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Eurico Morais Almeida Filho

Gerente de Colheita de Madeira da V&M Florestal

Op-CP-20

Colheita florestal: um planejamento de longo prazo

A colheita florestal tem um grande impacto no processo produtivo e carece de um estruturado planejamento de longo prazo, no qual se podem antecipar decisões que vão contribuir para produzir a madeira na quantidade, qualidade e custo esperados. O objetivo é colher madeira, processando árvores em toretes com comprimento e diâmetro prédeterminados, livres de galhos e resíduos florestais, buscando segurança do pessoal envolvido, garantia operacional e custo justo.

Nesse processo, o desafio é otimizar todas as operações. Todavia, para se ter o domínio das atividades, é necessário conhecer com precisão as variáveis de cada operação, tais como: volume médio individual das árvores; produtividade da floresta m³/ha; ciclo de plantio (1º ou 2º rotação); layout do talhão; distância de transporte; volume mensal de colheita por unidade de consumo; dispersão geográfica entre fazendas; especificação da madeira (torete), e produtividade/produção mensal de cada equipamento.

Conhecendo tais variáveis, pode-se definir o modelo de colheita a ser adotado, sendo os mais utilizados na atualidade:


Colheita semimecanizada: Colheita efetuada com o auxílio de motosserra, utilizada para pequenos volumes ou em áreas de baixo rendimento (volume de madeira/ha).
Colheita mecanizada: Colheita efetuada com equipamentos de média/alta produção, utilizada para colher grandes volumes de madeira.

Ela pode ser dividida basicamente em dois tipos:


1. Árvores Inteiras: Derrubada Feller Buncher; Desgalha manual; Baldeio skidder, e Desdobra com garra traçadora.
2. Toras curtas: Derrubada/processamento Harvester, e Baldeio Forwarder.


Na V&M Florestal, de um total de vinte e duas fazendas, vinte delas se encontram em produção, por isso é necessário manter um estoque com uma idade ideal de corte ou umidade ótima para carbonização. A necessidade de se manter o constante abastecimento de todas as plantas de carbonização e a dispersão geográfica entre as fazendas exige que a empresa mantenha um pequeno módulo de colheita por fazenda ou um módulo maior para atender a blocos de fazendas mais próximas, onde se pode trabalhar com equipamentos mais produtivos e com possibilidades de menor custo.

Com a perspectiva de aumento de demanda de madeira, em função de novos investimentos, é necessário aumentar o efetivo de plantio por fazenda, com a expectativa de praticamente triplicar a produção. Nessa fase de transição, a empresa vem atuando com o sistema Harvester, um sistema menos produtivo por equipamento e que envolve um número menor de colaboradores que o sistema Feller, evitando a desgalha manual, permitindo atender à baixa produção por fazenda, reduzindo o transporte de equipamentos entre fazendas, mantendo o estoque ideal e transportando madeira com caminhões autocarregáveis cativos por fazenda.

Para o aumento de produção previsto para os próximos anos, estamos realizando estudos, buscando viabilizar:

Definição do melhor modal de colheita e transporte: Para atender à necessidade de cada unidade/fazenda, deve-se trabalhar com mais de um tipo de colheita, levando em consideração, principalmente, o seu potencial de consumo.
Operação própria ou de terceiros: Atualmente, a empresa aluga equipamentos de colheita com a manutenção inclusa, operando os equipamentos com mão de obra própria, mantendo a atividade como própria com a agilidade da manutenção do terceiro - empresas de menor porte e mais ágeis.
Treinamento do pessoal envolvido: Esse item é de suma importância para o sucesso do empreendimento, pois essas pessoas são “responsáveis” por equipamentos de alto valor de aquisição/operação e, se não estiverem bem preparadas, dificilmente será possível atingir o objetivo. O trabalho começa com a execução de processo de recrutamento e de seleção, capazes de identificar candidatos que disponham de potencial para serem treinados na ocupação de operador de máquinas de colheita florestal de alta performance. E continua com o estágio tecnológico da mecanização da colheita florestal, passando também pela contratação de empresas idôneas para ministrar os treinamentos introdutórios e as reciclagens necessárias para a manutenção da segurança, qualidade do serviço e conservação do equipamento. Para isso, a V&M Florestal busca parcerias com instituições de ensino, para disponibilizar cursos de operação de equipamentos para pessoas das comunidades onde a empresa atua, como forma de promover geração de trabalho e renda.