Lembro-me que, quando eu tinha 9 anos de idade, meu pai foi trabalhar no Pará e nossa família teve de se mudar para o estado. Naquela época, nosso programa preferido no final de semana era entrar na floresta para ter contato direto com a diversidade de flora e fauna da Amazônia, subir nas árvores, balançar no cipó e beber a água que extraíamos dele. Aquelas interações deixaram uma marca indelével em minha vida e foram o gatilho para o rumo que eu daria à carreira no futuro.
E o futuro chegou. Em minha trajetória como engenheiro florestal, trago a paixão pelo meio ambiente e o compromisso de contribuir com meu trabalho para que os ciclos naturais sejam mantidos. A silvicultura me mostrou que, sim, é possível obter matéria-prima de modo sustentável e que o setor florestal tem feito muito para atender às necessidades humanas sem exaurir os recursos essenciais para as atuais e próximas gerações. Nesse contexto, a palavra-chave é disciplina.
Disciplina se aprende e ensina muito. Ela pode ser aprendida quando não deixamos questões diferentes do objetivo nos desviarem do foco – e isso não quer dizer que devamos ser inflexíveis, mas que não podemos trair nossos valores nem premissas básicas do negócio. E ela ensina quando nos gratifica pelo alcance ou superação do que almejamos. Este é, positivamente, um ciclo virtuoso na rotina em operações florestais de excelência.
Amparada por um plano operacional ótimo, uma estratégia bem definida e uma execução responsável, a disciplina promove a produtividade e a eficiência operacional e reduz os custos e a demanda por recursos naturais. Esse conjunto de resultados nasce da sinergia entre as equipes de pesquisa, planejamento, produção de mudas, silvicultura, colheita e logística, por exemplo.
Seguir processos bem estabelecidos e dominar tecnologias específicas permitem obter mudas de eucalipto saudáveis e com maior aproveitamento. Ao mesmo tempo que a saúde das plantas e o baixo índice de perdas também são frutos do trabalho de pesquisa, a entrega de mudas de qualidade pelos viveiros reflete no desempenho das equipes de silvicultura, que vão dedicar praticamente o mesmo tempo a dar manutenção a cultivos de alto ou de baixo rendimento.
Por sua vez, compete a um planejamento estratégico muito bem delineado definir áreas adequadas e eficientes para formar os cultivos, levando-se em conta as propriedades físico-químicas e geográficas do terreno, as condições climáticas e hidrológicas e uma série de outras especificidades determinantes para o pleno desenvolvimento dos plantios e para a eficiência das futuras ações de todas as áreas operacionais.
Todo esse planejamento estratégico, juntamente com a disciplina na execução, será extremamente importante para garantir a sustentabilidade do negócio, contribuindo para uma melhor performance florestal e operacional, para mitigar danos ao ambiente produtivo e reduzir o consumo de recursos naturais essenciais para as operações.
Em todo esse processo, o elo fundamental entre as operações florestais é o planejamento, que cruza critérios técnicos, operacionais e administrativos, fornecendo informações valiosas para a tomada de decisões que evitam retrabalhos, desperdícios e atrasos, permitindo extrair o máximo do mínimo.
E isso vai muito além do viés financeiro: envolve exponencialmente a sustentabilidade ambiental, porque nenhum retorno financeiro se sustenta quando é alcançado em detrimento da manutenção da qualidade ambiental. Basta lembrar que, quase sempre, o que implica em mais gastos implica em mais pressão sobre o meio ambiente. Por exemplo: mais perdas de mudas nos viveiros levam a mais consumo de água para se obter a quantidade necessária de plantas; mais caminhões e máquinas levam ao maior uso de combustíveis e pneus e mais emissão de poluentes; mais danos às estradas demandam mais brita e cascalho para repará-las, logo em mais jazidas a serem exploradas, e por aí afora.
Aqui, novamente, a disciplina para fazer o que tem de ser feito aponta para algo importante: a atenção aos detalhes. Na Bracell, este assunto é levado tão a sério que o posicionamento da companhia é exatamente "fazer a diferença em cada detalhe". E não é apenas um discurso. De fato, praticamos o walk the talk.
O compromisso foi incorporado por nossas equipes, porque sabemos que o detalhe impacta o todo e determina o grau de sustentabilidade do empreendimento, e queremos continuar seguindo na condição de referência mundial em sustentabilidade, construindo um futuro melhor para todos.