eucalipto. Com o foco na qualidade do produto, na regularidade do fornecimento e o estabelecimento de parcerias, buscamos a padronização e excelência de nossas operações. Para isso, algumas especificações vêm sendo adotadas.
A destinação do uso da floresta não é exclusiva para o abastecimento das nossas indústrias, que produzem painéis e pisos laminados de madeira. A companhia também disponibiliza madeira para o mercado em forma de toras e cavacos para diversos segmentos, como celulose e papel; serrarias e empresas que utilizam biomassa em seus processos produtivos para obter vapor e gás quente; e para a geração de energia, como as usinas e as indústrias químicas e alimentícias.
Em 2016 foram comercializados 2,6 milhões de m³ de madeira. Atualmente, cerca de 80 mil m³/mês de madeira para geração de cavaco são expedidos. Em quatro anos, houve um aumento de doze vezes no volume produzido de cavaco de madeira de eucalipto.
Para a produção do cavaco, são utilizadas árvores inteiras de eucalipto e não há utilização de resíduos florestais.
Praticamente 100% da produção é picada diretamente dentro do caminhão que realizará o transporte até o consumidor final, o que garante maior poder calorífico, ou seja, maior quantidade de energia por unidade de massa ou de volume. A picagem direta garante também menos impurezas e contaminantes, que afetam diretamente o desempenho do produto. Outro ponto é o controle de umidade, condição importante de eficiência. Após a derrubada das árvores, elas permanecem no talhão por cerca de 30 dias, e depois são empilhadas por mais 60, totalizando 90 dias de corte e de tempo estático para secagem. Dessa forma, a umidade se mantém entre 30% e 35%.
Em períodos chuvosos é necessário um tempo maior de aproximadamente 120 dias no campo para secagem antes de se picar a árvore inteira. O tempo varia em função da região da floresta e do material genético das árvores. A granulometria do cavaco também deve ser considerada. Ela pode variar conforme a necessidade do consumidor e pode ser ajustada diretamente no picador de madeira. Hoje, ainda há a opção para a queima em suspensão ou no grelhado.
A madeira destinada às serrarias, que utilizam eucalipto, também está em crescimento. Em Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro, um volume de madeira pouco expressivo em comparação ao cavaco, porém regular, é comercializado. A maioria dessas empresas ainda utilizava a madeira de pinus, que está se esgotando na região. Como alternativa, elas estão se adaptando ao eucalipto. A Duratex é pioneira no fornecimento de madeira para serraria nesse local, que atualmente demanda um volume mensal em torno de 18 mil m³/ mês.
A companhia também tem projetos no Estado de São Paulo, na região de Lençóis Paulista. Nota-se um consumo inicial e observa-se que as serrarias também estão se adaptando à madeira de eucalipto, realizando a troca dos pinus, que também está cada vez mais escasso na região e tende ao esgotamento nos próximos anos.
Já na comercialização de madeira e produtos derivados, outro diferencial é o contrato de longo prazo, que garante abastecimento das plantas industriais das empresas. A garantia vem do padrão e da disponibilidade de florestas e fornecimento contratado até o ano de 2025. Todas as operações – desde o viveiro até o picador e o carregamento – são próprias e mecanizadas, o que gera confiabilidade e padronização na produção.
Quando do início da comercialização, houve grandes investimentos em equipamentos para colheita e picagem de madeira. Também há investimentos constantes nos processos de manejo, visando à manutenção e ao aumento da demanda. Essas condições trazem especificidade ao produto e aumentam sua eficiência, com garantia de maior receita a menor uso do recurso. Reduzindo, assim, seu preço e melhorando a qualidade, pois hoje, no Brasil, a madeira para energia é a lenha – um produto informal e sem especificação, oriundo, muitas vezes, de florestas nativas.
O cavaco de madeira, por exemplo, é uma biomassa florestal que gera energia limpa e, consequentemente, menos Gases de Efeito Estufa (GEE) se comparado a outras fontes, como o gás natural e o óleo BPF – derivado do petróleo. A título de comparação, o gás natural pode emitir 29 vezes mais GEE que o cavaco e o óleo BPF, até 40 vezes mais.
Não há dúvida de que é um produto de menor impacto frente a seus substitutos. Ao utilizar cavaco, o consumidor está aderindo à Política Nacional Brasileira para Mudanças Climáticas e às recentes metas da COP-21. Além de tudo o que foi mencionado, o processo de manejo florestal da Duratex é certificado, há mais de 20 anos, pelo FSC – Forest Stewardship Council, o que garante que a madeira produzida nas áreas cobertas pelo certificado seja proveniente de fontes responsáveis, manejadas de forma ambientalmente adequada e socialmente benéfica.
A Duratex foi a 1ª empresa da América do Sul e a 10ª no mundo a conquistar a certificação. Os desafios são variados. Cito alguns como a necessidade de desenvolvimento de políticas e incentivos que fomentem o mercado, no que tange as alternativas energéticas mais limpas; e de padronização do produto.
A volatilidade do preço de energia vendida no mercado spot também é preocupante. O Brasil é dependente do fornecimento de energia elétrica que vem de recursos hídricos e, em períodos chuvosos, o preço da energia não é competitivo para fontes de biomassa. Dessa forma, a pressão pela baixa do preço é grande, apenas nos períodos de seca é que a biomassa é atraente.
O mercado sazonal traz insegurança a esse segmento. Ainda há a competição com fontes de combustíveis fósseis não renováveis. Infelizmente, o mercado de madeira ainda aumenta o desafio para quem opera de forma legal. No entanto, somos otimistas com relação ao aumento do consumo de produtos florestais e trabalhamos para a superação de desafios e inovação da cadeia produtiva.
As florestas da companhia, que antes se destinavam exclusivamente ao fornecimento de toras para processo visando à produção de painéis, hoje está em busca das necessidades do mercado e do uso múltiplo, com foco no seu máximo aproveitamento. Para assegurar esses produtos, contamos com uma base florestal que destina 24% da sua área para conservação ambiental.
Além dos produtos citados, também é realizada a extração e comercialização da resina de pinus e há parcerias com apicultores locais para a produção de mel. A utilização da floresta pelas comunidades do entorno para atividades de lazer como ciclismo e pescaria autorizada, por exemplo, também evidencia a geração de valor para as pessoas que vivem próximas à companhia.
É possível verificar a grandiosidade da floresta quando observamos tudo o que ela produz. Benefícios econômicos, sociais e ambientais; a geração de emprego e renda; o bem-estar social; a conservação do solo, da fauna e flora, entre outros. O objetivo da diversificação do uso e da abertura para a comercialização vai além da regulação do volume de madeira gerado. O foco é agregar valor e gerar rentabilidade aos negócios que são criados.
É preciso garantir alternativas seguras e limpas.