O setor florestal se mantém pujante nos dias atuais, e a indústria de base florestal fechou 2019 com US$ 10,3 bilhões de saldo na balança comercial. O segundo melhor resultado nos últimos 10 anos. As exportações somaram cerca de US$ 11,3 bilhões, o equivalente a 4,3% das exportações brasileiras. O setor de árvores plantadas também é responsável por aproximadamente 3,75 milhões de empregos diretos, indiretos e resultantes do efeito-renda.
Mas a pergunta é: o que e quem faz tudo isso acontecer nessa cadeia de geração de valor? A resposta é: são as pessoas que fazem tudo isso acontecer. Fortalecer o capital humano é primordial, mas empoderar o ser humano a construir um mundo melhor é espetacular. Investir nas pessoas é olhar para o hoje e construir um melhor futuro para as novas gerações. O setor florestal e os diversos atores que o compõem, concentram pessoas de diversas particularidades, e a interação entre elas é fundamental para que possamos buscar um objetivo comum: fortalecer ainda mais a indústria de florestas plantadas.
Acompanhamos e analisamos políticas e estratégias que as empresas e instituições do setor vêm utilizando para empoderar e engajar pessoas a darem o melhor de si em consonância com os valores de cada um e também do “todo”. Assim, podemos falar de alinhamentos de valores: o meu valor está alinhado com o valor da instituição, empresa e/ou do “objetivo comum“? Precisamos refletir também sobre como fortalecer o “setor florestal como um todo“. E aqui precisamos nos provocar sobre o que queremos e como podemos contribuir?
Uma boa política de gestão de pessoas poderia ser compartilhada com o “todo“, e o quão a cadeia de construção de valor do setor florestal está nivelada? Como podemos contribuir para que as melhores práticas também se tornem práticas dos atores menos desenvolvidos nas cadeias? Sabemos identificar quais são os centros de excelência na gestão de pessoas? As melhores tecnologias serão capazes de transformar e contribuir para uma prosperidade local e/ou global sem o incentivo direto nas pessoas?
Cada vez mais observamos no setor florestal, excelentes exemplos na gestão de recursos humanos. Testemunhamos diversas empresas sendo reconhecidas por prêmios de melhores e/ou lugares incríveis para se trabalhar. Podemos dizer que, por trás das premiações, existem várias políticas e alinhamentos de valores que conduzem as pessoas para um caminho sustentável em todos os ângulos. Fica claro que a igualdade de oportunidades, gênero, crenças, reconhecimento, recompensas são assuntos cada vez mais debatidos e encorajados nas organizações.
Se bem utilizadas, as pesquisas de clima são ferramentas de gestão poderosíssimas para diagnóstico e redirecionamento. Com foco em “fazer diferente“, talvez possamos, cada vez mais, evoluir como pessoas, empresas e mundo. A pesquisa teria que ser pensada como consequência e não como essência. A essência precisa ser pensada para direcionar as ações de melhoria de clima, com respeito à diversidade em todo o ambiente de convivência e, consequentemente, nas suas próprias vidas.
Recentemente, a Aperam foi reconhecida e premiada como um lugar incrível para se trabalhar. Essa conquista foi e está sendo motivo de orgulho e celebração. Dividir esse reconhecimento com todos do nosso time e com a sociedade é motivo de alegria. Mas a ideia é estruturar grupos de trabalho para entender os pontos de melhoria e fortalecer ainda mais as boas práticas, pois, quando incentivamos as pessoas a se doarem e compartilharem ideias para construir um ambiente ainda melhor, sabemos que o resultado é a consciência de que ainda precisamos trabalhar duro para evoluir em diversos assuntos, como diversidade, igualdade de oportunidades, reconhecimento, relacionamento, valorização e outros tantos. Podemos dizer que estamos no caminho certo e com uma tarefa empolgante e que ainda perdurará por muitos anos.
A diversidade traz “lucro“. Podemos citar várias pesquisas que confirmam essa afirmação. Mas, antes de falar em lucro, as empresas precisam encorajar e empoderar as pessoas para que deem o melhor de si. O RH das empresas, os líderes e influenciadores precisam refletir sobre o que podemos fazer melhor e diferente, pois a diversidade traz um desafio robusto para todos.
Equipes diversas geram opiniões diversas, inovação e diferentes pontos de vista. Catalisar essa oportunidade para o objetivo comum é o grande papel dos líderes e influenciadores. E não é um papel fácil. Portanto gerar lucro é uma constatação, porém alcançá-lo é completamente diferente. Nesse contexto, podemos afirmar que a liderança terá que ser cada vez mais aberta, preparada e catalisadora de ideias e ações para desbloquear todo o potencial das equipes diversificadas.
Esse desafio é do mundo atual e não é diferente para o setor florestal. Talvez tenhamos que refletir sobre o que precisamos evoluir, considerando as diversas instituições que treinam, ensinam, encaminham, direcionam os futuros e atuais líderes. E fica a pergunta: onde nascem os líderes? Como fazer para educá-los sem se posicionar, apenas mostrando as opções existentes? Esse é um caminho para formar mentes mais abertas para a diversidade. Entretanto e aqueles que já estão formados ou mal informados?
Uma empresa que desafia o seu tempo, com metas robustas e foco em resultados, muitas vezes é confundida como uma empresa que não pensa nas pessoas, mas em resultados acima de tudo e no lucro financeiro. Se refletirmos bem, podemos dizer que o resultado é consequência. Então, as empresas precisam estar focadas em pessoas, com comunicação clara e um propósito em comum. Portanto, para chegar lá, não tem como ser por outro caminho a não ser pelas pessoas. O que podemos, por vezes, confundir é o conceito de resultado, pois resultado não é simplesmente um indicador financeiro, trata-se de um propósito e valor tangível e/ou intangível e que traga, no final, algum tipo de prosperidade à humanidade.
É importante nos orgulharmos do que fizemos até aqui. Hoje, para mim, encontramos na “diversidade” o caminho para alavancar a nossa indústria florestal. O cerne da questão é: precisamos pensar, cada vez mais, em estímulos, para que as pessoas se sintam empoderadas e engajadas a darem o melhor de si para construir um propósito, que irá gerar o desenvolvimento sustentável, que será o alicerce da prosperidade social.
Enfim, precisamos elevar, cada vez mais, a humanidade e a igualdade em nossas empresas, por meio da inclusão e da diversidade. Ou seja, fazer a nossa parte na história e olhar para o “todo“, pois não podemos correr o risco de sermos um destaque solitário. Precisamos treinar para convergir nossa expectativa para o ”propósito comum”. Assim, poderemos construir um mundo melhor hoje e deixar um legado, ou apenas uma contribuição para as futuras gerações.