Diretor Florestal da Eldorado Celulose e Papel
Op-CP-32
O plantio de florestas no Brasil começaram há mais de um século. Com os recursos naturais da mata atlântica reduzindo rapidamente, o plantio de algumas espécies tornou-se alternativa viável para suprir a crescente demanda por madeira. A década de 70 foi marcada pela política de incentivos fiscais para o reflorestamento com pinus no sul dos País e eucalipto em São Paulo e Minas Gerais, principalmente.
Formamos, nesse momento, uma grande base florestal com espécies de rápido crescimento que sustentou grandes indústrias siderúrgicas a carvão vegetal, celulose e, mais recentemente, painéis de madeira reconstituídos. Muito se investiu em pesquisa em silvicultura dessas espécies, consolidando seu uso em plantios comerciais.
O Brasil detém, hoje, as melhores tecnologias na silvicultura do eucalipto, atingindo marcas superiores a 50m³/ha por ano de produtividade, em rotações de seis ou sete anos. As pesquisas têm avançado na área florestal, que tem demonstrado resultados positivos nos aspectos econômicos, ambientais e sociais, garantindo um processo sustentável por meio de:
• Diminuição da pressão sobre florestas nativas;
• Reaproveitamento de terras degradadas pela agricultura e pecuária;
• Recomposição das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, estabelecendo corredores para a biodiversidade.
• Sequestro de carbono;
• Proteção do solo e da água;
A demanda de madeira vem aumentando nos últimos anos e tende a continuar crescendo. Algumas alternativas que vêm sendo adotadas por empresas florestais são: fomento florestal, parceria e arrendamento. Dessa forma, estimula-se o uso múltiplo da fazenda com um aspecto benéfico de geração de renda aos proprietários, sendo também uma alternativa por parte das empresas que reduz a necessidade de aquisição de terras.
Atuamos em Mato Grosso do Sul, estado da federação com área de 35.712.496 ha e geograficamente divido em quatro mesorregiões que, por sua vez, têm suas subdivisões baseadas em atributos do “Zoneamento Ecológico Favorável” referente ao uso do solo, ou seja: as áreas destinadas para projetos florestais no MS estão localizadas na mesorregião Leste, que ocupa área de 8.277.683 ha, 23% da área total do estado.
Essa região caracteriza-se pela predominância de grandes propriedades voltadas à pecuária, atividade que soma 87% das áreas produtivas. As áreas de lavoura temporária ocupam 9%, e as florestas plantadas, menos de 2% de área produtiva, sendo os outros 2% destinados a horticultura, floricultura e lavoura permanente.
A Eldorado Brasil é uma empresa brasileira de base florestal que concentra suas atividades, nessa região, na formação de florestas plantadas de eucaliptos e na produção de celulose, onde utiliza matéria-prima 100% renovável.
A produção é exportada para os principais mercados produtores de papel localizados na América do Sul, América do Norte, Europa e Ásia. Trabalhamos em um planejamento de longo prazo, que organiza as atividades num horizonte de 21 anos, bem como os programas e as ações desenvolvidas para dar sustentabilidade ao projeto.
A empresa demonstrou, recentemente, cumprir com todas as qualificações necessárias para ser certificada no FSC - “Forest Sterwardship Council”. Essa conquista foi atingida em novembro de 2012, um mês após a inauguração da fábrica.
Serviços ambientais do ecossistema: O conceito de bens e serviços tem origem nas ciências econômicas. Bens são definidos como tudo aquilo que seja útil ao homem, com ou sem valor econômico – exemplos: madeira, alimentos, resinas, óleos, água e outros.
