Gerente de Pesquisa da V&M Florestal
Op-CP-26
As florestas plantadas, por meio de sua biomassa, propiciam a geração de diferentes fontes de energia, e essa versatilidade abrange desde o emprego direto da madeira até a utilização de produtos e/ou subprodutos. Atualmente, os trabalhos que visam ao plantio de florestas mais adensadas para a produção de pellets estão sendo intensificados, com o objetivo de gerar energia.
Tal medida demanda novos materiais genéticos mais adaptados a esse manejo, bem como tecnologias de colheita e processamento da madeira. Assim, dependendo do produto a ser obtido, diferentes tecnologias de manejo e colheita florestal serão desenvolvidas e adotadas. A opção por florestas energéticas se deve, além das condições brasileiras para o desenvolvimento da eucaliptocultura, à busca e ao emprego de fonte de energia renovável que apresente um equilíbrio no balanço de emissões e retenções de carbono.
Quando o produto a ser obtido é derivado da madeira, que é o caso do carvão vegetal, os objetivos principais são a formação de florestas energéticas e a transformação destas em biorredutor. Nesse caso, além das pesquisas na área de silvicultura, é necessário investir na área de carbonização.
Algumas particularidades são consideradas na formação de florestas para produção de carvão vegetal, como o desenvolvimento de materiais genéticos com maior densidade básica da madeira e teores de lignina mais elevados, técnicas de manejo que possibilitem o desenvolvimento de árvores com um diâmetro médio que otimize os processos de colheita, transporte e transformação da madeira em carvão.
Assim, plantios com alta ou baixa densidade de plantas por área não são adequados à produção de carvão vegetal, pois resultarão em diâmetros da madeira abaixo ou acima do adequado para o aperfeiçoamento do processo de carbonização.
Visando atender a esses parâmetros e a outros que afetam a produção do biorredutor, diversos trabalhos nas áreas de melhoramento genético, nutrição, manejo e proteção florestal vêm sendo desenvolvidos há mais de 40 anos.
A atuação conjunta dessas áreas tem propiciado a formação de florestas sustentáveis de alto potencial energético. Quanto às melhorias no processo de conversão da madeira em carvão, com atenção especial à qualidade do produto final, diversas linhas de pesquisa vêm sendo desenvolvidas. Os resultados obtidos ao longo dos anos são visíveis, apresentando uma evolução significativa na capacidade de suprimento e na qualidade do carvão vegetal, que é empregado na produção de diferentes produtos, como, por exemplo, o aço.
Embora tenhamos alcançado excelentes resultados nos processos de transformação da biomassa em carvão com as tecnologias desenvolvidas nos fornos de alvenaria, ainda há espaço para novos desenvolvimentos tecnológicos no parque de fornos. Também é possível promover o surgimento de tecnologias inovadoras no processo de carbonização que possibilitem a otimização do potencial energético das florestas, resultando em ganhos ainda mais significativos na conversão da biomassa em energia, para ser utilizada nos altos fornos das empresas.
Além de tudo isso, deve-se ressaltar que, para se atingir um desenvolvimento satisfatório na gestão de florestas energéticas, as empresas, de forma geral, trabalham com um planejamento a longo prazo aliado a um ciclo contínuo de investimentos, com grande ênfase no aprimoramento constante dos recursos humanos. Uma das empresas que apresenta uma opção clara pelo biorredutor originado de florestas renováveis é a V&M Florestal.
Dentro desse conceito, a empresa tem demonstrado sua capacidade efetiva de contribuição para a formação de uma matriz energética mundial mais limpa, com investimentos em novas unidades de produção, bem como na expansão das existentes. O alcance desse plano de expansão permitirá um suprimento das unidades de produção de tubo de aço no Brasil, com energia originada de fonte renovável, consolidando-se como um processo de produção de aço com o menor impacto ambiental do que qualquer outro.