A sustentabilidade é um conceito que abrange todos os aspectos da vida. Desde a forma como produzimos e consumimos bens, até como planejamos nossas cidades e nos relacionamos uns com os outros. É um chamado à ação coletiva, onde cada indivíduo, comunidade, empresa e governo têm um papel a desempenhar. Mas como saber se os impactos que estão afetando o equilíbrio do planeta ocorrem pela ação humana ou seria um fenômeno natural? 

A vasta maioria da comunidade científica concorda que as mudanças climáticas são principalmente causadas pela ação humana. Esse consenso é apoiado por uma ampla gama de pesquisas e evidências empíricas. No entanto, há um pequeno número de cientistas que questionam essa teoria. Mas como a sociedade mundial está vendo esse tema e o considerando como relevante e crucial para segurança da vida no planeta?

Uma pesquisa global da Ipsos Mori, em 2020, descobriu que 71% dos entrevistados em 28 países acreditam que as mudanças climáticas são tão sérias quanto a pandemia de Covid e que a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, furacões e incêndios florestais, têm aumentado globalmente, contribuindo para uma maior percepção pública da gravidade das mudanças climáticas.

Pesquisas apresentadas demonstram claramente que há uma tendência crescente entre os consumidores globais em preferir e valorizar produtos que adotam boas práticas ambientais. Essa mudança no comportamento de compra não apenas reflete uma maior conscientização ambiental, mas também cria oportunidades significativas para as empresas que desejam diferenciar-se no mercado e construir relacionamentos mais sólidos com seus clientes. É crucial reconhecer que, embora muitas empresas brasileiras tenham adotado práticas e iniciativas voltadas para a sustentabilidade, algumas podem enfrentar críticas por greenwashing, que é a prática de promover uma imagem de responsabilidade ambiental que não corresponde totalmente às ações reais da empresa. 

Para muitas pessoas, especialmente aquelas em situações de pobreza ou com necessidades básicas não atendidas, as preocupações imediatas e urgentes como alimentação, moradia, saúde e segurança têm prioridade sobre questões mais amplas e complexas, como a sustentabilidade do planeta. Grande parte dessa população ainda é muito silenciosa na discussão do tema, não se dedica e está longe de iniciar práticas ambientais com a mesma intensidade que as camadas mais ricas da sociedade. 

A IA - Inteligência Artificial é uma coleta de pensamentos e informações gerados pelo homem, sem nenhum viés ideológico e político e talvez seja esse o caminho para o homem resolver o seu principal problema de sobrevivência. Algumas maneiras específicas em que a IA pode ajudar na reversão dos problemas associados às mudanças climáticas:

• Modelagem Climática: Sensores e satélites equipados com IA podem monitorar condições climáticas e ambientais em tempo real, fornecendo dados críticos para a tomada de decisões;

• Otimização de Redes de Energia (Smart Grids): Algoritmos de IA podem prever padrões de consumo de energia, permitindo um planejamento mais eficiente e a redução de picos de demanda;

• Agricultura de Precisão: IA pode ajudar os agricultores a otimizar o uso de água, fertilizantes e pesticidas, aumentando a produtividade e reduzindo o impacto ambiental;

• Análise de Ciclo de Vida de Produtos: IA pode ajudar as empresas a analisar o ciclo de vida de seus produtos, identificando oportunidades para reduzir a pegada de carbono e melhorar a sustentabilidade;

• Cidades Inteligentes: IA pode otimizar o transporte público, gestão de tráfego e eficiência energética em edifícios, reduzindo a pegada de carbono urbana.
 

Como o setor florestal pode ajudar nesse trabalho de descarbonização do planeta? As emissões globais de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis e da indústria são estimadas em cerca de 36,3 bilhões de toneladas por ano, de acordo com dados recentes do Global Carbon Project. Considerando que uma floresta plantada pode sequestrar, em média, 15 toneladas de CO2 por hectare por ano, seriam necessários aproximadamente 2,42 bilhões de hectares de florestas plantadas para equilibrar as emissões globais de CO2 nos níveis atuais.

 

Plantar 2,42 bilhões de hectares de florestas é um desafio logístico e econômico significativo. Isso representa uma área próxima à soma dos territórios dos Estados Unidos, China e Brasil. Obviamente, seria impossível apostar numa única solução somente para neutralizar as emissões atuais sem pensar em redução. 

Embora o reflorestamento em grande escala seja uma parte importante da solução para mitigar as mudanças climáticas, ele deve ser complementado por outras ações para reduzir as emissões. Alternativas como a restauração de florestas naturais, agroflorestas e a regeneração natural assistida, redução das emissões de CO2 através da transição para fontes de energia renovável, aumento da eficiência energética e adoção de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) podem ser utilizadas para alcançar o equilíbrio desejado. 

Mas, como disse Peter Drucker, “a melhor maneira de prever o futuro é cria-lo”.