A evolução do ser humano como indivíduo e sua organização em sociedade têm apresentado constante transposição de paradigmas sociais. A configuração da nova ordem mundial e a respectiva organização social ganharam relevância e poder de interferência das comunidades e políticas públicas no plano de negócio das organizações.
Assim, é fundamental compreender, a priori, o modelo de gestão e de ocupação territorial na interrelação entre sociedade civil, poder público e iniciativa privada. Pode-se considerar que tais aspectos sociológicos são instrumento estruturante do investimento social corporativo, que é a destinação estratégica de recursos da empresa (financeiros, humanos, técnicos ou gerenciais) para o benefício público. A competitividade do setor de celulose e papel estará cada vez mais intensa ao longo dos anos, com evolução das tecnologias, das exportações e do saldo da balança comercial.
Simultaneamente, considerando as intempéries das mudanças climáticas, a disponibilidade de recursos e a consciência crítica social, a relação do setor com as comunidades exige, cada vez mais, reflexão quanto ao modo de interagir. Acreditamos que parcerias efetivas são fundamentais para transformar a sociedade, de modo a obter-se um desenvolvimento equilibrado e sustentável.
A integração entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil deve evoluir no sentido da transparência do diálogo, da ética e da responsabilização das ações. As empresas, como participantes da sociedade, devem ser parceiras das comunidades para contribuir para o desenvolvimento, sem assumir responsabilidades de governo.
Nesse sentido, a partir de um atualizado perfil socioeconômico e cultural dos municípios em que atua, a Cenibra, por meio de seu Instituto, avalia projetos em andamento e prospecta novas ações e potencialidades. A eficiência das ações e dos projetos é constatada quando há geração de valor para todos os envolvidos: iniciativa privada, pública e sociedade civil.
Cumprindo continuamente além do exigido pela legislação, a empresa, por meio do Instituto Cenibra, assume seu papel de organização cidadã, promovendo a preservação da biodiversidade, disseminando conceitos de educação e investindo na valorização da vida. Ciente dos aspectos sociais decorrentes de suas atividades, a Cenibra cumpre suas obrigações legais com a geração de impostos e pagamento de tributos; e faz mais: desenvolve inúmeros programas com o objetivo de elevar os níveis de qualidade de vida das populações.
A Cenibra não está apenas em Belo Oriente, onde está a fábrica. A atuação da empresa se estende a 54 municípios de Minas Gerais, e, com o programa de Fomento Florestal, esse número sobe para cerca de 90 municípios, dentre os 853 que o estado possui.
O investimento social corporativo da Cenibra integra o plano de negócios da empresa de forma determinante, para garantir o desenvolvimento sustentável. O Instituto Cenibra possui 50 projetos socioambientais, que contemplam as áreas de educação, meio ambiente, inclusão digital, geração de trabalho e renda, resgate cultural, esporte e cidadania.
As diretrizes de relações institucionais da empresa objetivam também promover o relacionamento positivo com as comunidades, por meio de doações, intervenções de infraestrutura e contatos com lideranças, dentre outras demandas. A partir da análise do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) e do Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) dos municípios em que atua, o Instituto Cenibra realiza um plano considerando também a análise da vocação cultural e econômica dos municípios, indicadores relacionados às dimensões saúde, educação, segurança pública, assistência social, meio ambiente e habitação, cultura, esporte, turismo e lazer, renda e emprego e finanças municipais, buscando proporcionar a melhoria da qualidade de vida, por meio de uma gestão integrada, que garanta trabalho, geração de renda, valorização cultural e formação de consciência crítica.
Para transformar os desafios em metas alcançadas, é fundamental a parceria com a iniciativa privada. O Instituto Cenibra valoriza e busca sempre aprimorar as relações dos diversos segmentos da sociedade. Além dos projetos que realizamos, apoiamos diversas iniciativas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Acredito que a responsabilidade social não se resume à prática filantrópica, ao cumprimento das leis, ou ao simples apoio à comunidade. Um dos pilares do desenvolvimento sustentável, a responsabilidade social é uma atitude renovada constantemente, gerando valor para todos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
Em 2017, foram realizadas diversas intervenções na infraestrutura pública em parceria com prefeituras e projetos culturais e esportivos nas comunidades de atuação. Foram mobilizados atendimentos a demandas municipais, disponibilização de recursos e patrocínios na ordem superior a R$ 5,5 milhões. Trata-se de iniciativas nas áreas de saúde, educação, desenvolvimento econômico, meio ambiente, sociocultural, esporte e cidadania.
Além disso, em 2017, foram gastos R$ 860 milhões (62% do total) com fornecedores locais (Minas Gerais). É uma prática constante da Cenibra a valorização de empresas que estejam dentro da sua área de atuação, pois entende que essa é uma forma eficaz de promover o desenvolvimento das comunidades ali inseridas.
O progresso da nação está intimamente ligado ao processo sustentável de gestão pública. Processo onde os desafios para se alcançar o sucesso estão fundamentados em conceitos como neutralidade, autonomia, arrecadação, demanda, mão de obra, responsabilidade fiscal e socioambiental, distribuição e geração de renda. Compreendemos as dificuldades que a administração pública enfrenta atualmente com a limitação de recursos e o aumento de demandas sociais.
No entanto acredito que uma parceria efetiva entre empresas e municípios pode contribuir para a melhoria do País. Para isso, é preciso estarem bem definidos os papéis e as responsabilidades da iniciativa privada, do poder público e da sociedade civil organizada, para somarmos esforços em parcerias sustentáveis.
Administrar é determinar diretrizes e fazer escolhas entre necessidades, anseios, desafios e oportunidades. Seja em uma cidade ou uma empresa, a gestão deve ser eficiente, a ponto de garantir o crescimento sustentável e a perenidade da vida, pois, quando nos atentamos a cuidar da segurança, saúde, educação, resíduos, processos produtivos, qualidade, água, solo, fauna e vizinhos, estamos cuidando da vida.
Precisamos compreender que a instabilidade política somada à insegurança social, com invasões de áreas, roubo de madeira e incêndios florestais e a insegurança econômica reduzem a atratividade do País para investimentos, em especial do capital estrangeiro. É um desafio para nós explicar o atual cenário conflituoso do País para os acionistas e, ainda assim, viabilizar recursos para investir em melhorias em nossos empreendimentos. Entretanto é tempo de acreditar na nossa capacidade interior de superação dos desafios.
É tempo de renovar, de crer na integração das empresas com a sociedade, buscar novos caminhos e superar os possíveis obstáculos.