Me chame no WhatsApp Agora!

Luiz Sérgio Coelho de Cerqueira Filho

Gerente de Colheita e Manutenção da Fibria-SP

Op-CP-51

A importância da rotina
“Foco na meta, simplicidade nas ações, disciplina na execução”: esse é um lema com o qual trabalhamos fortemente nos últimos 10 anos em nossa empresa. Tudo começa com o alinhamento de onde se pretende chegar, e, para isso, as empresas costumam descrever na Visão o seu negócio e, através da Missão, deixam claro aonde pretendem chegar nos próximos anos. Mas será que apenas isso é suficiente para um bom desdobramento nas operações?

Para alcançar os objetivos da empresa de forma natural, seus colaboradores precisam compartilhar dos mesmos valores e propósitos – o propósito é um motivo para se orgulhar, para acreditar que o seu trabalho tem impacto em algum lugar. Ele é um norte e deve ser claro e compartilhado por todos, como um compromisso moral. Uma vez alinhado o propósito e definidas as estratégias do negócio, há que se traçar o plano para atingir os objetivos do próximo ciclo. 
 
Para isso, deve-se realizar o desdobramento e o cascateamento das metas, desde a alta direção, até os níveis operacionais, com objetivos e prazos bem definidos, alinhados e descritos, de forma simples e objetiva. Nos desdobramentos de metas, realizados com equipes operacionais, corpo gerencial e interfaces, devem ser avaliados os resultados do ciclo anterior, entender os bons resultados para mantê-los e discutir oportunidades de melhoraria, ameaças e oportunidades. Assim, deve-se definir o foco para o próximo ciclo, quais serão as metas para os principais projetos e rotinas que precisam ser desenvolvidos ou alavancados.

Nesse momento, também devem-se realizar as comemorações e o reconhecimento dos bons resultados alcançados. O desdobramento deve ser bem planejado e estruturado, pensado como um momento especial onde, além de as pessoas entenderem os desafios do próximo ciclo, entendam o seu papel para que os desafios sejam alcançados.  O desdobramento deve ser desenhado para proporcionar momentos de aproximação das pessoas, de integração, de descontração e de compartilhamento de experiências. Deve ser a ignição e a motivação para a superação dos desafios que virão. 

Com o desdobramento realizado, metas definidas, claras e cascateadas até a operação, vem a rotina de acompanhamento dos indicadores e da tratativa dos desvios. No processo de colheita, existem vários indicadores que norteiam as ações da equipe no dia a dia, mas alguns deles são prioritários.

Dentre os KPIs prioritários, destaco: % de atingimento da curva de produtividade (m³/h), eficiência operacional (eo), eficiência energética diesel (m³/l), além de alguns indicadores de manutenção, como disponibilidade mecânica (dm), custo hora de manutenção (R$/h mnt), % de preventiva x corretiva, % cumprimento programação manutenção, % cumprimento manutenções preventivas dentro do prazo. O custo operacional (R$/m³) e de produção (m³) é consequência desses indicadores essenciais, ou seja, o resultado de custo e produção será atingido o quanto eficaz for a gestão em cima dos KPIs essenciais. 
 
Esses KPIs essenciais devem ser acompanhados no dia a dia, e os resultados, acompanhados e discutidos por toda equipe. O supervisor tem um papel fundamental na frente de trabalho, sendo sempre o grande responsável pela gestão da rotina da equipe, com foco nas pessoas, processos e inovação. Dentro da rotina na colheita, devem existir reuniões periódicas para garantir o eficaz acompanhamento dos indicadores, tratativa dos desvios, acompanhamento dos projetos e entendimento dos riscos de segurança e das ações para a mitigação dos mesmos. 

Todos devem trabalhar de forma integrada, pois a eficiência de todo o time impacta o resultado, portanto ter a definição do papel de cada um no processo, suas responsabilidades e o entendimento do impacto dele no processo, além de uma boa integração entre pessoas e processos, é o segredo do sucesso.

Para garantir o atendimento do plano e a conquista dos resultados, há de se conectar o trabalho da colheita aos trabalhos realizados pelas áreas de interface, aos projetos de ruptura, às demais ações que a companhia conduz, sempre na busca de sinergias, compartilhamento de aprendizados, visando ao melhor resultado para o todo. Com isso, voltamos ao ponto inicial desta conversa, que é a prática do alinhamento no dia a dia entre as pessoas e as áreas, que é a engrenagem do PDCA funcionando: analisa, identifica as oportunidades, define papéis, pratica a disciplina na rotina, traça novas metas e se inicia tudo novamente, buscando sempre a melhoria contínua dos resultados.