O conceito de cluster, que emergiu a partir da experiência italiana, no Brasil evoluiu para os Arranjos Produtivos Locais, APLs, onde pequenas e médias empresas, concentradas geograficamente e setorialmente especializadas, desenvolvem uma diversidade de relações complementares, de interdependência e de cooperação. A exploração das vantagens comparativas de uma região como esta pode ser estimulada, a partir de iniciativas das firmas, mas também do setor público e do terceiro setor.

No Brasil são identificados vários clusters de base florestal. A demanda atual de produtos de base florestal é de cerca de 3,4 bilhões de metros cúbicos por ano. O potencial de produção mundial é da ordem de 3,9 bilhões de metros cúbicos por ano. A floresta nativa atende pouco mais de 30% dessa demanda. O Brasil ocupa, hoje, o sétimo lugar em área de floresta plantada.

A Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, com foco, principalmente, na comercialização externa de produtos brasileiros, apóia o desenvolvimento econômico de alguns clusters de base florestal. Por meio de seus instrumentos de promoção comercial, a agência estimula a agregação de valor ao bem nacional.

São instrumentos diversos e dinâmicos, como a participação das empresas em feiras internacionais; a vinda de compradores estrangeiros diretamente nos pólos produtivos; a ida de empresários do setor, para rodadas de negócios em países com potencial comprador; além da vinda de formadores de opinião estrangeiros visando conhecer de perto a indústria nacional, para que possam voltar a seus países de origem divulgando o produto brasileiro.

O Projeto Brazilian Wood, uma parceria entre a Apex-Brasil e o Sindimadeiras/RS, tem atuação em vá-rios estados brasileiros, como São Paulo, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, apoiando a participação de empresas brasileiras em feiras internacionais como a Dubai International Wood & Wood Machinery Show 2007, nos Emirados Árabes Unidos, além da Ligna Hannover 2007, Alemanha, AWF, nos Estados Unidos, Mokkiten, no Japão, e Batimat, na França.

As empresas brasileiras que participaram desses eventos internacionais realizaram mais de dois mil contatos com empresários interessados no nosso produto, o que representa vendas de cerca de seis mil metros cúbicos para o mercado internacional de bens de base florestal, com maior valor agregado. O APL da Madeira, no Rio Grande do Sul, faz parte desse projeto.

Com governança organizada e estabelecida na região, este APL possui um grande número de empresas que aderiram ao projeto de promoção das exportações. Considerando o licenciamento ambiental e a consolidação de investimentos, o APL da Madeira do Rio Grande do Sul tem como um de seus objetivos ampliar o desenvolvimento industrial para a exportação.

A nova direção da Apex-Brasil, em um esforço para aumentar o número de empresas exportadoras, estimula a adesão de novos pólos produtores aos projetos setoriais integrados. Em função disso, cerca de quinze empresas do APL de Madeira de União da Vitória, PR e Porto União, SC, considerado o maior pólo produtor de portas e janelas de madeira do Brasil, representando 30% da produção nacional, já estão no projeto Brazilian Wood.

As empresas da região participarão, no próximo ano, de feiras internacionais, além dos Projetos Compradores. Considerando um outro elo da cadeia produtiva de base florestal, a comercialização externa de móveis brasileiros, produto com maior valor agregado, representou cerca de US$ 1,5 bilhão, em 2006. Com o intuito de estimular o crescimento das exportações desse setor, a Apex-Brasil possui convênio com a Abimóvel - Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, contando com mais de duzentas empresas.

O Brazilian Furniture inclui empresas dos pólos moveleiros de Ubá-MG, Serra Gaúcha-RS, Região Metropolitana de São Paulo, Arapongas-PR, Mirassol e Votuporanga, SP, São Bento do Sul e Rio Negrinho, SC. Com mais de setenta ações programadas, o projeto Brazilian Furniture foi renovado em abril de 2007. O sucesso das ações dentro do Projeto Brazilian Furniture, apoiadas pela agência, pode ser medido pelo aumento no volume exportado pelas empresas do projeto, que passou de US$ 82 milhões, no ano de 2000, para US$ 238 milhões, em 2006.

A participação das empresas do projeto no total exportado pelo Brasil passou de 14,54%, em 2000, para 21,58%, no ano de 2006. Tendo como missão a promoção das exportações brasileiras de produtos e serviços e o apoio à internacionalização das empresas, a Apex-Brasil tem estimulado a participação de empresas nacionais no mercado internacional, promovendo a competitividade produtiva exportadora.

A agência atua, principalmente, com empresas com potencial exportador, o que confere boas perspectivas de se alcançar resultados efetivos nos projetos apoiados. Essa atuação não impede que a agência tenha como um de seus princípios o apoio ao desenvolvimento econômico sustentável. E isso pode ser facilmente observado nos projetos ligados à atividade florestal, que hoje estão na agência.