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Guilherme Setubal

Diretor de RI e ESG da Dexco

AsCP25

Sustentabilidade: transformando o abstrato em florestas
A sustentabilidade, frequentemente tratada como um ideal abstrato, encontra no manejo florestal responsável uma de suas expressões mais concretas. Quando se planta, se cultiva e se colhe madeira de forma planejada, com respeito aos ambientes e à biodiversidade, a sustentabilidade deixa de ser um conceito e se transforma em floresta. Essa transformação é especialmente evidente no setor florestal, onde práticas responsáveis de cultivo e colheita de madeira demonstram, na prática, o compromisso com o equilíbrio entre produção e preservação ambiental.
 
A produção de madeira proveniente de florestas plantadas é uma das formas mais eficazes de alinhar desenvolvimento econômico com conservação ambiental. Ao contrário do extrativismo predatório, o manejo florestal sustentável baseia-se em ciclos produtivos renováveis, que garantem o suprimento contínuo de recursos sem comprometer a capacidade produtiva da floresta.

Esse modelo permite que a madeira, um dos materiais mais versáteis e de menor pegada de carbono, seja produzida com responsabilidade, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. Esse processo envolve planejamento de longo prazo, respeito às características do solo e do clima e a escolha criteriosa de espécies que se adaptem ao ambiente local, garantindo produtividade e conservação simultâneas.

A adoção de certificações internacionalmente reconhecidas é um dos pilares dessa abordagem. Elas asseguram que as florestas são manejadas de acordo com critérios ambientais, sociais e econômicos rigorosos, promovendo a rastreabilidade da madeira e a confiança do consumidor. Além disso, os empreendimentos florestais mantêm áreas de conservação da vegetação nativa, frequentemente além dos mínimos legais, funcionando como corredores ecológicos que protegem a fauna, a flora e os recursos hídricos.

A tecnologia também tem papel central nesse processo. Ferramentas digitais como sistemas de informação geográfica, imagens de satélite e sistemas de câmeras permitem o monitoramento constante das florestas, otimizando o uso dos recursos naturais, reduzindo impactos ambientais e permitindo respostas rápidas a eventos como incêndios. Além disso, novas tecnologias vêm demonstrando bom potencial para antecipar riscos, como pragas e incêndios, promovendo respostas mais rápidas e eficazes.

Outro aspecto fundamental é o balanço de carbono. Florestas plantadas capturam grandes volumes de CO? da atmosfera durante seu crescimento, funcionando como importantes sumidouros de carbono. Quando esse sequestro é combinado com práticas industriais de baixa emissão, o resultado é uma cadeia produtiva com saldo climático positivo, em que mais carbono é removido pelas florestas do que os processos produtivos emitem.

Além disso, o uso de madeira de reflorestamento em substituição à madeira nativa reduz a pressão sobre biomas naturais e contribui para a conservação da biodiversidade e para a prevenção do desmatamento ilegal. Essa substituição responsável está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os que tratam de ação climática, vida terrestre e consumo responsável. A madeira cultivada de forma ética torna-se, assim, um símbolo de equilíbrio entre produção e preservação.

Vale destacar que o manejo florestal responsável também gera outros benefícios, como a proteção de nascentes, a regulação do microclima e a prevenção da erosão do solo. Esses serviços ecossistêmicos são fundamentais para a resiliência ambiental e para a qualidade de vida das comunidades do entorno, que muitas vezes também se beneficiam de oportunidades de emprego e capacitação técnica. Muitas vezes invisíveis ao consumidor final, estes atributos são essenciais para a manutenção dos ambientes e para o bem-estar das populações humanas e da fauna silvestre que dependem desses ecossistemas.

O manejo florestal feito de forma responsável mostra que é possível fazer da sustentabilidade algo concreto. Cada árvore cultivada com responsabilidade representa não apenas um recurso renovável, mas também o resultado de uma cadeia que respeita o meio ambiente, valoriza o conhecimento técnico e aposta no futuro. Assim, as florestas deixam de ser apenas paisagem e passam a ser símbolo de uma nova forma de produzir: regenerativa, transparente e comprometida com o planeta.