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Edimar de Melo Cardoso

Diretor Industrial na Aperam South America Presidente do Conselho da AMIF - Associação Mineira da Indústria Florestal

OpCP78

O Brasil e o futuro da indústria de florestas plantadas
A Indústria de florestas plantadas ocupa uma posição única no Brasil. Combinando eficiência econômica, sustentabilidade e inovação, o setor é um pilar estratégico para o desenvolvimento nacional, contribuindo para o PIB, a geração de empregos e o combate às mudanças climáticas. No entanto, para garantir a competitividade e a resiliência dessa indústria no futuro, é crucial enfrentar de forma estratégica os desafios impostos pelo Brasil, mundo e as novas gerações que chegam aos dias de hoje.
 
O Brasil se destaca como líder mundial em produtividade florestal, mas enfrenta desafios crescentes que testam sua capacidade de crescimento sustentável. Em um cenário de crises econômicas, guerras, países polarizados devido às crises e ao amadurecimento de pensamento social e político, tensões regulatórias e pressão internacional por práticas ambientais robustas, o setor precisa não apenas se adaptar, mas liderar com inovação e estratégia.
 
Poderíamos discorrer sobre vários desafios, porém, gostaria de ousar elencar cinco desafios a serem trabalhados; outro desafio é tentar resumir os temas em poucas palavras, pois cada tema poderia ser alvo de grandes publicações, o que não é o objetivo por aqui. Vamos lá.
 
Conciliação entre Produção e Sustentabilidade: O compromisso com a sustentabilidade não é mais uma escolha; é uma questão de sobrevivência e um propósito humanitário. A indústria de florestas plantadas deve continuar a demonstrar que é possível integrar produção sustentável com preservação ambiental e desenvolvimento social. 
 
Isso inclui cuidar das pessoas que fazem parte da nossa indústria e, também, das comunidades que nos rodeiam. Devemos buscar cada vez mais técnicas de maior eficiência no uso do solo, recuperação de áreas degradadas e desenvolvimento de novas áreas de conservação, além da adoção de tecnologias cada vez mais eficientes e sustentáveis.
 
Mudanças Climáticas e a Gestão florestal: A crescente frequência de secas e eventos climáticos extremos afeta diretamente a produtividade florestal. Estratégias de adaptação, como o uso de espécies geneticamente aprimoradas, manejo hídrico eficiente e técnicas de conservação e uso do solo são indispensáveis para a sustentabilidade a longo prazo.
 
A demanda por alimentos e conforto humano: Com um mundo cada vez mais dinâmico e desenvolvido, é natural que as pessoas se sintam cada vez mais inclinadas a buscar um conforto social e usufruir do que a vida tem a oferecer. Entretanto, a maioria delas ainda não percebeu que quanto mais buscamos conforto social, maior é a pressão pela utilização de recursos naturais, consequentemente, a concorrência por utilização destes recursos e a ocupação de terras aumentam a cada dia.
 
É imprescindível a busca por maior eficiência na utilização de recursos e na produção de alimentos e produtos, ou seja, “produzir mais com menos”. Em uma outra abordagem, também é inevitável reforçar cada vez mais o conceito da “economia circular”, buscando uma maior reciclagem de produtos com a redução do consumo de recursos naturais. Neste ponto, também é imprescindível a integração de objetivos entre poder público, privado e sociedade.  
 
Competitividade no Cenário Global: O mercado internacional demanda produtos florestais certificados e com rastreabilidade. O Brasil precisa se posicionar não apenas como fornecedor de matéria-prima, mas como líder em inovação e produtos sustentáveis com práticas reconhecidas e certificadas. Isso requer políticas públicas bem-estruturadas e redução de barreiras comerciais. O Brasil precisa trabalhar urgentemente uma postura e um plano estratégico perante os mercados e, ao mesmo tempo, trabalhar a nossa reputação, a imagem e a governança.
 
Pessoas atraídas e preparadas: O setor florestal (e acredito que vários segmentos também) enfrenta escassez de profissionais que tenham interesse pelas atividades industriais e, quando os tem, de ser capacitados para operar tecnologias de ponta e práticas avançadas de manejo. Investir em educação, cursos técnicos, um novo modelo educacional (muito antes das universidades) e parcerias com instituições de ensino será e já está sendo crucial para atender às demandas de uma indústria cada vez mais exigente.
 
Vale destacar também que, apesar dos avanços tecnológicos e do reposicionamento estratégico, é fundamental que as empresas liderem pelo propósito e que o discurso esteja bem alinhado com a prática. Só assim as pessoas se sentirão provocadas e interessadas em participar deste modelo de negócio.
 
Todos estes desafios são oportunidades robustas para construirmos um futuro mais sustentável e uma indústria de florestas plantadas mais admirada pela sociedade, da qual se empodera cada vez mais. Repensar e agir nunca tiveram em um ciclo tão curto como nos dias atuais.
 
Por outro lado, superar esses desafios exige uma abordagem colaborativa, em que governo, empresas e sociedade atuem de forma integrada. Algumas ações estratégicas integradas devem ser desenvolvidas com agilidade, como: 
• Desenvolver um novo sistema de educação e profissionalização;
• Reforçar políticas público-privadas;
• Criar projetos efetivos e participativos com a sociedade (diagnóstico perfil regional);
• Criar incentivos, a exemplo do mercado de carbono, que financiem o desenvolvimento sustentável.
 
Apesar dos desafios, o Brasil tem a chance de fortalecer ainda mais a sua liderança global. A crescente demanda por alimentos e produtos renováveis, a relevância do setor no combate às mudanças climáticas e a posição estratégica do país como líder em produtividade são vantagens competitivas que precisam ser fortalecidas cada vez mais.
 
A floresta plantada do amanhã será moldada pelas decisões de hoje. Com uma visão estratégica clara através de pessoas comprometidas e engajadas, se utilizando de recursos alocados de maneira eficiente e rentável, aliada a uma governança robusta, com certeza irá proporcionar e incentivar parcerias em todos os principais elos da cadeia. Todos estes desdobramentos precisam culminar em um compromisso de perseguir a única forma de coexistir, que é o “desenvolvimento sustentável”.
 
O Brasil pode consolidar sua liderança na indústria de florestas plantadas e transformar desafios em oportunidades. O futuro do setor, que, vale ressaltar, está em transformação, com certeza será muito mais abrangente e cada vez mais importante para o nosso mundo.
 
Enfim, gostaria de encerrar inserindo uma imagem que busquei na IA - Gemini, ferramenta do Google, onde coloquei a frase título deste artigo para gerar uma imagem e me surpreendi com o resultado, o qual gostaria de compartilhar com todos vocês. Desejo um excelente 2025 a todos os colegas leitores e editores da Revista Opiniões.