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Geraldo Vitor de Andrade Junior

Gerente Executivo de Colheita Florestal da Aperam Bioenergia

OpCP66

A complexa busca para simplificar o trabalho
No segmento de produção florestal, a etapa da colheita é considerada, por muitos, uma das atividades mais importantes de todo o processo produtivo, podendo representar a maior parte do custo, dependendo da aplicação final da madeira. Com início dos anos 1990, a mecanização das atividades de colheita florestal substituiu atividades manuais e semimecanizadas por máquinas e equipamentos de pequeno, médio e grande porte, possibilitando melhores condições na segurança do trabalho, maiores rendimentos e qualidade, redução dos custos e aumento de competitividade entre as empresas do setor florestal. Hoje, é possível dizer que, nos processos da colheita, os equipamentos são dimensionados de acordo com as variáveis produtivas, como topografia, tipo de processamento da madeira e destino da matéria-prima, independente do tamanho da produção.
 
Com o avanço das operações e a busca por melhores resultados de produtividade, condições de trabalho e menores custos operacionais, foram desenvolvidas máquinas e equipamentos para colheita florestal, como harvesters, forwarders, fellers bunchers e skidders, que, hoje, se dividem principalmente nos sistemas CTL e Full Tree. 
 
Em cada segmento, é notória a busca incessante por desempenhos de alta performance, e, com o passar dos anos, além da evolução no porte dos equipamentos, há um grande pacote tecnológico sendo embarcado, tornando as operações mais inteligentes e tecnológicas. 

A evolução na mecanização já é uma realidade, e os fabricantes de equipamentos vêm desenvolvendo novos modelos e aplicações, mas só o aperfeiçoamento com alta tecnologia agregada para diferentes finalidades na colheita já não é mais suficiente. Atualmente, a inteligência na colheita florestal é uma excelente estratégia para se obter uma operação de alta performance, onde a evolução das máquinas e dos sistemas nos possibilitam uma gestão baseada em dados processados instantaneamente, servindo de ferramentas de controle em tempo real e auxiliando na tomada de decisão rápida e precisa.
 
Podemos concluir que colheita de alta performance é um processo contínuo, que se molda antes mesmo de se iniciar qualquer atividade, pois é necessário que o planejamento seja nossa orientação, garantindo que todos os recursos necessários estejam disponíveis e sejam utilizados da melhor forma. Atividades como planejamento de áreas, gestão eficiente, capacitação de colaboradores, escolha do melhor equipamento e gestão de dados são critérios primordiais para atingirmos o desempenho almejado. 

O processo da colheita florestal teve um crescimento exponencial, principalmente nos últimos anos, e a Aperam BioEnergia é uma das pioneiras na busca por tecnologia e inteligência embarcada em máquinas, nas quais, recentemente, toda essa evolução está sendo refinada, a ponto de o equipamento estar comunicando diretamente com operadores e gestores de operação, por sistemas que medem a prática em diversas atividades de exploração florestal.

É importante destacar que a sustentabilidade do negócio depende também de uma manutenção eficiente, no qual, atualmente, diversos sistemas de diagnóstico e monitoramento estão inseridos em nossos equipamentos, com objetivo de antecipar perdas ou danos e conservar ainda mais os bens ativos. 

Informações de produção, produtividade, consumo de combustível e disponibilidade mecânica, tanto para a operação quanto para as equipes de manutenção, estão embarcadas em nosso processo, proporcionando uma visão, em tempo real, dos indicadores de desempenho e possibilitando avaliar as eficiências da manutenção e da operação.

Portanto, na hora da execução, precisamos ter plena convicção de que os recursos empregados estão habilitados a ter a melhor entrega possível: Máquina + operador + gestão, garantindo qualidade das operações, alta performance, produtividade e, consequentemente, um resultado competitivo de custo.

Mas e toda essa quantidade de dados que são gerados? De nada servirá se não forem utilizados como meio de aprendizagem do que vem dando certo e o que pode ser melhorado, com ações rápidas e tomada de decisões acertadas, na velocidade que a tecnologia nos proporciona. De nada adianta ter um volume gigantesco de informações se não se conseguem ser estruturadas e interpretadas com agilidade, pois a evolução do processo acontece com a análise do que ocorreu no passado, saber onde estamos no momento e quais as aspirações e provocações de aonde queremos estar futuramente. Estamos na era digital, onde a gestão em tempo real é necessária a partir de todos os sistemas de informação, IoT (Internet das coisas) e a aspiração por uma Colheita 4.0, que proporcionará uma operação remota e autônoma. 

Na Aperam BioEnergia, isso já vem se tornando uma realidade. A empresa busca aperfeiçoar sua frota de máquinas, mas também promove capacitação e o recrutamento dos melhores profissionais para o seu time, capazes de realizar análises de dados, gerados e transmitidos pelas máquinas, de forma precisa e transversal. Para se alcançar isso, atualmente, a empresa investe na inclusão com diversidade e capacitação dos seus colaboradores, promovendo um excelente clima organizacional, com alta performance. 

Em relação à estratégia logística de transporte de madeira, podemos dizer que conhecer bem as áreas de exploração florestal de forma antecipada é primordial para o sucesso de qualquer atividade de abastecimento, onde a missão é garantir a chegada da madeira no destino final. 

A estratégia se inicia antes mesmo do processo de colheita, pois o fator clima, não sendo controlável, requer que o planejamento e as estratégias de fluxo de caminhões sejam a base do transporte de madeira, como a abertura e a manutenção de estradas, decidindo, diante dos diversos cenários, qual a manutenção necessária de cada via e qual a estrutura de transporte para cada bloco florestal. 
 
Como já citado, compreendemos bem que o custo de colheita e de transporte florestal representa a maior fatia do custo da madeira posto-pátio, principalmente a logística, devido ao emprego de diversos equipamentos, além das movimentações de carga e descarga. A escolha de equipamentos é muito importante na estratégia logística, equipamentos bem dimensionados, de acordo com a necessidade da operação, proporcionam maior segurança e conforto para o colaborador, menor impacto ambiental, eficiência e menor custo operacional.

Hoje, a tecnologia está presente e diretamente ligada com planejamento de transporte de madeira, através de central de monitoramento, rotogramas, sistemas de telemetria e rastreamento da frota, que possibilitam visão em tempo real, objetivando melhor operação do equipamento, menor custo de manutenção, menor consumo de combustível e melhor logística operacional. 

Além de sistemas para buscar o menor custo operacional, é possível o acompanhamento, em tempo real, dos motoristas, através de câmeras com sensores que detectam sinais de fadiga e desvios de atenção durante o trajeto. Assim, é possível alertar o condutor e garantir uma operação segura e praticamente sem riscos de acidentes por fadiga ou falta de atenção do condutor. 

A Aperam BioEnergia tem como um dos seus pilares a constante busca por inovações, sendo que, diante do cenário econômico dos últimos anos, que impactou diretamente os custos dos serviços de fretes oferecidos no mercado, a estratégia de logística de transporte foi ampliada pela empresa, e concretizamos o projeto de Insourcing para o transporte de madeira, primarizando 100% da atividade. 

Nessa ação, foram adquiridos caminhões com conjuntos de transporte tritrem, com manutenção e gestão própria, além de sistemas de monitoramento operacional e gestão da manutenção. Essa nova estratégia, além de garantir o abastecimento sustentável de madeira nas unidades de produção, possibilitou alcançar resultados de viabilidade de projetos e custos jamais atingidos anteriormente na operação, entregando um produto com menor custo operacional garantindo a competitividade do produto final, o Aço Verde Aperam.