Gerente de Marketing da Fertilizantes Heringer
Op-CP-14
O Economista Inglês Thomas Mauthus profetizou, no século XVII, que haveria uma época de fome generalizada por falta de alimentos, isto porque a população crescia de forma geométrica, enquanto as produções agrícolas cresciam de forma aritmética. As teorias de Mauthus não se concretizaram, mas não porque ele errou em suas previsões, mas porque as adaptações, mudanças e transformações que ocorreram nos anos seguintes nas técnicas de produção agrícola fizeram com que se produzisse muito mais nas mesmas extensões de terra.
A superfície terrestre tem uma área de aproximadamente 51 bilhões de hectares, dos quais pelo menos 1 bilhão são cultivados para alimentar uma população de quase 6,6 bilhões de pessoas, e que, segundo especialistas, poderá chegar a 8 bilhões no ano de 2028. Diante de tal crescimento, não podemos, de forma nenhuma, abrir mão das tecnologias para produzir mais e melhor.
O homem tem revolucionado com novas variedades, espaçamentos, defensivos agrícolas e, principalmente, na utilização de corretivos agrícolas e fertilizantes. No Brasil, por exemplo, isto fez com que o Cerrado, outrora considerado área sem utilidade agrícola, se transformasse num dos maiores pólos agrícolas do mundo. Na década de 70, tínhamos uma produtividade média de 1,2 tonelada por hectare e utilizávamos uma área de 37,3 milhões de hectares, para produzir 46,9 milhões de toneladas.
A produção triplicou em 30 anos. A expectativa de produção para 2008/2009 é de quase 144 milhões de toneladas, um novo recorde segundo a Conab, com um crescimento de área utilizada não proporcional - 47,359 milhões, com uma produtividade de 3,0 ton por ha, graças às novas tecnologias e, principalmente, à utilização de fertilizantes.
O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, atrás da China, Índia e Estados Unidos, com um consumo de 24,6 milhões de toneladas em 2007. O Brasil é fortemente dependente de importações de fertilizantes, tendo que importar aproximadamente 65% de seu consumo. Essa dependência do mercado externo faz com que sejamos tomadores e não formadores de preço, e, apesar de no período de 1995 a 2007 termos mais do que dobrado nosso consumo de fertilizantes, este ainda representa pouco mais de 6% do consumo mundial. O hemisfério Norte é o maior consumidor e produtor de fertilizantes e é de lá que o Brasil recebe grande parte de seu suprimento. Desta forma, estamos, e provavelmente estaremos durante muito tempo, sujeitos às suas oscilações de consumo e de produção, dependendo, diretamente, dos humores de seus mercados.
Segundo a International Fertilizer Industry Association - IFA, o mercado de fertilizantes teve um consumo de 173,5 milhões de toneladas de nutrientes em 2007 e atingirá 193,1 milhões de toneladas em 2012, o que significa uma taxa de crescimento anual de 2,7%. Por outro lado, as previsões também indicam que o mundo estará preparado para atender a tal demanda.
A corrida por produção de alimentos, a valorização das commodities, a alta dos custos de frete, energia e matéria-prima, associados a um grande consumo e à escassez de investimentos na indústria mundial de fertilizantes, intensificaram as altas que ocorreram nos dois últimos anos. Associar o crescimento populacional com a melhoria nas condições de vida, produzir alimentos e não deixar que as teorias de Mauthus confirmem-se é o desafio do futuro.
Adaptar-se às novas realidades e fazer com que a agricultura seja economicamente viável são fundamentais para o futuro da humanidade, e o fertilizante é, sem dúvida, fator primordial no desafio de aumentar as produções e viabilizar a vida. Os acontecimentos recentes na economia mundial, mais uma vez, vão exigir de todos, esforços e adaptações e a certeza única de que tudo é mutável.