Os serviços são prestações de assistência ou realização de tarefas que contribuem para satisfazer as necessidades humanas, sejam elas individuais ou coletivas – exemplos: sequestro de carbono, regulação do clima, regulação do ciclo hidrológico, controle de erosões e outros. Os principais bens e serviços que os ecossistemas florestais fornecem são:
• Fonte de matérias-primas: madeira, combustíveis e fibras;
• Fonte de material genético;
• Controle biológico;
• Alimento – frutos, sementes;
• Produtos farmacêuticos;
• Recreação, ecoturismo e lazer;
• Recurso educacional;
• Controle de erosão, enchentes, sedimentação e poluição;
• Armazenamento de água em bacias hidrográficas, reservatórios e aquíferos;
• Controle de distúrbios climáticos como tempestades, enchentes e secas;
• Proteção de habitats utilizados na reprodução/ emigração de espécies;
• Regulação dos níveis de gases atmosféricos poluentes;
• Regulação de gases que afetam o clima;
É importante ressaltar que bens e serviços não são exclusivos de florestas nativas, muitos deles potencializados pelas florestas plantadas, já que estas atuam indiretamente nesse sistema, ao atender à demanda de madeira da sociedade, preservando na proporção de 1 ha plantado para cada 10 ha de desmatamento evitado nas florestas nativas.
Importância ecológica das florestas: Quando falamos de florestas plantadas, se pensa em como conservar a biodiversidade. Alguns estudos relacionados à fauna e à flora são importantes indicadores da qualidade ambiental de uma determinada área. O desenvolvimento de atividades produtivas pode impactar o meio ambiente, tanto de maneira positiva – quando promove a conservação de ambientes antes degradados, quanto de forma negativa – quando alguma atividade causa algum risco ao ambiente.
O bom plantador de floresta assegura a conservação ambiental e, através de boas praticas de manejo, promove a melhoria do ambiente e a preservação do ecossistema, que, na visão atual, inclui áreas de produção e área de proteção da água, do ar e da biodiversidade.
Tão importante quanto a gestão operacional é a gestão socioambiental, e ela ocorre a todo o momento no desenvolver de cada uma das atividades; assim, além das normas e recomendações ambientais contidas em procedimentos, algumas ações estruturadas são realizadas para garantir que todos os processos estejam não só de acordo com a legislação ambiental, mas que possam também agregar valor ao mundo e contribuir para a sustentabilidade do negócio no longo prazo.
A economia das florestas plantadas: As florestas plantadas são essencialmente importantes para a economia brasileira. Todos os setores produtivos estão direta ou indiretamente ligados aos produtos florestais, como a indústria de base, que usa carvão vegetal como fonte de energia, a construção civil, que utiliza madeira, e a agricultura, que necessita dos serviços ambientais fornecidos pelas florestas.
Estima-se que o setor florestal, atuante nas cadeias produtivas de energia (lenha e carvão), madeira sólida, papel e celulose, painéis, serviços ambientais e produtos não madeireiros, seja responsável por 4% do PIB brasileiro e pela geração de aproximadamente seis milhões de empregos.
O valor social das florestas plantadas: Tanto as florestas naturais quanto as plantadas são instrumento de inclusão social. O manejo comunitário é um tema que vem sendo estudado, divulgado e colocado em prática, como forma de as comunidades tradicionais utilizarem economicamente a floresta de forma organizada para que possam aumentar sua renda e melhorar suas condições de vida.
O fomento florestal de florestas plantadas tem sido colocado como uma alternativa para pequenos proprietários rurais em regiões tradicionalmente agrícolas.
A floresta está dentro da nossa vida a todo momento, em casa, nos utensílios domésticos de madeira, no papel higiênico, no papel toalha, na embalagem dos alimentos, na esponja de aço que lava a panela e no aro da geladeira e da bicicleta produzidos por siderúrgica a carvão vegetal, esse mesmo carvão que utilizamos no nosso churrasco dos finais de semana e também no aço inox, comum em cada ambiente em que vivemos.
Nos parafusos, arames, cabos, tintas, resinas e tubulações usadas em construções diversas. Além desses, são inúmeros outros usos da madeira que torna difícil viver sem floresta.