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Etsuro Murakami

Diretor Florestal da Rigesa

Op-CP-06

Processo de colheita de madeira focado nos aspectos sociais, ambientais e econômicos

Nas últimas 3 décadas, a Divisão Florestal da Rigesa tem adotado o conceito de melhoria contínua, o qual pode ser observado no gráfico abaixo, que ilustra a evolução do sistema de colheita de madeira, correlacionado com a redução no número de acidentes com afastamento na atividade. O maior nível de especialização da mão-de-obra, por meio da tecnologia de ponta, é o fator decisivo para redução no número de ocorrências na área de segurança do trabalho.

Estamos, há três anos consecutivos, sem acidentes com afastamento. Nossas florestas são conduzidas sem desbastes e o corte raso ocorre aos 18 anos, com um percentual médio de aprovei-tamento em toras de 55% do volume total e 45% para celulose. Houve necessidade de investirmos, entre os anos de 2004 e 2006, num sistema que garantisse a flexibilidade necessária para atendimento da demanda crescente do mercado por toras de Pinus, bem como o abastecimento de nossa Fábrica de Papel em Três Barras (SC).

O sistema anterior - composto por Feller Hydro-Ax, Skidder com grade desgalhadora e Slasher para traçamento na beira da estrada - não atendia mais às exigências de nossos clientes de toras, pois o sistema estava focado na produção de madeira para a Fábrica de Papel. Havia perdas da ordem de 2,5%, devido à quebra de copas de árvores, e o efeito residual era um problema. Perdíamos até 5% de área, devido ao grande volume de resíduos que ficavam depositados no campo.

Havia também a limitação para trabalho em um único turno, por causa do sistema de grade desgalhadora, que oferecia grande risco para o trabalho durante o turno da noite e o aspecto da qualidade das toras produzidas não atendia às exigências do mercado. O novo sistema é composto por Harvester Escavadeira CAT 320 CL com cabeçote feller direcional Timbco 33”, Skidder CAT 525, Harvester Escavadeira CAT 320 CL com Cabeçote Processador Logmax 750/Logmax 7000/Valmet 380 e Escavadeira Hidráulica CAT 312 CL com Garra J de Souza para carregamento.

Os focos do novo sistema são a garantia de atendimento às exigências de nossos clientes de toras e ao suprimento da nossa Fábrica de Papel, tendo como objetivos principais:

 

  • Atendimento às exigências dos clientes: padrão de comprimento e diâmetro, menor destopo, menor nível de ferimento nas toras e madeira sem fungo, por ser sistema just in time;
  • Redução de custo;
  • Aumento da produtividade;
  • Atendimento pleno às exigências ambientais, gerando baixo impacto ambiental, principalmente com menor compactação do solo e erosão e proteção às matas ciliares;
  • Segurança do trabalho e ergonomia para os operadores;
  • Agregação de serviços: tora carregada no caminhão, saída de madeira assegurada em qualquer condição de tempo, carregamento em 2 turnos e sustentabilidade da garantia de fluxo constante da madeira para a nossa Fábrica e nossos clientes;
  • Melhor qualificação dos operadores;
  • Total possibilidade de trabalho em 3 turnos.



O sistema atingiu 73,5 toneladas por homem dia em 2005 e, atualmente, a produti-vidade é de 80 toneladas por homem dia, com o sistema consolidado. O novo sistema permite maior aproveitamento do potencial de geração de receita em nossas florestas. Estes ganhos provêm do melhoramento genético, iniciado há mais de 30 anos, além de todos os aspectos de produtividade do solo e biometria, para os quais dedicamos atenção constante.

A uniformidade das árvores permite que o sistema tenha seu desempenho maximizado. Adicionalmente, temos o ganho da coleta dos resíduos da colheita, que ficam organizados na beira da estrada e são transformados em cavacos para posterior utilização, como fonte de biomassa nas caldeiras da Fábrica de Papel. Os operadores recebem o que há de mais moderno em termos de treinamento operacional, através da utilização de simuladores computadorizados. 

As equipes de apoio, mecânicos, lubrificadores e encarregados, possuem treinamento de manutenção preventiva, e agem de forma a maximizar a disponibilidade mecânica e operacional das máquinas. Estas ações aumentam a produtividade do sistema e minimizam os custos de produção. Com esta filosofia de trabalho, o funcionário da área florestal tem remuneração equivalente ao funcionário industrial, que, historicamente, sempre foi melhor remunerado.

Os custos de transporte de madeira representam 37% do custo total da madeira posto fábrica, enquanto que o custo de produção representa 34% e as despesas administrativas e custos de formação da floresta representam os 29% restantes. A logística de transporte e movimentação de madeira ainda está em fase de reavaliação na Rigesa. Atualmente, a descarga de madeira na Fábrica é gerenciada pela área industrial. Acreditamos que podemos melhorar ainda mais a integração Campo-Fábrica, a partir do momento em que nós – Florestal – estivermos controlando a descarga e os estoques na Fábrica. Os estoques em nossa Fábrica pressionam a maior ou menor demanda de investimentos e gastos em estradas tronco e manutenção das estradas públicas e próprias. 

Uma grande oportunidade de melhoria em nosso sistema de logística consiste no transporte de tora longa, tendo em vista que, hoje, a Fábrica está limitada ao recebimento de toras curtas, com 2,40 m de comprimento. Desta forma, teremos ganhos de custo de produção e melhoria na eficiência da frota de caminhões de terceiros.

Dando suporte a todo sistema de colheita e transporte de madeira, implementamos o micro-planejamento das atividades operacionais, com o objetivo de melhorar a eficiência e a eficácia no acompanhamento e controle operacional. São distribuídos, aos operadores, mapas detalhados das áreas a serem colhidas, com todas as informações necessárias para atendimento das questões relativas à produção, meio ambiente e segurança. Esta tem sido nossa busca diária e constante, para melhoria de nossos processos.